ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ENSAIA A PROSA SATÍRICA #NUVEM DE TEMPESTADE DO COLÉRICO JEOVÁ#




No texto “NUVEM DE TEMPESTADE DO COLÉRICO JEOVÁ” de Manoel Ferreira Neto, direi que é uma prosa onde usa muito a ironia contra a falsidade e onde os oscos de intelecto cogitam que com suas rezas, sejam elas de Jeová ou outra doutrina qualquer, se salvam das crueldades e da falsidade que usam contra os outros e que usam o nome de um “deus” qualquer para as atrocidades que praticam. No que concerne ao que li apraz-me verbalizar que;
Dimanamos num planeta nubloso.
Onde as criaturas gracejam quando se observam.
Não se veem, meramente o que acreditam.
Suturando fraudes com uma linha delicada.
Dimanamos num planeta nebuloso.
Onde o astro-rei surge diariamente
Mesmo quando desgraçam-se em suas existências.
Espíritos ocos que estremecem.
Dimanamos num planeta nubloso.
Onde a futilidade surge.
Criaturas transitam, calcula-se nas idoneidades as que abdicam.
Como se o fenecimento os açoitasse.
Dimanamos num planeta nebuloso
Onde cada um indaga o seu desígnio
Peregrina ao ingresso da fera.
Como se fosse, aprazendo, seu tão desejado prémio.
Dimanamos num planeta tão nebuloso
Nós emanámos num planeta tão infeliz.
Nós emanamos num planeta sem ordem
Mas, o que é certo, é que ninguém quer abdicar dele, ponderando que a oração os livrava de todo o mal e falsidade, mesmo quando enunciam como profere o escritor Manoel Ferreira Neto, num tom irónico e satírico “partiu desta para melhor, um eufemismo, ou seja uma suavização de falar da morte como se livrasse de todos os males que fez no mundo…

Ana Júlia Machado

NUVEM DE TEMPESTADE DO COLÉRICO JEOVÁ#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA SATÍRICA

Nada vazio nos quintais baldios da solidão-pecta nas circuns-vertentes macambúzias e sorumbáticas que rezam o Pai-Nosso das in-surreições destituídas de instintos fervorosos, professam o Credo das heresias das virtudes supremas da ausência de paixões consolidadas, descendo à mansão dos mortos, encomendando as almas pecadoras e penadas ao Sétimo Inferno, à soleira do rio Cócito, para o deleite, prazer fátuos, fálicos, fáticos das maledicências escrotas que acendem os pavios da vela de sete dias para a salvação e perdão das viperinidades escritas às avessas dos divinos e endeusados princípios além do bem e do mal de um único raio de sol que atravessa o tenebroso, generalizado e duradouro dia-noite coberto pela sombria, melancólica e alta nuvem de tempestade do colérico JEOVÁ, considerações intempestivas, que intencionam ser flechas indiretas, por assim ser mais fácil a lei do menor esforço para atingir as vaidades e orgulhos da raça que "aporta no ancoradouro de fictícias" verdades e declama as capitais metafísicas da prova da existência do abismo em cuja profundidade habita a eterna imperfeição do saber se os sibilos do vento que sobem originam-se do nada ou se há alguma fonte que os concebe e exala, recita as veniais metáforas dos monstrengos e espantalhos virtuosos da moral de rigidez medrosa que teme escorregar e cair a qualquer instante, flutuando e brincando de alegrar de quando em vez com a sabedoria dançante, brincalhona, infantil e feliz, para não perder a liberdade sobre as coisas, embora tal menor esforço da lei torne-se categoria da falta de sensibilidade e inteligência, mergulhando numa violenta ânsia de penitência e ab-stinência, e nela veste a roupagem da ralé, como se fosse um hábito de cilício, elevando a cabeça aos píncaros do sublime intelecto, bailando de felicidade e êxtase, alfim as escritas escrotas servem com primor, excelência aos desígnios do Sétimo Céu onde residem todas as dimensões da serenidade, suavidade, tranquilidade, aquilo que chamam de vida melhor, quando dizem "partiu dessa para a melhor", que eufemismo esplendoroso!, como também servem ao além, aos grandes pulmões dos arautos e dos pés dos corredores, sempre entre as primeiras a enaltecerem o novo bem, e quem elaborou e artificiou tais escritas no livro escroto sabe de estados de alma elevados que produzem a embriagues e os ideais golpes de sentimentos fortes e nobres...

#riodejaneiro#, 21 de junho de 2019#

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