**NÁUSEA DO VAZIO/VAZIO DA NÁUSEA - XXIII PARTE** - Manoel Ferreira

A caminhada da vida... Tantas intempéries, tantos percalços. Precisamos
respostas. Entregamo-nos aos questionamentos, indagações, mergulhamos profundo
em nós mesmos, nalgum cofre da inconsciência a luz. Esquecemos das dimensões trans-cendentais; centramo-nos nas
contingências, vazios, náuseas, nada, efêmeros, angústias, tristezas, solidão,
são o que nos dará a resposta de que tanto necessitamos. Foge-nos o outro,
foge-nos a entrega, foge-nos o amor. A vida são contingências, é através das
buscas do que há atrás delas que nos encontraremos, virá-las pelo avesso, às
avessas. Perdemo-nos. Andamos na sombra, nas trevas. Zumbis no mundo. Pus a minha vela no cantinho da janela. Um símbolo. Senti que era o
momento de partir, de seguir a viagem. Estava livre para esta jornada. Não
sentirei solidão. Sem amarras, sem algemas, sem correntes. Abrir a
"gaiolinha", deixar os pássaros voarem, voarem, voarem. Abrir as
dimensões sensíveis, emoções, sensações, sentimentos, mesmo sem saber
ver…