#SILÊNCIO DE VOZES SIBILANTES# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: POEMA



As palavras seriam as mais sensíveis,
Porventura desejasse-as iluminadas,
Porém, todavia quem dera pudesse fazê-lo!
Quê "amáveis do mundo" - re-presente as intenções!
Contudo, não sei quê - se fosforescente, se diáfana -
Luz as iluminaria,
Aqui, sei-o... a finesse brincadeira dos ad-versativos,
que teríeis de fechar vossos olhos para as ouvir
neste cântico de versos lindos,
ternos, amorosos, meigos, compassivos,
solidários,
O criador cuida sempre de niná-las, adulá-las,
Cuida sempre de educá-las, humanizá-las,
O verbo da "humanidade-de-ser",
Seja-lhes presença eterna.


Sim! Uma luz que viria de dentro dele,
Dentro do gótico a luz,
Dentro da luz o espelho gótico da imagem
Raios que viriam de dentro deles,
Espectros esvoaçam no interior deles,
Dentro da luz as goticidades da verdade por vir,
Luz e raios que lhes habitam os interstícios do ser,
Os recônditos do tempo, o âmago dos verbos e dos ventos
Verbos de ventos que sopram de dentro os sibilos do tempo
Ventos de verbos que frontispiciam a transparência,
Evidência da luz,
Ausências, carências, faltas-do-ser
De trevas, brumas.
Sentimos todos a luz,
Mas a existência da luz
É a entrega plena por fazê-la iluminar,
Por fazê-la brilhar,
Por fazê-la esplender-se,
Por fazê-la ser!


Queria trazer-vos um cântico de versos lindos
A-nunciando re-versos ideais cujos desejos trazem em si
A luz de raios diáfanos que ilumina
Raios de luz e cores
O silêncio de vozes sibilantes que regencia sentimentos e palavras
Re-velando in-versas utopias cujos sonhos e fantasias
Inter-ditam ocasos do crepúsculo,
Inter-tecem porventuras no de-curso, per-curso
Visões do há-de ser "outro dia", ideais,
In-auditam ritmos e melodias dos sons do universo
Sons son-éticos do nada,
Sons sonemáticos da nonada,
Sons son-ísticos da travessia e das metafísicas,
Colhidos nos mais profundos interstícios de mim,
Sons cor-ísticos da viagem por esperanças, ilusões,
Sons cor-éticos do refestelar no porto as visões além-mar,
Sonos cor-emáticos da imagem perscrutando sentimentos
Emoções do criador.


Deixai-me segredar-vos
Um dos grandes segredos do mundo:
- Essas coisas que parece
não terem qualquer sentido, qualquer beleza,
qualquer mensagem, qualquer cântico
de amor, de sublimidade
é simplesmente porque
não houve jamais quem lhes desse ao menos
um segundo olhar!
não houve jamais quem lhes in-vestigasse
e delineasse, burilasse o croqui espiritual
e o esboço das contingências!


Se, às vezes, vós perdeis a paciência comigo,
censurais-me, xingais-me,
não vos dou qualquer oportunidade
de outras realidades, de outros horizontes,
de outras verdades,
é que ainda não compreendestes
que a felicidade está dentro de vós,
só vós podeis sorrir de alegria e contentamento,
se me olhardes com os olhos da esperança
e utopias.
Quem sou?
Eu... ninguém... em verdade?
E só vislumbrarei o eu de mim,
Se perquirir-me a cada passo "quem sou",
Con-templando as atitudes, ações, decisões,
Sobretudo a liberdade de as realizar,
A questão é a sinceridade das contingências
À busca do Ser.


(#RIODEJANEIRO#, 14 DE SETEMBRO DE 2018)


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