FONTE LUMINOSA DO TEMPLO DE FESMONE VII PARTE# GRAÇA PINTURA: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



VII
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Sete rituais holísticos, vedas, taoístas performam dogmas e preceitos que rezam na cartilha do "Credo" de trás para frente, criando e re-criando as sinas, sagas, desgraças da modernidade que serão o húmus e a semente do calipsus re-vestido de paisagens que lembram com trans-parência a consumação dos tempos.
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Sete mitológicas efígies das a-gônicas esperanças do resplendor célere e da beleza uni-versal ornamentam a pedra de mármore cinza ao lado do paráclito.
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Sete incensos, queimando-se, doam leveza à alma diante de seu destino implacável de esquecer-se da palavra que re-presenta o invólucro da areia, às re-versas, a areia cai aos poucochitos, às in-versas, a mesmidade, mesmice da areia caindo, a passagem do tempo.
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Sete virtudes que nos hodiernos tempos são inflexíveis, vezes sem conta sentem remorsos devido a suas honestidades, a inflexibilidade é a virtude de uma época sim diferente, adversa àquela da honestidade. Inda não vi indivíduos que sabem o futuro se reflete em seus rostos, são gentis com eles, seus amantes do tempo, a ponto de nada ser visto de seus rostos mostrados.
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Sete nonsenses e sensos escritos no tabernáculo são as pedras de toque para a entrada no espírito templário dos prazeres, luxúrias, ganâncias, vaidades, orgulhos, desde que se sintetizem, o que poucos foram os que conseguiram tal façanha, são os nonsenses e sensos contraditórios além de suas origens e raízes - e dizem que há tramóia nisto, não se sincronizam, mas concebem a dialética da asnice e da sabedoria, só os ilusionistas estão disponíveis para este disparate: viver e con-viver com a asnice e a sabedoria.
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Sete risadas e gargalhadas dos egrégios doutos diante da verdade do limite da gnose, Fausto não teria vendido a alma a Mefistófeles em nome do Conhecimento de todas as ciências.
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Sete idéias no tangente à moralidade da compaixão ter todo interesse em conservar, preservar o maior número de pessoas em estado de fraqueza e de doença, em estado de decadência, e em espalharem  essa doença para que a compaixão em si mesma possa sempre ter mais objetos. O primado ético da compaixão é tanto sintoma da vida em declínio quanto uma imensurável calamidade, a qual leva à vontade explícita do nada.
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Sete obras de arte criadas que hão-de se erigir a partir do conflito e da busca do equilíbrio entre razão/pensamento e emoção/sentimento/experiência.
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Sete revezes avessas, re-versas, in-versas, ad-versas do culto da verdade são as últimas que a fé febunda, o sonho basta, as sorrelfas fecundam.

#riodejaneiro#, 19 de outubro de 2019#

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