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Mostrando postagens de junho, 2019

#O QUE DESAPARECE NAS CURVAS DO TEMPO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA

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A subjetividade re-veste a leitura de sentimentos e emoções, deseja mostrar-se na sua plenitude. Os homens somos eternos questionadores, “devotos” dos porquês!, reverenciadores do "cá de que"... (Pobre de quem não pergunta: nada tem dentro de si, vive dos medos das respostas, vive na escuridão dos desejos e vontades, vive na miséria do pensamento e das idéias!). A pobreza dos homens, hoje, ultrapassa todos os limites; ninguém se dis-põe às perguntas, ninguém se angustia com a ausência de respostas; estamos todos enchafurdados nos prazeres materiais – tanto melhor, pois que nada nos exige, nada nos obriga, não sentiremos qualquer dor ou sofrimento de uma busca verdadeira. Onde estou, infeliz de mim? Que escuridão é essa, que trevas me rodeiam? Estou no paraíso de minha inocência ou no inferno de minhas culpas? O que oscila entre o espelho e a memória? O que desaparece na curva do tempo? Quem me toca? Ó tu, quem quer sejas, que estás aqui comigo, se é que tu

#ACASO DAS MAGIAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA GRAÇA FONTIS/Manoel Ferreira Neto: PROSA

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Antevendo o tráfico benéfico, as saídas iluminadas pelo êxtase presente nesta terra umedecida pela garoa incessante da noite, estacionada neste inverno de acolhedor e enfático ao olhar sonhador, sensuais e receptivos as tantas imagens inusitadas a pirilampearem num linguajar dançante, na leveza mística em direção ao horizonte em que o cais solitário aplaude a expectativa das chegadas e partidas ao deixarem prévias saudades e assolamentos de sonhos e esperanças esculpidos no vir-a-ser dos movimentos espacionados entre manhãs, tardes e noites num lamber intermitente do tempo em instantes frêmitos coagidos pelos átimos das contradições ao sorverem com percuciência tudo que as mãos detentoras das revelações reflexivas sobre as partículas audíveis de vozes a esmo no tempo soprem o hálito eidético no repente do deslumbramento verborréico no acaso das magias. Toque solitário, sensual que vem de antanhas utopias da liberdade, no ritmo de árias longínquas, aquando centelhas de sol-ris

PALAVRAS OBLÍQUAS E OBTUSAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA

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O que você espera... Aplausos por suas letras de não, por suas poesias de nada? Louvores por sua cegueira, por sua alienação? Encômios por sua hipocrisia, por sua falsidade? Busto de mármore em praça pública por sua falta de inteligência, visão de mundo? Três tapinhas nas costas por suas idéias retrógradas, por seus ideais chinfrins? O meu sorriso de orelha a orelha por suas trafulhices, por suas viperinidades? Compaixão e comiseração por não ouvir as vozes da carência, da desolação? Faça-lhe uma dedicatória manuscrita por sua negação e refutação aos princípios éticos e morais? Teça-lhe um tributo por sua insensibilidade e indiferença ao sentido da vida e do ser homem? Glorifique-o por abraçar as seitas mefistofélicas vestidas de verdades eternas, moral e ética lídimas e probas? Reverencie-lhe com diplomacia e humanidade do ser por se haver feito, por ser ovelhinha de rebanho, o rebanho é o porta-voz da dignidade, honra? Eis-me

LADEIRA DO VENTO E DO SILÊNCIO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO

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E agora, José, que as minhas perguntas a você são diferentes das que Carlos Drummond de Andrade lhe fizera, você acha que vão me crucificar? E agora, José, que o uni-verso come com linces do olhar os in-fin-itivos de confis e alhures? E agora, José, que o instante-limite do nada é o absurdo das facticidades? E agora, José, que as páginas em branco dos ideais do belo permanecerão vazias de letras? E agora, José, que a vida é somente a última esperança da eternidade? E agora, José, que o tempo silenciou os sibilos do vento? E agora, José, que o vento espalhou as folhas secas ao longo da colina? E agora, José, que os janeiros do rio passam de por baixo das pontes? Trevas. Sombras. Vazios. Nonadas. Silêncio. Vento. Solidão. Nada. Tempo. Silêncio. Náusea. Verbos. E agora, José, as esperanças iluminam o ad-vir. E agora, José, os sonhos a-lumbram perspectivas do In-finito. E agora, José, as utopias verbalizam as con-tingências dos ideais e volos do pó