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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

#GERÚNDIVOS DE GRADIVAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA

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O céu escureceu por completo. As árvores balançam-se levemente Sob o efeito do vento, Chuva não virá. Será para alhures levada. Tempos longínquos trazem-me os anátemas do silêncio – “Sou feliz por me esquecer das horas todas” -, Rapaz sonhador, Sentado numa mesinha de quarto de pensão, A Poética do Espaço, Gaston Bachelard, Sobre a cama des-arrumada, O anoitecer se a-nunciando, Escrevendo prosa poética, Clave das líricas epistêmicas, Mergulhando no “eu profundo” À busca das luzes do ser, À cata dos resplendores Das declinações latinas do verbo. Hoje, no crepúsculo, Sentado numa mesa de restaurante, À beira-mar, buscando enovelar a gradiva E o neologismo "gerúndivo", que se me anunciara, Minutos antes ao olhar o anoitecer no longínquo do mar, Pós atravessar a avenida beira-mar. @@ Pelas ruas, berbidos, bêbados, messalinas, mendigos dormindo nas calçadas, transeuntes às pressas para pegar o ônibus rumo ao trabalho, às esco

**NO CAOS DAS COISAS, SOU EU!** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: PROSA

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Epígrafe: Deixo a triste tristeza... triste. A Inspiração em mim é inesgotável!...(Manoel Ferreira Neto) @@@ Agora começou a chover. Venta e faz frio. Meu corpo molhado treme e a tristeza é ainda maior. Nem percebi a tristeza chegando; quando vi, estava triste. Nunca manda um bilhete, um aviso de quando vai chegar. Já tivemos algumas bungas-bungas por mostrar sua face quando não é convidada, sempre em horas impróprias. Teimosa como ela, não adianta brigar, rasgar os verbos, jamais irá mudar isto, não questiono com quem se diz dona da verdade. Pus-me certa vez a dialogar com um doutor em dialéctica da iluminação, arrancada do ser-tao roseano, os seus óculos deveriam ser para longe, enxerga com primor de perto, pós quinze minutos de conversa, pediu-me licença, tinha coisas a fazer, mas "Precisamos encontrar outras vezes, sua inteligência é sublime", disse, conservando os olhos baixos. @@@ Caminho por ruas esburacadas e, por vezes, enfio o pé em poças d´água,

**TU QUEM ÉS? - REVISADO** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA

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Tu – quem és? Quem és – tu? És tu – quem? Quem tu – és? Quem és quem– tu? @@@ O que é isso – ser tu? O que é tu – ser isso? Tu – quem isso ser? Isso – quem é o ser tu? @@@ És fome que a ti mesmo comes, Morres a cada passo dado, Consemelhas ao fumo preto que tu mascas, Ponche que tu sorves, sono que tu divertes, Campeias outro modo de existir sem vida, Farejas como cão esfomeado outra existência Não já batida na mesma tecla em insano horizonte, Não são tragicômicas as horas do homem? Tu alcanças a estatura para a morte, Acabando tua edificação sobre ruínas. @@@ És a esperança de fé que perpassa Tempos de amanhã, do infinito, Dos horizontes, do uni-verso, De confins, do mundo, da terra; és a fé que suprassume as controvérsias dos desejos e vontades do eterno e imortal, as contradições do efêmero e eterno da desejância do ser sublime; és a utopia da consciência-estética-ética, da cristianidade, da transcendência, da divinidade,