GRAÇA FONTIS ESCRITORA POETISA PINTORA RESPONDE AO COMENTÁRIO DE SONIA GONÇALVES E À RESPOSTA DO ESCRITOR MANOEL FERREIRA NETO À POÉTICA PROSAICA #RECOLHENDO E ACOLHENDO ANUNCIAÇÕES DO EXÍLIO#



Se há sinceridade nas letras? Isto depende da formação moral, emocional do escritor. Este sentimento é raro e nem sempre está em disponibilidade dentre humanos, no escritor cabe a tendência proverbial, a insinceridade paralela ao superego, aquando facetar sua escrita em tantas quantas nuanças verbáticas, ao ledor um colorido de palavras excepcional, quando a inspiração chega sem hora marcada, como um viajante trazendo lembranças atemporais e enigmas como fenômeno mediúnico extaseando-o, mas isto é raro, tão raro a deixar impressão de não mais voltar, e num repente "pá", chegou, e é só dar-se ao grande poder da comunicabilidade com a ação da bela inspiração.


Sim. Cuidando-se da sutileza simetricamente acentuada dentre paralelo vertiginoso do real presente e a profundeza da alma. Daí o meu sincero crédito ao grande escritor Manoel Ferreira Neto, sem dúvida, não cairia no mimetismo oculto do seu instante inspirador como um camaleão dentro das letras confundindo todo o panorama textual aos nossos olhos, já o saber a inspiração não se acovarda nem se amolda aos ilusórios ardis humanos. Assim, vejo e digo, e não me prolongarei nestes assuntos relevantes quanto diz o escritor.


Estaria eu tentada à prolixidade, isto não. Apenas um tópico a mais. Eis-me, caríssimo escritor, com um parecer correto ou não, mas justo como uma luva cirúrgica em cirurgia de grande porte.


Concluindo, não achei que houvesse inspirado em mim, sei bem discernir artificialidades da verdadeira inspiração e que ELA("a INSPIRAÇÃO") lhe toque sempre, mesmo possa eu um dia estar distante de ti, grata pela homenagem, sabendo não ser eu a inspiradora deste belo feito.
Beijos!


Graça Fontis


SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA A POÉTICA PROSAICA #RECOLHENDO E ACOLHENDO ANUNCIAÇÕES DO EXÍLIO#


Todas as vezes que escreves dedicado a tua musa, mulher amada, mais beleza ainda em sua escrita Manu... Parabéns por mais esse texto que rutila em cada letrinha, que antes de estar aqui esteve em alguma mina de pedras preciosas secretas por sua mente, onde garimpas num açude fértil de poética para produzir tais belezuras... Lindo e riquíssimo texto com sua expressiva marca Manu.Parabéns também para a Graça pela linda pintura...Bjoss para os dois lindos!


Sonia Gonçalves


Em primeira instância, caríssima amiga e companheira das letras, Sonia Gonçalves, a intenção desta poética prosaica fora de tecer análise e interpretação de dois outros textos cujo tema fora este, E AS LETRAS VOLTARAM APÓS UM DIA DE EXÍLIO, domingo não publicara uma linha sequer, só na madrugada para segunda-feira, a minha visão das letras, da filosofia, da poesia. A dedicatória à minha amada esposa e companheira das artes surgira por nós dois estarmos sempre conversando sobre isto e aquilo, os seus comentários e análises de textos e poemas de minha autoria. Então, deixei-a imaginariamente tecer a crítica aos dois outros textos, inclusa da obra reunida.


Conheço e bem as análises e interpretações de vocês minhas críticas e sei que pensam e sentem assim, sentem-se deslumbradas, acreditam que estive em alguma mina de pedras preciosas secretas de minha mente, garimpo no açude fértil de poética. Creio poder assim afirmar, sem incorrer em despautérios: "NÃO ESCREVO, SOU ESCRITO", as palavras sabem de sua poesia, poética, o que lhes faz os olhos brilharem de prazer e êxtase.


Por isto, a obra se revelou neste nível, o que Graça Fontis lê e sente da obra, e o seu Amor que a mim dedica e entrega, uma gratidão eterna! A crítica, sob o lince de meu olhar, mostra, manifesta o seu eidos, o eidos desta trilogia E AS PALAVRAS VOLTARAM APÓS UM DIA DE EXÍLIO!


Beijos nossos, querida.


Manoel Ferreira Neto


#RECOLHENDO E ACOLHENDO ANUNCIAÇÕES DO EXÍLIO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POÉTICA PROSAICA


DEDICATÓRIA:


Á minha mui amada Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, o meu eterno agradecimento por seu amor, por tudo o que me ensinou e ensina nesta jornada das Artes e da Vida. (Manoel Ferreira Neto)


Epígrafe:


"E as letras voltaram após um dia de exílio."(Manoel Ferreira Neto)


Palavras
Puramente poéticas,
Filosofia apenas contida
No ser exegético das próprias palavras.
No ser metafísico das próprias metáforas,
No ser semântico e linguístico das idéias, pensamentos,
Tudo o mais é devaneio sobre estas mini férias
Das palavras que as deixaram revigoradas na força,
No brilho, no sentido, na fonética e métrica apuradas,
Na son-ética e sonemas, intrínsecos o ritmo e melodia, Discretamente,
Entre linhas, numa abissal escultura de poiética!


Nalgum porto longínquo o tempo declina o inferno da metafísica do ser
E o destino deperece o fruto do encontro
Do sublime e o silêncio do ser
Terrenos da alma, nada há de baldio neles
O sonho do verbo ser na roda-vida
Das dialéticas concebe o eterno.


Convidar as palavras para, juntos, comporem sua dança de maravilhas semânticas e, maravilhados, convidarem ledores - as palavras e o poeta - a desfrutarem desse re-encontro, como se fora o primeiro e único.
Palavra aliada,
Cúmplice de todos os seus momentos,
Primeiro encontro
Poeta e sua amiga-de-palavras,
Vida matrimonial
As palavras e as imagens,
De recolher metáforas da felicidade e entrega
Num sentir do abraço terno
De "gratidões "eternas!


Sobre a visão adentro à vida o testemunho de íngremes labutas
Irrompendo as algemas, correntes das falsidades milenares do póstumo
Leituras uni-versais da metafísica do ser, esquecendo-se da con-tingência
Vagando pelas brumas e sombras das etern-itudes de travessias vãs
Além do in-finito do verbo só as fin-itudes julgando a inocência pura.


E as letras voltaram após um dia de exílio!...


O des-afio de se revelarem, de mostrá-las, de des-cobrir-lhes o sentido e o eidos tem cheiro de guerra, tem catinga de morte.
aquando o fraco não protagoniza, o fracassado não re-presenta a vida, a vida protagoniza a morte, re-presenta o fim de tudo.


Miríades de sons, perpassando em ondas as sendas de ventos
Além de verbos conjugados, utopias a-nunciam-se plenas de desejos
Nos interstícios da alma conceber veredas, fontes cristalinas de real-ização
Ornamentadas de arrebiques que elevam da con-tingência o infinito do ser
Estendendo-se aos horizontes de esperanças o universo do sonho,
Ledos enganos a inspiração a conceberem, gerarem a luz do espírito.


O que os poetas evocam, o que pela memória re-cuperam, res-gatam, re-colhem e a-colhem é ao mesmo tempo estabelecido e fundado(desvelado pela Palavra) por eles, pois criam o que vai ficar para sempre. A festa que as palavras participavam com todo fogo e chamas, balalaikas e fados, é uma aproximação do sagrado. O ser não é mais re-conhecido enquanto ser, o olvido deste mesmo ser atinge a sua forma mais extrema, aquando o sujeito humano vai se essencializar como volúpia/vontade do verbo das palavras.


E as palavras voltaram após um dia de exílio!


Fósseis quimeras do efêmero à mercê do in-audito mistério da gênese
En-grolando de versos as palavras re-nascidas no eidos de verbos defectivos,
Re-fazendo de metáforas do insólito as efígies imaculadas de volúpias, êxtases,
Re-construindo o templo de metafísicas das poeiras ao longo dos caminhos,
E o espaço temporal que hoje habita a alma perdida descuida estrofes
Irmanadas aos epitáfios escritos pelo tempo sobre o gozo das hipocrisias,
Relevando os escombros das mentiras seculares os interesses da magia do ser,
A antiga liberdade sob o vedado sol, delineando lapsos curtos do pensamento.


É preciso descer à solidão da memória
E começar a garimpar cristais perdidos,
É preciso subir ao silêncio do ser-espírito
E inicializar a con-templação do porvir,
Do verbo por se tornar carne,
Ter aquela vontade indescritível e indizível de ser
Ele o tesouro mais importante que todas as coisas no mundo.
Um dia algo foi bom,
Verdadeiro,
A luz do sol re-fletiu na pedra angular do ser e do espírito
A querência suprema do homem,
O AMOR,
E o reflexo deixou-lhe perplexo...


Dores, angústias, tristezas, melancolias, nostalgias
Aquém da imagem refletida no espelho de fantasias, imaginações férteis.


E as palavras voltaram após um dia de exílio!...


#RIODEJANEIRO#, 17 DE SETEMBRO DE 2018)



Comentários