#DIALECTO ZAGAIO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



EPÍGRAFE:
Ser poeta(poetisa) vai muito além de versos e estrofes.(Manoel Ferreira Neto)
Um apelo
levado
pela
memória...
Não
sou real.
As
antípodas da moral
Tem
direito
à
EXISTÊNCIA!...
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Abaixo o passado!... Abaixo as linguagens e estilo do pretérito que intendem-se ser sementes, o des-velar dos mistérios e enigmas do vir-a-ser... o des-enovelar dos destinos e sinistras tragédias... o des-elencar de psicodelias e lácias trevas de sons metalinguísticas. Hurray ao Nada, eidos do presente, senda e vereda para o In-finito!... O que seriam das esperanças, sonhos, utopias, não fosse o Nada? O efêmero são con-ting-ências, o Vazio são luzes da trans-cend-ência, o Nada são penas e asas da Águia da Liberdade.
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A superfície da obra-prima
emula o sentido,
o vivo,
mesmo que ec-sistam o engenho e a arte
de encontro,
mesmo que ec-sistam o dom e a inspiração
das utopias e quimeras,
mesmo que existam o talento e a agilidade
dos projectos e interesses,
tese, antítese, síntese,
longínquos sítios da verdade
distantes lugares do não-ser,
invisíveis cantos da ipseidade,
cânticos da facticidade,
boleros da “falta do ser”,
balalaikas dos "lapsos psíquicos",
lapsos neurastênicos,
lapsos esquizóides...
os pequenos enigmas
são um perigo
para as felicidades alvissareiras.
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Afigura-se-me ser suficiente
a afetividade.
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Esplendendo-se as palavras
Às metáforas dos sentidos e sensações,
Das con-tingências do não-ser,
Abrem-se de verbos as regências do sensível
Escancaram-se de linguagens de estilo
As dimensões da falta e falha da criação,
À luz fosforescente e diáfana
As sin-estesias do poema ec-sistencial
Ser e não-ser,
Liberdade...
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Pintar as coisas com novas cores,
Continuar pintando-as
O que podemos fazer com a imponência
de cores que as palavras enunciam,
os verbos pronunciam,
as regências confidenciam,
De onde pegar a solução mágica?
O que podemos fazer com erupção
de sentidos e gnoses
que a pintura subjetivada
produz e desagua na alma
Por onde vislumbrá-la, deslumbrá-la
visionalizá-la?
Em que dimensão íntima
Captar-lhe o pulsar
Vulcânico?
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Re-versar o futuro às ad-versidades das coisas inéditas, para que ter de procurar a nobreza
ali onde ela vive a vilania,
e minhas ambições não encontrarem quaisquer
satisfações, se eu quisesse re-prosar
num dialecto zagaio? Será que as metafísicas voltarão ao momento em que as coisas longínquas ergueram o olhar para mim e sentiram desprezo,
indiferença?
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O ser-livre
Estar em questão....
Produzindo
A floração e a maturação
De todas as idéias e volos
Sem permitir o surgimento
Das ervas daninhas da força
Do poder,
Do pesar e da chateação.
Não aprecio virtudes
cuja essência
São a própria negação,
Privação das náuseas
Existenciais.
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O encontro das percepções
escapa a qualquer fantasia,
A conquista das intuições
Foge a qualquer inspiração,
A realização das intenções
Carecem do conhecimento,
Emoção,
Sensação
Da verdade e singularidade
Da liberdade em questão
Da consciência volando
As utopias do Ser.
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Virar o presente às avessas, re-versas, in-versas, sentir-lhe nos re-cônditos da inspiração,
mergulhar em sua sensibilidade,
nele outras categorias estão inscritas, outras palavras com sentidos inda mais profundos se re-velam, in-ovam-se os conceitos, re-novam-se as definições, des-ovam-se as exegeses do nada vazio de luzes e perspectivas; de letras apagadas e ciências ocultas, que são os vernáculos do passado, viveram os séculos e milênios, outros tempos, outro pincenez por onde ler a vida com mais trans-parência, visão-[de]-mundo sob outras miríades de com-preensão.
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Ser o viver
do bem-estar,
da paz.
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As numinâncias do sol de ontem esvaeceram-se.
Os raios que, ilusão de óptica, fizeram o asfalto
tremer,
apagaram-se.
Raios e numinâncias de hoje são outros,
não há nem similaridade mais.
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Dever-me-ia sentir angustiado,
mas a angústia significa
ora uma ideia destilada,
ora desenvolvida...
que melancólica faz-me esperar
a náusea, o vômito das premissas e lógicas,
ora um pensamento defasado,
ora para além do abismo e das cavernas,
que seivado de euforia e tesões da magia
enobrece os devaneios do esplendor
das saudades do eterno.
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Emoções vividas, pensadas,
entendidas,
acontecem e fluem
nos labirintos da interação.
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O coração
sem vínculo algum,
indistintamente,
através de todas as coisas,
abstrai-se...
#IGUABA GRANDE(RJ), 06 de fevereiro de 2020

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