GRAÇA FONTIS POETISA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA POETIZA O POEMA PROSAICO #SEM AD-JACÊNCIAS DAS ARRIBAS#, DE Manoel Ferreira Neto



#TERRA PIRATA#
GRAÇA FONTIS: POEMA


Dedico ao meu esposo e companheiro das artes, Manoel Ferreira Neto.


Ao silêncio declaro uma nação.
Meu corpo entregue à tensão impressa da voz
Ao silenciar a tirania
Dos ruídos inquisidores
Quando a imaginação imprime meus gestos no ar
Movimentam as minhas emoções em provocação
A repressão camuflada
Na plasmação das nuvens
E dúvidas infinitas
Que roubam qualquer direção
No domínio que arde
Expondo chagas
Incendiando o incompreensível consciente
Na plasticidade omnisciente
Do real caminho por muitos outros trilhado
Que concede prazeres
E dor em profundidade
Aos indecifráveis enigmas
Vezes ignorados, outras eclipsados
Às angústias ancestrais
Na transfiguração humana
E é nesta terra pirata
Nas aventureiras palavras
Que minha linguagem busca refúgio
Revestido de couraça da obstinação
Que resista à taça de fel inerte no tempo
Aquando cristais sonoros ecoam
Ágidos brilhos da constelação oculta
Além partida
Iluminando a nebulosa madrugada
E brancos desejos de um vulto acorrentado
Encarcerado na solidão da noite
Em que olhos macabros
Nesta região abstrata
Sondam e querem devorar
O que? Meus sonhos!
Até quando?


Graça Fontis


(#RIODEJANEIRO#, 11 DE SETEMBRO DE 2018)


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