CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA ANA Ana Júlia Machado ANALISA A FILOSOFIA #KAIRÓS PARA CHRONOS#




O tempo... e apetece-me acrescentar o seguinte a este excelente escrito do escritor e filósofo Manoel Ferreira Neto.... Na mitografia, Kairós era vulgarmente encarado descendente inferior de Zeus e da deusa da melhoria, Tyche. Kairós era veloz, andava despido e possuía meramente um cacho de cabelos na fronte. Somente era exequível apanhá-lo fixando-o por essa poupa. Se assim não fosse, seria impraticável segui-lo ou transportá-lo de regresso. Kairós era olhado no intelecto de Atena, na afeição de Eros e mesmo no vinho de Dioniso. Depois, na ascendência dos deuses, alvitra encontrar-se relacionado a todos eles, como exteriorização de um instante particular. Kairós poderia ser (ou encontrar-se expresso em) Chronos (Tempo), já na doutrina cristã, na concepção de Aeon (eternidade). Em nulo instante Kairós espelharia o pretérito ou pressagiaria o porvir; ele personifica o superior momento na atualidade: o momento em que se consegue arredar a babel e enlaçar a dita.
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Para os filósofos atomistas os atomistas (teorizaram que a natureza consiste em dois princípios fundamentais: átomo e vazio). Ao contrário de seu homônimo científico moderno em teoria atômica, os corpúsculos racionais afluem em uma diversidade imensa de formas e dimensão cada uma delas sendo inabaláveis, inalteráveis e rodeadas por um oco onde chocam com os outros ou se agrupam em contíguos amoldando acordos. O amontoado de desiguais feitios, acordos e posturas facultam proveniência a variáveis essências macroscópicas no mundo da anciania (como Demócrito, Epicuro e Lucrécio), que declinam toda teleologia na essência, a constituição do universo é resultado do acordo e divisão de incontáveis corpúsculos pelos quais cada facto surge iminentemente no instante propício em que alguns dos infindos corpúsculos, que se colidem na casualidade pela imensidão do tempo, ajustam-se de forma firme, perseverando por um tempo até à putrefacção, até à extinção.


Ana Júlia Machado
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KAIRÓS PARA CHRONOS#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: FILOSOFIA
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Cada coisa é Unau
Cada coisa é Aí
Cada homem é Unau
Cada homem é Aí
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O está no Esteve
O Está no Está
O Está no Estará
Chronos de onde veio?
Kairós de Chronos
Veio-vem-virá
Kairós para Chronos
Foi-vai-irá
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Unauaí
Unauaí
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TóriKádoTóri
E o bororo já sabia...
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Da palavra à consciência,
Da consciência à palavra,
A sinuosidade presente
O vento costura a barra do tempo
O tempo esgarça o vento.
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Re-fazer as labutas,
Bungas-bungas,
In-tens-ificar os esforços
Em busca da plen-itude, sublime.
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Verbos dos princípios,
Querências e versos
Do saber primeiro,
Verdadeiro sentimento de olhar
Com fé,
Esperança,
Para o esplendor e magia
Do conhecimento e sabedoria,
Da consciência e espiritualidade,
Imagens se a-nunciam
Na distância do tempo,
Átimos de segundos e minutos.
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Instâncias e estâncias
Das pers e pectivas dos mistérios,
A ilusão de encontro da verdade,
A quimera de o sentido da vida se elevar
Aos auspícios do brilho e resplendor
Do in-compreensível
Dos verbos pré-{s}-entes,
Das palavras vagando
Por ruas, alamedas, becos,
Em busca de sentidos
Outros
Da fé,
Con-templando
Por quês e quês
Viáveis, plausíveis, possíveis
Das esperanças.
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Em tempos verdadeiros
De travessias
De nonadas
Ao antes era o mistério,
Depois o desejo da luz,
Ao antes era o nada,
Depois a vontade
De tudo ser,
Ao antes era o verbo,
Depois o verbo
Se tornou carne,
Ao antes da bonança,
A tempestade,
Ao antes da tempestade,
A bonança,
Roda-viva de sentidos,
Pá-lavras,
Cata-ventos de metáforas,
Signos, símbolos
Na lingüística das raízes
Imanentes e trans-cendentes
Do ser e do verbo,
Do verbo e verso.
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O que me foi,
A mim, foram bestas
Prostituídas,
Prostitutas bestificadas;
A mim foram bezerros de ouro
Venerados e re-verenciados;
Penas exaurindo
Mil primaveras,
Incomensuráveis invernos;
Tintas re-fazendo
As flores secas
Caindo livres
No solo,
Húmus de outras
Que embelezarão
A aurora do novo dia;
O que me foi,
A mim foram barcos
Naufragados;
Faias redemoinhando
Águas,
Fráguas des-cortinando,
Desvelando
0 des-brilho dos olhos,
O silêncio da língua,
Confusão, perdição
Na mente.


#riodejaneiro#, 18 de outubro de 2019#

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