COMENTÁRIO AO POEMA /**INSTRUÍ QUE..." DA POETISA, ESCRITORA Ana Júlia Machado.




Instrui - conforme reza no dicionário, o sentido é "educar", inclusive informando que nesta accepção ele é intransitivo, transitivo direto e pronominal - tombar e elevar tantas e tantas ocasiões de isto " o homem por inteiro" carece, em primeira instância de algum conhecimento de nós próprios, de quem somos, então compreendemos o homem, buscamos o que são faltas e ausências, e isto começa na própria sensibilidade, intuição, percepção da contingência existencial, então elevando as in-vestigações à vida no quotidiano das coisas, dos objetos, dos homens, ideais, princípios, sonhos, utopias, o que reside na alma, avaliando as circunstâncias e situações, após tantas derruídas, após outras tantas a serem, a copa e a abertura para o universo de compreensão de a instrução originar sentido à existência, sendas e veredas críticas e autocríticas, vou, pedindo licença à digna e queridíssima amiga, Aninha Júlia, Ana Júlia Machado, por tomar de minha a sua consideração sábia, a questão de "continuar espantado" com a profundidade desta instrução de que a escritora e mulher re-colheu e a-colheu do sentido disto, "desembolsámos uma existência completa para entendermo-nos a nós próprios." Instrui que nestas linhas estão inscritas com erudição, esta existência completa a que se refere a escritora e poetisa, refere-se à consideração de seus caminhos de poetisa, escritora e crítica literária, de ser humano, de mulher, mister comungá-los, aderi-los, a existência completa, contemplando-a in totum é que nos entendemos a nós próprios.


Instruí-me nas suas linhas, conceituadas versos poéticos, "... o jamais mais jamais se executa...", haverá outras trilhas, outras veias e vias, outras utopias e desejos, os caminhos são indescritíveis em todos os níveis, mas haverá sempre universos abertos para outras in-vestigações e avaliações, de saber e conhecer o homem por inteiro. Considerando as sinuosidades dos versos e sentimentos, o que reside nalma, nas engenhosidades e habilidades com as palavras, é que se pode adentrar na eidética de sua poesia, de sua criação poética, tendo antes intuído, e neste poema a sua instrução fora esclarecer o que é isto "conhecer-se a si própria."


Instruí que a perspectiva da imagem da luz que incide no espelho efêmero das sorrelfas é re-versa de raios, in-versa de cintilância; que os pecados que esconjurei de minhas entranhas fosforesceram de malign-itudes no entardecer da etern-idade, brilharam na eter-itude no crepúsculo do absoluto; que as vaidades escorraçadas dos interstícios de meus instintos foram glorificadas no covil de gênios, e quase tive um piripaque quando a imprensa escrita divulgou na manchete e escreveu matéria sem único verbo; que a egrégia verdade do jamais sempre jamais é a idéia do infinito refletida no côncavo con-vexo do espelho do obtuso incidindo a essência do nada, o espírito do vazio que a estra de poeiras metafísicas é o caminho mais curto para o inferno da psicanálise de forclusions da plena consciência; instrui que o rio sem margem, sem pressa é a origem da fonte que jorra o etéreo eterno do tempo de subjuntivos infinitivos; que o buraco mais fundo não é o do abismo, sim o do entre a verdade do póstumo e a in-verdade do eterno particípio da esperança, que a pena de galo velho molhada na tinta Parker 51 inscreve na lousa dos tempos a risada esgarçada da crença na crítica da razão pura; que o "fogo de Santo Antônio" é o fármaco para tornar os mistérios da inconsciência em consciência da crítica da razão crítica, que o obtuso re-versado de in-versos do nada vers-fica as miríades do sublime, ver-seja as plenítudes do não-ser evangelizado de ser-tao de veredas.


Manoel Ferreira.


Instruí que…..
Aletradei que querenças eternizas ou efémeras,
Alcançam ultimar em uma escuridade ou claridade
Que colossais amigos logram retornar-se pertinazes hostis.
Que a querença, erma, não frui a possança que eu conjeturei.
Que auscultar os distintos é o excelente fármaco e a trivial malignidade.
Que a gente jamais domina um ser de realidade,
Afinal desembolsámos uma existência completa para entendermo-nos a nós próprios.
Que fidúcia não é quesito de jactância, e sim de subsistência.
As ninharias de amigos que amparam – nos na caída, são muito mais pujantes
Do que os numerosos que nos impelem.
Que o jamais mais jamais se executa, e que o para ininterruptamente sempre finda.
Que a parentela com suas disparidades está constantemente sempre que se carece.
Por vezes, ou muitas vezes cincam. Mas há sempre um que está presente.
Que ainda não arquitetaram nada superior ao regaço de mãe desde que o Universo é Universo.
Vou continuamente espantar-me, faça-se com os distintos ou comigo.
Que vou tombar e elevar tanta e tantas ocasiões, e tantas já derruí
E jamais vou instruir tudo o quão ambicionaria…o tempo não lega tempo
Mesmo, que concedesse seria sempre a instruir-…..Mas só assim a existência origina sentido
Se tudo fosse tranquilo, o que haveria para fazer….Que mesmice seria a existência.
Mas tal-qualmente as quedas precisariam ser partilhadas por mais seres.
São iniquamente divididas…..


Ana Júlia Machado

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