SILÊNCIO À MERCÊ DE VENTOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Fesmone: AFORISMO



Ilusão. Fantasia. Quimera. Poesia.
P.Q.F.I às avessas. A estrada é o meu lar, na expectativa do encontro da porta de trás da casa esteja aberta, poesia - seria que eu existisse de por trás de mim? - o travesseiro esperando a minha cabeça, aquele friozinho dele no lado de meu rosto, quimera, o corpo encolhido, similar ao feto, fantasia, descanso para ao amanhecer seguir a trilha, ilusão.
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No alto da montanha, o catavento gira à mercê do vento. Nas estradas, o vento sopra a poeira, à distância nada a ser visualizado, no passar a ponte as águas não são mais as mesmas, com o sopro suave do vento na superfície gotículas de água flanam. Depois da tempestade, vem a bonança. O nada não re-conhece, insiste e persiste veemente ser a luz da travessia do efêmero ao In-finito através das paisagens lúdicas que o tempo sarapalha
no universo dos sonhos e utopias
do que trans-cende o eterno,
ascende os pensamentos,
serpenteia no quotidiano das coisas in-auditas as perspectivas da imagem que se revela alhures,
quiçá o telos do sublime,
quiçá a ipseidade da magia do belo,
quiçá o solipsismo dos rituais míticos e misticos do pleno, quiçá a facticidade dos tremores e temores do efêmero, fugazes medos do imortal e da morte,
das memórias póstumas,
Mitos não envelhecem, revestem-se de
Outras luzes,
Lendas não senilizam, velam divinos desvarios,
Causos não escafedem, ateiam
Fogo nas curiosidades dos acontecimentos,
Onde a alma ferve de agonias, dissabores,
A língua arde nas chamas das quimeras,
Não se pode jamais ter razão,
Nem numa mesa de botequim,
Inda não bebi, fizera o pedido, estou à espera,
Não pedi nenhum tiragosto,
Con-templo a rua
Tenho vertigem em que os sonhos me escapam
Por entre os dedos,
Vertentes carentes de afagos, aplausos,
Olhos perdidos nalgum sítio sombrio,
Na língua, o silêncio das palavras,
Nós... Ninguém...
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Ainda a pura poesia das con-{tingências} do mesmo sob a luz perspectiva da Katharsis, à cavalita, anamnese da amnestia do "Logos", nada de novo sob a luz do sol, nada de velho à mercê pretérita das dimensões futurais do verbo subjetivando as imperfeições e forclusions do vazio uni-versal.
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Sentimentos que pervagam perspectivas
Contingentes do nada.
Creio haver encontrado um brinquedo
Para afugentar o que murmurava
A voz noctívaga de correntes, algemas,
Orvalho noturno que molhava a natureza,
Silvo das serpentes esquecidas do veneno
Como abstrato de suas naturezas.
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Sendo o sujeito então o detentor de uma verdade evidenciada na mera intuição, a qual não visa depreender o em si das coisas ou revelar o caráter enganador e aparente da experiência, mas o de ser sempre consciência de algo; isto é, de algo que tenha a sua objetividade definida por meio de um ato da consciência
(julgamentos, imagens, relações, atitudes,
pensamentos, sentimentos, memórias,
delírios, eventos, etc....
Andar sem quaisquer bandeiras, andar, andar
Nas penas ao sabor dos ventos passando na Colina,
Olhar, vislumbrar,
Con-templar os tempos;
A pena flora o destino...
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... Mordem da noite o assentimento universal.
Primeiras palavras. Primeiros sons.
Primevos sentidos e significados.
De outroras metalinguísticas,
De antanhas metafísicas,
De templares efígies da Exegese,
Semânticas, semiologias, metáforas,
É de lamber com a língua úmida,
baba escorrendo,
molhando o queixo cujas mãos minhas amparam.
Esculpem em carne e ossos as linhas da mão.
É de sentir na boca o paladar da evidência,
o gostinho delicioso da trans-parência).
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Iluminísticas sol-itudes, sol-icitudes de volúpias e êxtases deslizando serenas à luz cristalina do horizonte
circundado de sombras do In-finito,
de lâminas de raios do Sol,
o nada passeia na lua minguante
resplendido de ínfimos raios brilhantes,
o tempo de-cursa lento e tranquilo
nas margens do abismo sob a suavidade do vento,
o ser in-cursa leve e suave nos bosques de grutas
em cujas soleiras ovelhas refestelam-se,
nas ruas, alamedas, becos
em cujas vias deixo rastros,
onde haveria-de perquirir os vestígios
Do fogo libertando da pena as trevas,
Fogo que lambe a lucidez,
Fogo que rasga o peito,
Fogo que alucina,
Fogo que acende a querença da
Sabedoria,
Fogo verbis que reverbera o exílio do poder,
A solidariedade da terrae naturalis,
Não somos todos filhos da terra,
Senão na Cadência de sonhos a-poéticos a transformarem
A miragem telepática de fábulas lavrando o invisível,
Aquecendo no lampejo dos pretéritos...
Brilham as quimeras nas querenças
De elevados ideais.
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Fome num prato de sopa de legumes.
Olhos de todas as línguas.
Voz de orifícios,
Frinchas de ruminâncias,
Alardes, algazarras,
Meiguices indolentes do nada
Salpicando gestos suaves da caverna,
Palavras sujas de álcool.
Gestos conduzidos,
Som enrouquecido de moleza, lentidão,
Estribada entidade insulta inocências.
Vertem-me lágrimas na face de alegria,
Quiçá até de júbilo,
Alfim pretéritas são situações e circunstâncias,
Sede numa taça de vinho,
A vida é comunhão com os olhos, pelos ouvidos,
Suspiros profundos, a língua seca.
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Tudo que nos é oferecido originariamente na ‘intuição’ (por assim dizer, em sua efetividade de carne e osso) deve ser simplesmente tomado tal como ele se dá, mas também apenas nos limites dentro dos quais ele se dá. A consciência é sempre consciência de alguma coisa e o objeto é sempre objeto para uma consciência.
De mim excedi os limites do mister,
Extrapolei as fronteiras das prioridades,
Descosendo o espírito Inspirador
Cânticos, baladas brotaram para esse entoo
Con-sentir nos arrabiscos dos verbos
As declinações, extravios, as defecções,
Retiradas do cofre, desembrulhadas
As utopias,
A vida também deve manter a razão
Diante de mim.
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Elos indecifráveis eclipsados
Nas mágoas incompreensíveis,
Deixados aos ventos, silêncios,
Chamejantes artifícios de idéias,
Dentro em mim,
O crepúsculo sopra nostalgia.
O horizonte tremula de agonia.
A natureza chora, enlanguescida,
em suaves dolências de saudade.
O silêncio derrama-se profundo
em sinceros lamentos de tristeza,
pesquisando através de meus pensamentos
para o momento perfeito
#iévskis# sibilos do nada,
sussurram através das árvores de álamo
truques e telepatias,
Ontem foram ideais consumados, onde o destino?
Vazias as retinas do olhar, mister criar,
Inventar todo o tempo do mundo,
Sombras, luzes, trevas,
Jogando com os naipes da Surpresa,
No vai-e-vem, aclives e declives,
Lírica de mov-imentos ondeantes,
Efusivas as sensações...
#riodejaneiro, 24 de fevereiro de 2020#


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