SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA A PROSA #ABISSAIS BÁLSAMOS DO SER#





Belíssimo!! Um texto primoroso bem de acordo para esse dia do amor, dos enamorados, dos namorados tantos...O homem descobre-se ao amar, concordo, ser e amar, amar por estar e tornar-se amor.Lindas divagações meu querido poeta escritor.Lindo este amor que vives, onde se abriga nos braços da sua amada Graça, plenos vocês, serenos e completos no que diz respeito ao amor, incompletos no ser, porque o ser tem essa busca constante e infinda enquanto o sangue permanece quente nas artérias, mas eu admiro demais ambos, um amor lindo, um sonho, espero mesmo seja eterno porque acho que já é não é queridos?Bjos para os dois lindos!🌺😘😘


Sonia Gonçalves


Em verdade, Soninha Son, escrevera este texto para dizer um pouco sobre sentimentos, emoções, sensações, indagações, perquirições ao longo de uma jornada que ora completa três anos, uma caminhada de esposos, uma caminhada de companheiros das letras e das artes. Uma jornada inestimável, vai além de qualquer verbalização de comunhão de nossas almas, nossos sonhos e esperanças como cônjuges e companheiros, há uma unissidade que não conseguimos explicar, nossos ideais e utopias se completam, aderem-se. Sentimo-nos realizando a nossa vida juntos, a nossa caminhada rumo à vida maior. E seguimos fazendo as contingências do amor conjugal, com as experiências, e as contingências de artistas, com as quimeras e projectos.


Em termos de vida de artistas juntos, tive um grande mestre, Sartre com Simone de Beauvoir. Viveram cinquenta e dois anos juntos, amigos, grandes amigos. Sonhei eu encontrar a minha Simone, encontrei-a, o seu nome é Graça Fontis, encontrei-a no início da terceira idade, uma caminhada consciente. Aprendi muito com Sartre e Simone, sobretudo a questão das idéias, cada um tem as suas, é a sua liberdade, mas a comunhão delas projecta as utopias. Construímos nós os nossos ideais enlaçando nossas mãos, nas letras, na pintura, nas artes, e na filosofia. Efetivamente, nosso Amor já é eterno, mas vamos fazendo a eternidade.


Assim penso e sinto: o amor que alcança, atinge a eternidade, as portas e janelas do além se abrem insofisticamente.


Beijos nossos, querida.


Manoel Ferreira Neto


*ABISSAIS BÁLSAMOS DO SER
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA


Con-vexas pinturas ornamentam as nuvens azuis celestiais - digam, estou-me nas tintas, que "nuvens celestiais" é pleonasmo vicioso, pois só no céu existem nuvens azuis; dizem que lá em cima tudo é ilusão de ótica, não existem nuvens, um vazio sem limites -, quem dera houvesse alguma possibilidade de re-presentá-las em si mesmas nas letras.


Góticas imagens anunciam-se-me nos interstícios da alma, sin-estesiando-me de ternura, afeto, afeição, e digo com toda a pompa, envaidecido: "Amar é in-fin-itivar os verbos dos sentimentos que perpassam os abissais bálsamos do ser..." Ainda pensando e sentindo que não abordo o amor que em mim mora, habita-me a "casa do ser", digo: "Amar é sin-estesiar os sonhos do por vir, ad-vir-, vir-a-ser, de modo que o "eu" e o "outro" se pres-ent-ifiquem, o nós se humanize, sonhe a etern-idade".


Nada mais egoísta que ser eterno sozinho, nada mais solipsista que a etern-idade sem amar, chato passear pelo in-finito, universo, horizonte sem uma companheira, "companheiros até na etern-idade". Sou eterno no mundo, sozinho não sou, o amor que aqui descrevo é a minha verdade. Vivo-o plenamente com a companheira, mas ainda não é completo, quero com ela a eternidade - tranquilos e serenos, longe das con-tingências da vida, vamos viver de piqueniques pelos elísios campos da eternidos, passeios de mãos dadas, elo silvestre in-fin-itivo do além. Assim penso e sinto: o amor que alcança, atinge a eternidade as portas e janelas do além se abrem insofisticamente - também é óbvio: um casal de amados ficar só pela eternidade acaba em tédio, o além a diversão que sin-estesia inda mais o amor.


Trocar de oxigênio. amar não é o único supremo sentimento do homem. Há outro: o verbo do ser. Amar e verbo do ser são os supremos sentimentos. Mas só se conhece o verbo do ser, vive-o em absoluto, se se amar com o amor do sonho da eternidade.


Con-vexas pinturas, góticas imagens. O mundo é pequeno demais para mergulhar profundo nelas, mas sinto-as no mais abissal de mim, são as minhas "meninas veneno". Veneno que não mata, concebe mais vida.


#riodejaneiro#, 11 de junho de 2019#

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