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Mostrando postagens de setembro, 2018

#ALDEIA DE LÁGRIMA DOS INSANOS - III TOMO #UTOPIA DO ASNO NO SERTÃO MINEIRO#

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CAPÍTULO XI - II PARTE À noite do dia em que Ratto Neves mandou o pregador ir “pentear asno”, ou melhor, “pentear macaco”, estivera ele deitado à rede na varanda da casa, lembrando das coisas do tempo de escola. Não gostava de ficar no meio da criançada brincando no horário do recreio. Preferia ficar sentado a uma carteira à porta da classe, que ele próprio colocava, olhando aquela bagunça, gritarias, correrias. Quase nem falava com os colegas. Sentia vergonha deles. Não sabia explicar de que vergonha se tratava. Não era de uniformes impecáveis na higiene e asseio, não era de as notas serem mais do que as dele, das inteligências serem mais de alto nível do que as dele. Não era por diferenças sociais e humanas. Era vergonha. Às vezes, dona Quita – seu nome era Quitéria -, a servente do grupo em que estudava, via Ratto Neves olhando as crianças comendo os lanches que a mãe preparara, sentindo pena dele, não tinha nada para comer. O que fazia, dona Quita, diante dessa

#ALDEIA DE LÁGRIMA DOS INSANOS# - III TOMO #UTOPIA DO ASNO NO SERTÃO MINEIRO#

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CAPÍTULO XI - PARTE I Imagino se estivessem aqui crianças, sentadas ao banco de madeira à mesa, na grama, ou deitadas com um dos bracinhos amparando a cabeça, estando eu, sentado no banco, as patas traseiras cruzadas, as dianteiras amparando a cabeça, contando-lhes histórias de andanças enquanto puxador de carroça!... Quem sabe até não improvisasse óculos com galho fino de árvore, tampinha de garrafa, para fazer mais cena ainda. Acredito que morreriam de tanto rir de tantas jericadas a que assisti, relinchando e até rebolando enquanto subia e descia ladeiras. Não mais pediriam aos pais que as levassem ao circo, adoram as brincadeiras dos palhaços. Isto quando aparece em Lágrima dos Insanos. Teria todos os santos dias platéia enorme para ouvir as jericadas de asno chamado Lúcifer-Incitatus. Não aparecessem circos na cidade, não teriam público mais. Dar-lhes-ia dos meus instintos contínua prova de jericadas e asnices, fazendo-lhes rir; em sombras cevaria a saudade, i

SILÊNCIO DE VENTOS LARGOS DE MONTANHA# - Manoel Ferreira Neto: DESENHO/GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: PROSA SATÍRICA

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Ad-jacentes relices metafísicas que engendram os re-versos e in-versos das idéias e comportamentos para se trans-formarem em motivo de mangofas, não importando, nada de tintas, de qual boca provenha as parvoíces, contanto que evidenciem todos os caracteres da espécie sábia e que saiam destes templos onde tem sede a infalibilidade tradicional do gosto, a infalibilidade estética é tão duvidosa que se pode ser persuadido da falta de gosto e da falta de idéias e da grosseria estética do sábio. Tudo é prêmio do tempo e no tempo se con-verte, o tempo flui sem dor, sem derivativo. Não seria o melhor as orlas destas relices metafísicas in-vestigar, perquirindo onde é que se radicam a relice do esperto, a deselegância do elegante, e simplesmente reverenciar se a res-posta for no gosto des-enfreado de, na ausência, no ardor contido, esbaldar. Parvoíce de nonadas e nada. Trocam as palavras de lugar para darem sustância ao que chamam de idéias originais, trocam, com a troca das pala

GRAÇA FONTIS POETISA PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA A PROSA #PREÂMBULO DA DESCRIÇÃO FILOSÓFICA DAS RARIDADES#

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Maravilhoso texto, o questionamento sobre a possibilidade da felicidade plena ser viável ou não, há muito o que se pensar, e você, sim, teceu com muita arte as palavras, como sempre faz com perfeição esmerilada, falou com seriedade, mas também troçou sobre seu sorumbático momento à deriva nesse mar consciente de uma realidade imposta mas ainda bem distante da tão almejada, tudo isso desenhado logo ao amanhecer com olhar nostálgico sobre instantes da gélida chuvinha onde o céu nebuloso acena convidando a mais reflexão sobre esse tal de desequilíbrio da vida entre seus opostos polares internos, e como salpicou, sarapalhou, dançou e pintou... como ninguém mais, meu Escritor Preferido! !! Beijos... Graça Fontis Raridade não é tecer com arte as palavras, raridade é descrever o momento sorumbático sendo o preâmbulo, introdução das raridades, como você tão genialmente diz no comentário "desequilíbrio da vida entre os opostos polares internos", sendo o cerne da p

PREÂMBULO DA DESCRIÇÃO FILOSÓFICA DAS RARIDADES# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: PROSA

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Que é o odor agradável e sensível da esperança, sonho, utopia, sorrelfa, quimera das nostalgias que confeteiam da arte de tecer as saudades melancólicas e ensimesmadas de salpicos e sarapalhas regenciais da perfectu-itude do amor-caritas nas ad-versidades e div-ersidades do "come, pequena suja, come chocolate, olha que não existe outra metafísica no mundo senão comer chocolate", eis o fingimento, eis a farsa, eis o ethos do son, poesia e identificação do ethos da música, do acorde do violão do boêmio que canta o lírico das linguísticas!.. Que figuram as orquídeas da Alegria Breve? Únicas flores neste árido terreno do meu coração, circundado por uma ilha, mangues, praias. Mister agora um raio que as anime e lhes conserve o perpétuo viço. Se a vida pudesse ser eternamente orquídeas da Alegria breve, provável seria que o coração adquirisse a paz almejada. Verbos defectivos ornamentam seus ideais de sombras e hiatos, conjugando as situações, circunstâncias com os p

CARTA ABERTA AO CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DO BRASIL, JAIR BOLSONARO!

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Senhor Candidato à Presidência da República do Brasil, nós, os brasileiros, estamos carentes, solitários, tristes, desconsolados de Justiça, de Liberdade, de Consciência, estamos carentes da Verdade de nosso Destino aos olhos dos Brasileiros, do Mundo, da Humanidade, estamos urgentemente necessitados de uma luz nesta ribalta da Liberdade, da Justiça, pedimos-lhe encarecidamente levar em tempo as nossas esperanças, os nossos sonhos, as nossas utopias, um Brasil realmente Brasil, onde todos dão as mãos na construção de uma Verdade de nosso País. Em toda a História Brasileira, os caminhos do não, de algum modo a Corrupção, a Falta de Ética, de Estética, de Solidariedade, de Compaixão, e assim vai-se o Brasil ao longo dos séculos, dos milênios, o seu POVO nunca vivendo o que merece viver de LIBERDADE, DE JUSTIÇA, DE AMOR. Senhor Candidato, sabemos o que sente a sua alma e espírito voltados aos seus ideais da verdade de uma outra realidade brasileira... Então, como poss

ORVALHANDO AS PALAVRAS DE PÁGINAS VIRADAS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO

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Houvera pretérito de lembranças nítidas e nulas, re-colhidas e a-colhidas do momento, se se desejar, instante-limite, na ponta da língua as palavras descritas da conversação, ouvindo-as, no cume da Serra do Cabral, acompanhado de um professor de História, fora seminarista, companheiro de grupo, estava por se formar no curso primário, quarto ano, estava eu no segundo ano, e um aluno de curso científico, primos, as conversações eram prolixas e herméticas, aquela linguagem carregada de erudições, questionamentos e investigações históricas, filosóficas, literárias, com aquele toque do estudante científico, suas perguntas peculiares, alto-inverno, a neblina e as nuvens, entrelaçadas, caíra uma tempestade enorme no final da tarde do dia anterior, choviscara durante a madrugada, quiçá me prospectivasse, dissesse-as ipsis litteris, passaram-se trinta e cinco anos, estava diante de um abismo, evadi-me, contudo permanecendo no mesmo lugar, os amigos atrás, arrumando as coisas para um ch