PINTORA CRÍTICA LITERÁRIA E ESCRITORA, Graça Fontis, ANALISA O POEMA O QUASE#




Em todos os sentidos, meu amor, minh'alma extasiou-se ao se movimentar junto com Fesmone por todo texto, riu, chorou e se emocionou com dilemas, dúvidas e quiçá certeza nos advires promissores alentador deste que no momento se encontra irrumado ou com efêmeras perspectivas, mas pleno e esperançado quanto ao futuro... assim como eu trilho meu caminho... Fesmone é sem dúvida um artista espetaculoso da desfaçatez contingencial, diz- se incapaz quando é pleno a auto-valorar-se verborreicamente seu situar, com certeza reversível diante a engenhosidade de sua mente hábil e fértil... assim, vou vendo se aprendo um pouquinho mais com ele, dessa arte que é viver a vida! Beijinhos...


Graça Fontis
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Fesmone é sim, meu amor querido, um artista da desfaçatez. A intenção fundamental ao criar este personagem fora a desfaçatez contingencial. Se fora personagem criado a partir de pessoa real, não quis carregar nas tintas, mostrando ser ele um SALAUD, ou seja, um ser de conduta eminentemente arbitrária e gratuita. Não por medo das consequências, o inspirado pudesse até me processar por tecer sua imagem neste nível. Não teria esse problema, responderia o mesmo que Flaubert quando respondeu processo por Verossimilhança de sua personagem Madame Bovary: 'Madame Bovary sou eu". Fesmone sou eu.
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Você, amor, caracterizou FESMONE com engenhosidade. A sua desfaçatez contingencial se situa nisto: diz ele ser incapaz, quando é pleno a auto-valorar-se verborreicamente, isto é, ele usa da Arte, das Letras para justificar a sua incapacidade de resolver sua vida, ainda usando a engenhosidade de sua mente para ornamentar as condutas de má-fé. Sendo eu FESMONE, sou peremptório ao dizer que é verdade sim, muitas vezes usei as letras para justificar a vida efêmera, dores e sofrimentos, mas hoje, tendo encontrado você na minha vida, não preciso mais justificar coisa alguma, estou com os pés no mundo, o resto é de minha responsabilidade.
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Parabéns, Benzinha, por análise tão percuciente e profusa.
Beijos no coração.
Manoel Ferreira Neto
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#FONTE LUMINOSA DO TEMPLO DE FESMONE VIII PARTE
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O QUASE#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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"O quase, ausência de conquista, é a vitória
Inebriante de todos nós, perdedores!
Vencedores não existem. Ou existem?
O quase consagrou a todos com o mesmo gesto."
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O quase, por sua incontida insistência,
É, irrevogavelmente, inapelavelmente,
Impreterivelmente, inarredavelmente,
O ato único de qualquer existência.
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O sagrado tem mais poesia
Guarda nos versos dos cânticos o divino e eterno,
Nas estrofes, os cristalinos esplendores do sublime e puro
Ao ocaso dos acasos haja a chave de ouro
Dos princípios e das utopias, acolhe a subjetividade,
Das vozes e silêncios. .
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O esplendor da beleza é raio criador:
Derrama a tudo a luz
Que evoca a lembrança casta
Do fundo amor do que não ama,
Não sente o lívido suspiro da felicidade,
Não intui a nitidez pura da alegria,
Não con-templa o prazer no brilhar dos olhos,
Não observa as nuances concisas e contraditórias
Da travessia subterrânea aos cafundós dos universos.
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Quando houver em mim um eco de saudade,
Sussurro de sibilo melancólico,
Balbucio de nostalgias distantes,
Beijarei com sofreguidão e êxtase estes versos
Que escrevo, sentindo reavivar a chama
Do amor que lacera, palpita e soluça.
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Virá um dia
De sol ardente, de chuva fina, de inverno ou primavera,
Em que mais sagrados e cristalinos esplendores
Espelharão nas nuvens as estrelas brilhantes do uni-verso.
Divagarei de desejo em desejo,
Em busca de um sonho ou verbo
Que aspire(m) o aroma da poesia,
A última harmonia que desejo
Sentir pulsar no coração,
Vivendo de luz mais viva,
De espírito mais cristalino,
De alma mas resplendente.
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"O quase é a negação esférica,
Perda total do tudo.
O mais importante e sublime,
O mais solene e pomposo.
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Plenitude do tudo e do nada,
Galardão supremo e eviterno,
Na competição da existência,
Sumo apanágio da humanidade."
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Minhas ilusões fizeram-me, talvez, quase criança.
Pretendi dormir nos braços de um querubim,
À sombra do mistério das estrelas e do infinito,
Cheio de amor, vazio de esperança.
Mas eu que posso contra a verdade da vida?
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Minh´alma adivinha a origem de meu ser,
A raiz de minhas venturas e dores,
Eidos de meus sofrimentos e devaneios,
Esperanças de felicidade e alegria,
Quero cantar os versos dos cânticos,
Melodia, ritmo criados por mim,
Re-velando o desejo do sublime que em mim habita.
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Quero sentir os êxtases do belo divino
Perpassarem-me o corpo,
Perpassarem-me a medula
Com calafrios e sentimentos/sensações
De cócegas;
Quero amar e viver
Os sagrados e cristalinos esplendores
De colher a flor pura
Na solitária fonte do horizonte,
Na ilusão de que deliro
De vida e juventude.
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Quando voarem as esperanças
De amor profundo, na existência calma,
Por que verto tantas lágrimas e prantos,
Como um bando de andorinhas
No céu aberto de nuvens brancas e azuis,
Só me restarem pálidas lembranças,
Do que fui, do que sonhei, do que desejei
Encherei os horizontes de minha primavera
Com letras e palavras
De sagrados e cristalinos esplendores,
Abençoarei minhas desventuras
E completarei minha tristeza.
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A minha alma não é pura,
Como era pura na tenr-idade da infância,
Quando o verbo não será “ser”,
Era “brincar” à luz do sentir e sonhar a vida.
Eu sei, se sofro agora por sabê-lo não sei,
Finjo saber para sentir, represento saber para escrever;
Tive choradas agonias,
Lacrimosas angústias,
Lacrimejantes tristezas,
De que conservo algum nó górdio inaudito.
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Não sei
- quem sabe por sagrados e cristalinos esplendores –
Que fogo interno me impele
À conquista da luz, do amor, do gozo.
Não sei de que movimento
Audaz de um desusado êxtase minha alma se enche.
#riodejaneiro#, 18 de outubro de 2019#

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