#VERBO DE TODAS AS PRIMAVERAS# Manoel Ferreira Neto: DESENHO/PROSA GRAÇA FONTIS: PINTURA



DEDICATÓRIA



À minha amada e mui querida Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, este PRESENTE de ANIVERSÁRIO, 23 de setembro de 2018, domingo, desejando-lhe muitas alegrias e conquistas com as letras por que se apaixonou de amor, muitas felicidades na sua vida. SEJA MUITO FELIZ, MEU AMOR! PARABÉNS!...
Beijos no coração, na alma, no espírito...


Manoel Ferreira Neto


Apenas porque Você diz a primavera ser a estação da semente das flores - na natureza a estação das flores, da natureza, ou seja, exterior a nós, a re-novação -, os olhos con-templam o espírito da in-ovação, re-novação, a alma sente aquele vento de desejo de in-ovar-se, re-nov-ar-se, semente da esperança, sêmen do sonho; e disse-o sorriso puro, ingênuo, os olhos além, semblante de um sonho, brilham de saber a possibilidade de patentear-se, são mãos à obra, nada re-verso, in-verso, verso, ad-verso, con-verso, disperso-me, voo nos pensamentos, idéias, nos sentimentos, remar-lhes o barco direção ao in-finito...


Apenas porque Você diz que estou aqui para iludir, re-verso o inter-dito das querenças, toco-lhe o coração sedento de amor, in-verso o in-audito dos sonhos, toco-lhe a alma carente de verdades, con-verso as re-velações do pleno, di-verso as contingências do sofrimento e dor, suprassumindo-as, acaricio-lhe as esperanças do sublime, afago-lhe os medos e dúvidas sem verdades, princípios, são sementes de outras conquistas, suficiente regar-lhes com inteligência e sabedoria.


Apenas porque Você quer provocar-me o riso, por métodos ilícitos, aquilo da cócega, rio-me de volúpia e desatinos, no riso também se faz cócega, não apenas no corpo, sinto-me noutra dimensão da terra-mãe, passeio no bosque, contemplando as aves, animais, o sibilo do vento, o som das águas pouco distantes, as flores...


Apenas porque Você quer o Deus que in-audita as sublim-itudes do eterno que silencia os sons do uni-verso, que inter-dita as quimeras do pleno, re-velo as estrelas que velam as sendas e veredas do há-de ser, imagino as constelações circundando a lua, o espaço sideral, a-nuncio a lua que inspira o espírito da vida, a almática das ilusões e desatinos, a iluminação, os raios, arrebiques e ornamentos compondo as esperanças do Verbo de todas as utopias, as quimeras das Regências do sentimento de entrega.


Apenas porque Você está carente aquecendo-se à mercê das chamas da lareira, tomando uma taça de vinho, nos ínterins da leitura de ÁGUA VIVA, Clarice Lispector, viajando por todos os horizontes de suas desejanças e querenças, traçando projetos, fazendo planos, vislumbro o CRISTO REDENTOR, con-templo a Oliveira no cume da Serra, visualizo a neblina além-mar, sinto a maresia do mar nas noites de chuvinha fina, olho os brotinhos de rosa vermelha no canteiro do jardim, a abóbora que nascera, dizem que as abóboras nascem sem esperar, quando assustamos, ei-la.


Apenas porque Você pinta o croqui da donzela à janela sob o brilho da lua cheia, cintilância das estrelas, imaginando a águia que sobrevoa o in-finito, deixo o tempo escorrer por entre os dedos, deixo o presente do verbo conjugar-se, deixo a alma vagar por toda a extensão do campo, deixo o espírito flanar na leveza do ar, deixo os desejos comporem-se de versos-unos, deixo as utopias pervagarem livres atrás do sol, e vou sentindo as a-nunciações de sentimentos e emoções que traduzem a visão do além.


Apenas porque Você, embora sentindo alegria, prazer, felicidade, não aprovara o "mucho" na dedicatória, devido às suas associações, a Última Flor do Lácio é rica em associações, mesmo com vernáculos estrangeiros, apresento-lhe o sentimento com que o escrevi, "mucho" indo além de "mui", aquilo de "apaixonar-se de amor", contra-luz de "amar de paixão", mas em nível inda mais profundo, o mui suprassumindo o mucho, re-vela mundos inéditos, uni-versos, o "re-encontro", a missão consciente e radical das buscas do Verbo-Arte, contruirmos juntos esta paixão de amor na vida e nas artes.


Apenas porque Você dedilha as cordas do violão imaginariamente, tocando uma canção que diz da verdade das ilusões, lembrando-se de passeio de mãos dadas com o namorado, recordando-se do crepúsculo, quando sentiu a presença do eterno, do divino, do ser, ouço a voz da felicidade, recitando a pureza, escuto o sussurro do prazer, declamando a volúpia do porvir.


Apenas porque Você deita no meu peito, sente-se segura, amparada, sente-se alegre, contente, beijo-lhe suavemente a testa, acaricio-lhe o rostinho, desejo-lhe sono repleto de sonhos, e digo "Amo você, viu! Durma bem!"


#RIODEJANEIRO#, 21 DE SETEMBRO DE 2018)


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