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Mostrando postagens de novembro, 2015

INSIGNES RIQUEZAS DO VERBO - Manoel Ferreira

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H á o que jamais pude compreender e entender e, aliás, não sei se será possível que    possa fazê-lo em tempos vindouros. Acredito que será muitíssimo difícil que nesta circunstância venha eu a modificar os meus pontos de vistas a respeito, as opiniões concernentes a este fato. Não digo que não o faça, digo que será difícil, mas quanto ao futuro nada posso responder ou afirmar categoricamente. O futuro só a Deus cabe saber. Há alguns indivíduos que, diante de suas certezas, certezas de haver algo que não fariam ou não farão em hipótese alguma, têm o estilo mui singular de afirmar que se fizerem o algo que afirmaram nunca o fariam, podem ser internados numa Casa Verde, isto para enfatizar com o lugar onde Simão Bacamarte, de O Alienista, de Machado de Assis, internava todos aqueles que em sua concepção estavam loucos, podem ser internados num manicômio, pois estão loucos. Há sim algumas coisas que nenhum indivíduo em sã consciência faria, poi

DES-ALGEMA DE NÓS - Manoel Ferreira

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S e me disserem que “o branco é preto, em verdade...”, acredito, sem pestanejar, sem quaisquer dúvidas ou desconfianças,  não sei se passando a divulgar entre os homens da comunidade, incluindo as mulheres, são da raça humana; comigo mesmo, entretanto, assumo o branco ser preto, em verdade. Concluindo o dito, “... embora o preto não seja branco, em verdade”, isto porque nem sempre a inversão se torna verdadeira e plausível de entendimento. Diria a todos os ventos o que me convenceram, mostraram-me a face verdadeira, e comigo amaria o novo em mim, “o branco é preto, em verdade; embora o preto não seja branco, em verdade”. “Em verdade” seria apenas para enfatizar que acreditei piamente no que me disseram, e acreditei tanto que se tornou verdadeiro não apenas aos meus olhos, à minha racionalidade, à minha razão, mas ao meu espírito e alma. Mostrando-me a partir de argumentos os mais racionais, com estratégias de linguagem e estilo, não em palestras ou entrevistas, mas

CINZAS DO ÓCIO - Manoel Ferreira

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A ntes até que não seja por inteiro entendido, gostaria de apresentar o sentido em que me ocupo para falar a respeito das cinzas do ócio, conhecimento, inclusive, que irá proporcionar esclarecer  mistérios e enigmas que, porventura, estejam envelando, mas isto é apenas uma estratégia, um modo de tripudiar as inteligências, tudo está muito claro, muito específico. Há momentos em que não se é possível apresentar argumentos que invalidem as desconfianças, as hipóteses, não são desconfianças, não são hipóteses, são as verdades mais nuas e cruas, algo assim muitíssimo interessante é que são os débeis que primeiro percebem e vêem, é a oportunidade que têm em mãos de mostrar não são débeis, não são dementes, são inteligentes, são perspicazes, são sábios, e não há quem consiga isto negar ou negligenciar, para todo o sempre será, mesmo que ninguém aceite ou endosse por delicadeza e gentileza Se é verdade que se pode acreditar a fênix renasce das cinzas, pode-se também acr

DE MEMÓRIA NA PRÓPRIA IMAGEM - Manoel Ferreira

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D isse-lhe que sim, que me não era possível esquecer de uma piada tão sugestiva, aliás, qualquer piada é uma demonstração de inteligência, não existem piadas ignaras, podem ser sem graça, não provocando tanto riso, mas com certeza pode-se interpretá-la através de um sem-número de prismas, de ângulos. Se algumas piadas, mesmo que muito engraçadas, não fazem rir, não é por causa dela, mas porque a pessoa não sabe contar. Sou eu este homem quem não sabe contar piadas, qualquer uma é sem graça, não faço rir ninguém. Tive até a presença de espírito de lhe dizer que escreveria um artigo com a piada, seria preciso, claro, de muita perspicácia, criar situações, re-criar fatos e acontecimentos. Começaria o artigo dizendo que estávamos na cozinha, enquanto ele jantava, a televisão estava ligada. Não aceitara jantar com ele, pois que havia jantado antes de dirigir-me à sua casa. Aceitei um suco de guaraná que, aliás, estava uma delícia. A vontade fora de pedir mais um suco de

VERSOS, IN-VERNO E SOLIDÃO - Manoel Ferreira

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  Águas de palavra tênues, Singelas, cantadas Pelas vozes sussurradas, Mostram aos indivíduos, Que trazem na alma os sofrimentos E dores dos caminho trilhado e percorrido, Os sonetos ao som das liras, Quando a semente reina ao longe, Fecundando os campos do espírito.   Na memória dos crepúsculos e auroras Ao longo da vida, De sendas esquecidas Do universal delírio, Nos passos secos e duros na terra, Em cujo solo nasceu e re-nasceu O esplendor das flores, Em inauditos versos e verbos que inspiram Os angélicos sonhos De quimeras, fantasias, A melancolia, nostalgia de amplos Livros Em cujas páginas as letras Desfiam os eternos júbilos, mortais orgulhos.   A terra patenteia lúgubre aspecto, Indaga a alma inquieta, Num perpétuo questionar As encobertas dores, de tempos perdidos Na violação do último sono eterno, As trevas costeiam os muros, E seguem a ausência. Toco a lira divina, A música alteia Os tristes restos de o

VELHA CIDADE SEPULTADA EM SOLIDÕES - Manoel Ferreira

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O  tempo invento-o. Onde posso inventar o tempo, dar-lhe outras feições e semblantes diferentes desse que fora inventado quando a memória não pode mais abarcar? Existiria outro? Não me é dado saber se existiria por estar ouvindo música e esta irá terminar daqui a alguns instantes, e tudo será nada, nada será desse momento, a não ser que de novo coloque a música para ser executada, o tempo será outro diferente desse, não o inventei, acontecerá independente de minha vontade. O interesse é inventar o tempo. Invento-o no meu sangue que percorre o corpo através de suas veias desde os dedos dos pés até a cabeça. É um tempo absoluto, o fulgor da eternidade. Por que tanto interesse em inventar o tempo? O que me excita no sentido de fazê-lo? Não me é difícil sabê-lo: é só olhar esta cidade à noite, quando se percebe que tudo está sepultado em solidões, solidão nos becos, solidão no interior de todas as casas, solidão no corações de todos os humanos. A vida nessa noite de inverno entendo-

INSIGNES DIAMANTES PUROS Manoel

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C onfio do Tempo, que é, assim crio e artifício a imagem que se me acaba de a-nunciar, é um insigne alquimista. A sabedoria popular, dos homens, diz com propriedade o tempo cura todas as feridas, doenças, ameniza os sofrimentos e dores, resgata o moral perdido, e isto é verdade inconteste. A incontestabilidade desta verdade, para mim, trans-cende tudo isso, o tempo assina a vida do homem, no tempo a vida em sua profundidade é revelada em toda a sua plenitude, através das experiências, vivências. Dá-se-lhe um punhado de lodo, ele o restitui em diamantes puros e singelos para ornamentar coroas, tiaras; quando menos em cascalho. Jamais devolve o lodo que lhe fora dado. Não são estas palavras de sabedorias, são de experiências e vivências minhas e de outros que sofreram na carne e na alma dores inestimáveis, foram vítimas de traumas, conflitos os mais variados, quase perdendo a fé e as esperanças, quase mesmo dando um fim na própria vida, mas com fé em Deus e no Tempo

À LUZ DA EFEM-ER-IDADE - Manoel Ferreira

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S e o tudo fosse o nada – o artigo “o”  identifica, de-fine o “tudo”, isto é, refiro-me às coisas contingentes em sua completude, o mesmo no concernente ao nada; não houvesse o artigo, o sentido seria noutro, não abarcaria o que desejo expressar; mesmo que permanecesse o artigo identificando “tudo”, retirando o de “nada”, não mostraria o que pretendo – o nada jamais seria o tudo, para sê-lo necessário transformá-lo através de trabalho, de sonhos que podem ser reais, tornarem-se realidades, o tempo de vida é muito curto para uma façanha deste porte. Como explicar o nada que nascemos, apesar dos dons, talentos, sensibilidade, capacidades espirituais, e transformamos em tudo ao longo da vida para sermos homens? Fabricamos uma côdea do pão de nossa sobrevivência, somos limitados apesar de tudo. O tudo são as graças que Deus nos doou gratuitamente, tais graças são para nos tornarmos homens. Nascemos nada, transformamos-lhe em tudo, com a morte nada e tudo se confundem, são

CREPÚSCULO DE IDÍLIOS E SORRELFAS - Manoel Ferreira

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Sede luz De esperança vivaz, Ilusões floridas. Amar é o crepúsculo, Sonho, vida. Amar é bonito, É o instante, O momento, O pensamento, De todo um sentimento É o princípio e o fim. Ideal de beber no estio As lágrimas da aurora. Nesta fome de amor, De sublimidade, Do etéreo e do efêmero, Do diamante que risca o éter, Corro à estrela, Leio o que nela está escrito, Sua mensagem, à brisa, ao mar, à flor. Viverei por ser verdade a Vida, Esperarei uma eternidade, Tentarei ser feliz a cada momento, Mesmo que o amor fique distante. Quero ver a luz nas luzes das estrelas E das palavras nela escritas; Quero ver a luz nas entre-linhas das luzes do sentido E significado da vida, No além-linhas das luzes da Contingência e transcendência. Quero sentir na rosa da campina o cheiro esquecido do sono E da vigília, aspirar o prazer secreto do porvir. Na brisa, quero o doce alento, sem culto Nem reverência. Qu