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Mostrando postagens de outubro, 2019

TILIMBRA O MANANCIAL DE CHAMAS ARDENTES DA ALMA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO

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Solene apocalipse de longínquos ritmos, Jazz, blues, românticas, rock´n´roll, Angústias compostas de medos e inseguranças Do pretérito perfeito do que me fora, do que de mim fora, Do pretérito imperfeito do que de mim seria Do mais-que-perfeito de quem no fundo do espírito, onde Sonha o que sonhou, onde idealiza o que sonhará... O passado é neblina caindo, flocos soprados pelo vento, Entra pela noite, pela madrugada como um rastro de barco, Atravessando as águas, rumo à outra ilha, Itaoca a Paquetá, Se perde na água Que se deixa de se ouvir, contudo, sentindo-a profunda, Não fosse não dar valor ao que em mim habitava de virtude, Do pretérito passado de quem fui, de quem de mim fui. ==== Efêmera beleza do eterno, absoluto esplendor da felicidade em variados sóis do sublime eclipse do espírito, numinando o alvorecer mesclado de margens do destino. Lago de pretéritos silêncios Sapo pula na lagoa, vagalume vagabundeia Splash!... O silêncio se faz n

#O NADA E A ARTE LITERÁRIA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: ENSAIO

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Antes, todavia uma pergunta: para que incomodar-me com o silêncio e a calada dos discursos? Não me incomodam, eles que se incomodam comigo porque me querem des-velá-los, des-vendá-los, me querem conhecê-los, sabê-los. ==== O silêncio não é algo positivo. É uma simples ausência que nega qualquer coisa. Esta contestação não contesta nada. É um tiro pela culatra. É um murro em ponta de faca. É que, ao determinar num dis-curso negativo o silêncio da fala, admito implicitamente o seu vigor e concedo indiretamente a sua vigência nas línguas. O modo de uma língua falar do silêncio é não rompê-lo e, para isso, calar-se. Contudo, noutra instância, para calar, sem fala não posso impor silêncio. ==== Assim, com a Linguagem, estamos imersos numa tensão de ser e realizar-se que não se deixa amainar mas somente aprofundar. Sempre que uma língua busca, tenta falar de suas possibilidades extremas de ser e não ser, é levada, forçada a recorrer ao silêncio e a calar. Pois o discurso, qu

@EU-CAÇADOR DE MIM@ GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA

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Eu-caçador de mim ando a esmo Na orla marítima, pensamentos fluindo, Perquiro se nalgum instante Não se id-entificar, Como verbalizar a branca luz dos céus? Seria muita ingenuidade, Tendo a língua com esmero cuidada, Não servir deste fluxo ininterrupto, Palmilhar o degrau da escada seguinte, As Horas semeiam orquídeas e flores, Por cantos e recantos, As Graças espalham perfumes no ar, Musas emitem vozes melodiosas, Emitindo o sol do meio-dia seus raios, As ovelhas ficam possuídas por espécie de ira, Alcançarei sem medo A brilhante manada de ovelhas de lã de ouro? Quero um chumaço desta lã preciosa, Sem querer nada mais Senão dar vida ao momento... ==== Eu-caçador de mim enbrenho-me num bosque. Perturbo-me, Surpreendo-me de ver os pés Se trocando livremente ao longo Do ziguezague dos passos Entre as árvores a sentir o silvo do vento, A intuir as vozes dos subterrâneos do espírito, E todo o horizonte do mar, As águas e as nu