*ODISSÉIA DE ÁGUIA: SILÊNCIOS E EXPIAÇÃO COMENTADA PELA ESCRITORA E POETISA PORTUGUESA Maria Isabel Cunha**
O autor faz um paralelismo entre a sua vida, as
peripécias por que passou até chegar ao ancoradouro que é o seu amor e o seu
lar no momento atual e as narradas por Luís de Camões sobre o episódio da
paixão de Pedro e Inês e todas as dificuldades dos marinheiros na célebre
viagem de Vasco da Gama. Uma bela odisseia a sua, escritor Manoel Ferreira.
Agora que se encontra no remanso do final da viagem, aproveite para viver esse
AMOR DE PERDIÇÃO. Parabéns também para Graça Fontis que ficará imortalizada
pela excelente pintura que ilustra a obra. Um abraço.
Maria Isabel Cunha
**ODISSÉIA DE ÁGUIA: SILÊNCIOS E EXPIAÇÃO**
PINTURA: Graça Fontis
ODISSÉIA: Manoel Ferreira Neto
Dizer ou afirmar com prepotência, com prospecção ou
circunspecção, intros-pecção, extro-pecção, mesmo sem elas, de modo simples e
humilde, a vida são mistérios, os mistérios são sementes da vida, são raízes
abstratas do que há-de se a-nunciar, e até sentir-me extasiado por conhecer e
saber o que ela é, todas as alegrias e felicidades habitam-me, por assim ser,
ser o que me habita a essência do ser e de seus tempos e despertar-me para a
busca de esclarecê-los e torná-los transparentes e re-{luz}-[entes}, não é
está-la definindo de modo absoluto, seja verdade absoluta, jamais haverá quem
isso conteste ou diga que nas situações e circunstâncias do tempo era essa a
definição que se poderia obter, era o que se poderia considerar e reconhecer
sublime e esplendoroso, as luzes plenas não haviam sido acendidas ainda, na
continuidade das relações sociais, políticas e econômicas, é que seriam acesas,
até que fora iluminado para assim definir com toda propriedade, fora muito
feliz, mas os tempos são outros e tais palavras já não têm o menor sentido,
quiçá haja o carnaval medievo comungado-se ao folk-lore moderno das
dialécticas, nem se explica por que razão serem pronunciadas, por que motivo
serem ditas com ênfase e euforia, as ciências e o conhecimento se
desenvolveram, progrediram, não existem mais mistérios, a vida é livro aberto,
mostrando todas as letras que podem ser lidas livre e espontaneamente, com
olhos de lince ou simplesmente com olhos retinados, e com a leitura reverenciar
o que há de vir, o que há de ser, con-templar a águia que voa de um extremo ao
outro do uni-verso, em busca de seu in-finito, do horizonte onde pousará e
olhará tudo de frente, baterá suas asas alegremente para mostrar e
id-ent-ificar que os seus projetos foram sim concretizados, poderá atravessar o
que há para além do bem e do mal.
Neptuno,
Em seus instantes de éritos do tempo e do espaço...
Visto da Terra,
Netuno apresenta uma alta magnitude
(quanto mais brilhante o astro, menor sua
magnitude),
sendo impossível
observá-lo
a olho nu,
Tritão,
De longe o maior,
Tênue e incomum sistema de anéis também existe,
exibindo
Estrutura irregular com concentrações
de material
que formam arcos,
À soleira da Oliveira, nos auspícios da montanha,
Ovelhas perdidas
Comprazendo-se dos raios e fulminâncias do sol
Que se esconde nas retrógradas traseiras,
De por trás dos mitos e mitologias,
No espelho re-verso das in-versões dos deuses
E das tempestades, maremotos, tsumânis marítímos...
Quando pelo saber
o corpo se purifica,
é procurando o saber
que ele se eleva.
Para o sabedor, ante-sábio,
todos os instintos
tornam-se sagrados...
Mesmo para as verdades absolutas quaisquer
definições são efêmeras, esvaecem-se num piscar de olhos, num passe mágico de
uma arte ou de uma arbitrariedade solene e sublime. Viver sem definições ou
conceitos é talvez o mais inteligível e aconselhável, o mais tranqüilo. O Livro
Sagrado é testemunho divino de a vida serem mistérios, habita-lhe o ser, desde
o Gênesis até o Novo Testamento, nenhuma ciência ou conhecimento superou essa
verdade, sê-lo-á por todos os séculos e milênios. Seria que devêssemos os
homens nos entregar por inteiro a in-vestigá-los e des-vendá-los? Ou seria que
devêssemos fazer deles a pedra angular para as luzes iluminarem as nossas
estradas, por vezes íngremes, por vezes não, a partir de nossas atitude e ações,
de nossas palavras em busca da verdade, em busca da sublimidade da vida e da
contingência de nossos desejos de saciar as nossas fomes seculares e milenares?
Nem uma coisa nem outra, tenho dito, sentindo-me, por mais inteligível que
possa parecer, eufórico e charmoso. Ou seria que devêssemos cruzar os braços e
lhes sermos indiferentes? É seguir nas trevas e nas sombras, aliás o fim será
esse mesmo. Quem disser que os mistérios foram dissipados, extintos, com
efeito, está absurdamente equivocado, alienado ou ensandecido, ou mesmo não se
sente vida, não sente estar no mundo, não se lhe concebe um ser, um instinto,
servindo a interesses e ideologias que não são os seus, apenas para receber os
cumprimentos das mãos que se tocam mutuamente, os sorrisos e tapinhas no ombro,
à moda, linguagem, estilo dos mineiros, alfim estão esquecidos de si mesmos,
não mais atribuem qualquer valor à vida, ou tentando ludibriar a si mesmo por
não ter coragem suficiente para assumir a vida, os seus limites e
incapacidades, os seus problemas, dores e sofrimentos, entregar-se à feitura do
próprio destino através de lutas autênticas e peculiares.
Entre os milagres, os demoníacos,
menos concordam com a razão;
e no tangente aos milagres divinos,
a razão poderia ter ainda,
próprio para seu uso,
sinal negativo:
se alguma coisa é re-presentada
como ordenada por Deus,
numa aparição imediata d´Ele, ,
opõe-se diretamente à moralidade,
embora tendo toda a aparência
de milagre divino,
Enquanto Safo,
Escreve sobre as próprias dores e prazeres,
é perceptivo em seus poemas
uma linguagem autônoma,
feminina e fluída...
Não é difícil demais, absurdamente difícil viver
com esta verdade, coisa de estremecer e encolher na posição ou no estado fetal,
saber que nunca será possível conhecer alguma coisa da vida, a vida é
invisível, inaudita, a ilusão acabou, os sonhos mergulharam-se no nada das ruas
que foram de todos, nelas perambularam daqui para ali, de lá para acolá, todos
os esforços e labutas serão em vão, este conhecimento será “pedra angular” –
esqueceu-me há muito esta categoria! Em que “buraco de tupiniquim” me enfiei
para me esquecer dela, ela com que fora o encontro de muitas realidades minhas,
dera-me estruturas e alicerces para o egrégio empreendimento, ela que fora a
bússola de minhas buscas do espírito da vida, ela que me angustiou em muitos
momentos de minhas escritas para sentir a verdade minha, e não apenas um estilo
de olhar e observar a vida e o mundo, e tive de tecer os terços de minhas orações
a Maria Santiíssima, pedindo-lhe Iluminação nestes momentos. Fiz-lhe
homenagens, tributei-lhe saudações di-versas e ad-versas, seguindo a
sensibilidade de meus instantes e momentos, quem sabe até para lhe incentivar
na continuidade de seus favores em meus benefícios, para as realizações todas
que desejo obter?!
Felizmente, estou de volta, mais amadurecido,
consciente, ciente de meus desejos e buscas - assim creio, assim ponho ambas as
mãos no fogo, é assim que tentarei encontrar outras verdades mais profundas que
me preencham os espaços vazios, que são muitos e incontáveis, que me satisfaçam
e felicitam, podendo ser quem sou e o que serei - para outros verbos de todos
os sonhos que os homens trazem em si dentro, para outros encontros e verdades?
Sim, diria até mais que “absurdamente difícil”, isto é uma estética e solene
metonímia, diria paradoxalmente difíceis e complicadas. A alma torna-se
depósito de dores e sofrimentos dilacerantes, contundentes e pujantes, de
angústias, tristezas, medos, inseguranças, e tudo o mais que se possa imaginar
para enfatizar a idéia, além disso o vazio é indescritível, e nada pode criar a
ilusão de algum ínfimo espaço estar sendo preenchido ao longo do tempo, os
marinheiros mareados abandonam o mar, os alcoólatras embriagados deixam o
botequim, e na passagem secreta de alameda a outra uma vela ao vento, o abismo
é inimaginável. Só mesmo a morte para acabar com tudo isso.
Contudo, e não é estar iludido, fantasiando as
coisas, criando quimeras di-versas, para conseguir continuar seguindo as minhas
trilhas em direção a todos os infinitos e horizontes, não é estar tripudiando,
enganando a mim próprio, facilitando as coisas, vejo e sinto luzes várias que
podem iluminar e iluminam os caminhos de trevas, e mesmo que sábios me dissessem
não iria dar em nada acreditar nessas luzes, ainda assim acreditaria, ainda
assim juraria com a mão esquerda sobre o Livro Sagrado, trilharia todas as
estradas do sim e do não, como é a própria vida, que são as viagens ao infinito
dos verbos de sonhos explícitos e eternos. E que luzes são estas? – é o
questionamento que todos os que comigo estão presentes nesse instante,
incentivando-me a criatividade, sensibilizando-me a alma, dando-me coragem para
adentrar-me no que há de mais íntimo em mim, em que teço essas palavras nessa
página, com esmeros inestimáveis, quero lúcido e lúdico o que há de mistério e
inconsciente, murmurando, sussurrando, em silêncio, os olhos perdidos no espaço
de todos os versos e verbos da noite e do dia; estão ansiosos por conhecê-las,
quem sabe esteja eu com razão, quem sabe possam destilar as minhas palavras,
torná-las pedras angulares de suas buscas do espírito da vida?! São elas as
nuanças e perspectivas da esperança.
Basta interrogar sobre o sentido da esperança,
basta sentir o incompreensível de tudo, para que se ponha ao menos o problema
de esse sentido ser possível. Perguntar para quê é pressupor o “para alguma
coisa”; afirmar que a esperança não tem sentido é pressupor que o sentido dela
deve existir; interrogar sobre o Mistério, ainda que nenhuma resposta se espere
(e a profunda interrogação não a espera) é conferir-lhe o estatuto de ser, é
admitir o mistério e portanto a necessidade de o decifrar, ou seja, de esse
enigma não ser.
O tique-taque do relógio que move o ponteiro dos
segundos, lentamente, à mercê do piscar de olhos, à mercê de passos mágicos, o
tempo que passa na roda-viva dos desejos e sonhos esquentam na memória tão
passadas águas, tão pesadas mágoas, contundentes ressentimentos, que moinhos
movem, cata-ventos giram, farinhas fazem de cada pensamento, de cada idéia,
haja sacos de aniagem para colocá-las dentro, entornando pranto na pedra desse
peito, lágrimas que deixam em sua superfície o lodo e o sal. Sentado aqui na
cadeira de balanço, nessa manhã ensimesmada, as montanhas cobertas de neblina,
pernas cruzadas de por baixo da mesa, balançando-a, por vezes suspirando,
abaixando a cabeça, observando os tacos sem qualquer brilho, há tempos não é
encerado, apenas passo a vassoura para tirar a poeira, dando-me por satisfeito,
ou olhando a parede de cor cinza de modo em absoluto abstrato, ouço músicas, os
sentimentos são inúmeros, re-conheço-os sensíveis e melancólicos, não sei nem
conheço o que lhes habita o mais profundo, se, em verdade, abrem outras janelas
e portas de novas dimensões da vida e de meus projetos de felicidade e
alegrias, de ser o que em mim sou, ser o outro de mim. Com poderosas mãos
egressas das esferas paraliso toda ânsia, todas as inquietações e inseguranças,
todas as dúvidas e desconfianças, separo o joio, e das espumas das vidas
in-definidas deixo fluir da morte a fonte mais bendita.
Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Mesmo o fulgor do que acontece no tempo e salta
para além dele, uma música de outrora, mistério das coisas simples, vêm ter comigo
e é na dimensão última de mim que tudo se revela e tem razão. No contato
comigo, na convivência com a raiz íntima de mim é que a beleza é o indizível e
o insondável, é que a esperança é o ininteligível e o incompreensível, é que a
esperança se pro-jeta para o que há de ser, há de vir. Assim a eternidade dessa
manhã em que escrevo, o silêncio de estalactites da cúpula do céu, é na
rarefação de mim que se abre e entende.
Da morte a fonte mais bendita,
Da eternidade, o silêncio último do mistério,
Da esperança, o mistério das coisas simples,
Da raiz íntima de mim, a beleza que se projeta
Para o que há de ser, há de vir.
Na rarefação de mim, o tempo salta para além,
Na música de outrora, tudo se revela e acontece.
Faço versos e conjugo verbos
Do indizível e sondável
Deixo fluir a morte,
Ser o outro de mim,
Ser o que em mim sou.
Para que o silêncio ressurja e o olhar suspenso e a
aflição dos espaços e a surdez absoluta da montanha e o intocável da noite, é
necessário transpor o limiar do imediato e aceder às origens de mim, aí onde a
consistência se dissolve e a eternidade se desprende da sucessão do tempo, e o
meu olhar se descola da apreensão do ontem e do amanhã, das situações e
circunstâncias que me algemaram ontem, que me libertarão amanhã. Suspensos os
meus olhos, o meu ser, um arroubo alevanta-me, vertiginoso ergue-me e o espaço
abre-se da comunidade de mim com o espaço sideral, o alarme e o augúrio, o
sufocante mistério, a profundidade da noite.
Ser o que em mim sou,
“Não bastasse o profeta
Se vingar do futuro”,
Deixo fluir em versos
A morte que conjuga
Verbos.
"Não bastasse o peregrino
Re-colher e a-colher as areias do deserto",
Deixar flanar as tempestades...
Somente quem está preparado para tudo, quem não
exclui nada, nem mesmo o mais misterioso, poderá viver sua relação com outrem
como algo de vivo e ir até o fundo de sua própria existência. Se imagino a
existência de um indivíduo como um quarto mais ou menos amplo, vejo que a
maioria não conhece senão um canto do seu quarto, um vão de janela, uma lista
por onde passeiam o tempo todo, para assim possuir certa segurança, até mesmo
certa confiança.
O que me questiono neste instante em que ouço
músicas, deixando-as mergulharem bem íntimo em mim, alegrando o que há de
triste em mim, o que há de dúvidas e inseguranças, o que há de medos e
relutâncias, os sentimentos di-versos e ad-versos se a-nunciando, manifestando,
re-velando, escondendo-se por vezes, o que é inteligível à minha sensibilidade,
é quando é motivo de enfiar a alma entre as pernas e, de suspiro em suspiro, de
olhares evasivos em olhares evasivos, ruminar perdas, aprendendo nas estradas,
em seus aclives e declives, nas sinuosidades das curvas, na reta de longa
distância, no encontro das árvores de ambas as margens que cobrem a estrada e
lhe confere uma beleza toda especial, que o sofrimento é desvairada,
enlouquecida, varrida alavanca para a esperança. Quer dizer, então, que a
esperança só se mostra a partir do sofrimento, das dores múltiplas que habitam
a vida? É uma verdade inconteste.
Enquanto no silêncio falsifico o verbo, defectivo
suas conjugações, e me faço caverna, no teu corpo, oh esperança!, a eloqüência
da forma, a verdade pontuda da carne e o amor, planície lúcida e transparente,
olho para ela com olhos de criança inocente e ingênua, sinto-a com a
sensibilidade de um grande sonhador, quem argumentaria não sê-lo eu, não o
fosse, não estaria aqui trabalhando as idéias e os sentimentos, os pensamentos
e as emoções, os desejos e os sonhos, de onde emerge a montanha do ser, de onde
eleva as suas corcovas às estrelas que velam o ossuário do mundo e de sua
história que anda na contramão de todos os princípios. Enquanto no silêncio
desenho turva a mímica das sombras, a mimésis das brumas, a alethesis das
trevas, em teu corpo raia a claridade da transformação, raia a transparência da
metamorfose, “´tá tudo mudando”, a esplendorosa e mágica revelação da fêmea em
seu solar o sagrado ofício. Em teu corpo esplende o perfil das iluminações, a
lua-cheia dos seios, o orbe rútilo do ventre e as redondas nádegas da luz.
Vou singrar teu sono
feito veleiro louco
e ancorar de repente
no teu ventre virgem e livre;
o mar lúcido de teu olhar,
pouco a pouco,
amainará o peixe de minha vertigem.
Desejo arar tuas vigílias com palavras claras,
com versos transparentes e ser,
subitamente,
fruto no teu chão,
searas e prazeres que me eram
raros por tua causa
hão de brotar nessa canção silenciosa,
que componho e musicalizo
à mercê da criatividade e ilusões
as mais diáfanas
e também as mais obscuras.
A esperança não é um conhecimento, pois todo
conhecimento é ou bem o conhecimento do eterno excluindo o temporal e o
histórico como indiferentes ou bem o conhecimento puramente histórico. Nenhum conhecimento
pode ter como objeto este absurdo de id-ent-ificar o eterno e o histórico. Se
reconheço a doutrina de Thich Nhat, não me ocupo no momento em que a
re-conheço, de Thich Nhat, mas de sua doutrina, e nela encontrar a pedra
angular de outras realizações e conquistas, sobretudo o de tornar-me
espiritualizado e humanizado, entretanto posso, num outro momento, ocupar-me
historicamente dele. Ao contrário, a relação do discípulo com o mestre em
questão é a de um crente, isto é, ele se ocupa eternamente com a existência
histórica do mestre.
Embrenhei-me na floresta silvestre do pensamento
filosófico para tecer as minhas idéias a respeito da odisséia dos mistérios, de
a vida serem eles, de existirem luzes que iluminam os caminhos das trevas, o
mergulho é mesmo mui profundo, e todos estão colocando as cartas do pôquer
sobre a mesa, querem ver as minhas, estão pagando por elas. Só nesta floresta é
que estou seguro de poder colher as minhas lindas flores para colocar na mesa
da sala de visitas para despertarem o brilho infinito nos olhos de minhas
visitas, e também sentir-lhes o odor suave e singelo.
(**RIO DE JANEIRO**, 09 DE ABRIL DE 2017)
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