PINTORA CRÍTICA LITERÁRIA E ESCRITORA Graça Fontis POEMATIZA ANALITICAMENTE O POEMA #VIAJANTES DA GARBOSIDADE DISCURSIVA#




Ah, esse alheamento a porosidade existencial, a comunicabilidade
As lembranças resvalam, ressaltitantes
Na confluência do amor, transigem-se
Traseuntes das noites brancas,
Mais brancas que o dia
No fluido de divas formas em proveito do tempo
Halo de paz à cortina zelosa, selam
Sonhos proféticos não estacionáveis
Sejam quaisquer estações
Aos viajadouros embalados pelos verbos a mercê dos ventos
Invergáveis as tempestades, nutrem-se do fogo que alimenta
Nas trilhas inadiáveis, sem fronteiras
Nas curvas melodiosas e corcovadeadas a atentarem mais espaço as palavras
Gotejadas em rentidão ao orvalho do clima florestal
De cipós, samambaias e agarepés
Movimento vagaroso para o florescer
Sem dimensão do vazio que fascina
Indimencionável onde o nada não é definitivo
Às adequações, a reconstrução.
Numa viagem mesclada de emolumentos e congratulações
Pela tolerância alegre nas farturas e penúrias
Porquantas sendas as línguas aladas caminharam
Cantaram seus mistérios
Enigmas e esperienciamentos díspares do saber
Que só o tempo de esgueira
Modula e concretiza
Antes que frutos dessa jornada
Emurcheçam ao desvelar o "Sol".
Graça Fontis
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RES-POSTA AO POEMA ANÁLISE CRÍTICA SUPRA
Há-de considerar-se que adentrar-se numa obra poética, literária, tendo como intenção fundamental análise crítica da sensibilidade com que o autor criou, artificiou, patentou a sua obra, é tarefa árdua, exigindo a presença de todas as dimensões sensíveis, racionais e intelectuais, no sentido de estabelecer as sendas da compositura, desde a intuição, inspiração, ideias, ideais, delineando sentimentos e emoções à busca do "eu-poético", desejando fundar os sonhos, esperanças, utopias. A intenção fundamental da pintora, escritora, crítica literária fora des-cobrir, des-velar os caminhos desta sensibilidade poética em direção à busca do Ser, intenção só possível mesmo à sensibilidade artística da artista-plástica, os dons e talentos da imagem, o poder de criar imagens, cores, luz, contra-luz a partir de cada verso da obra poética.
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Em primeira instância, Graça Fontis inicializa a sua viagem à busca da sensibilidade do autor, atentando para a "comunicabilidade": como comunicar a sensibilidade, tornar essa comunicação Verbo Poético de sua análise? O autor funda-se nas lembranças de outras viagens, resvalam-se ressaltitantes, a felicidade, alegria, prazer, na confluência do amor, na união dos desejos e vontades dos sonhos do verso-uno, a união das almas num só projeto, a eternização espiritual, "selando sonhos proféticos."
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Advém a perquirição percuciente: "De que se nutrem os viajadouros embalados pelos verbos à mercê dos ventos?" Nutrem-se do fogo que alimenta os novos horizontes, panoramas, paisagens da natureza, o desejo de outras aprendizagens, e com eles criarem veredas de outros ideais, edificarem o "eu-poético". As línguas aladas dos viajadouros, na confluência do amor, caminharem, cantarem seus mistérios, des-velarem-se, des-nudarem-se. "Nas curvas melodiadas e corcovadeadas...", símbolo, metáfora, signo das contradicções, contingências das dores e sofrimentos, atentam mais espaço as palavras, espaço da verbalização, espaço do sentido, da significação, alfim as palavras são enraizamento e abertura, contingentes mas abertas à transcendência. O movimento da criação poética ao Ser se faz vagoroso e continuamente para florescer o universo da poesia. O vazio é tocado, é sentido, advém-lhe a fascinação por se preencher de todas as manifestações exteriores, o panorama, a paisagem da natureza, a presença física dos viajadouros no automóvel, a comunhão dos sentimentos e emoções, os verbos das utopias que só o "... tempo de esgueira modula/e concretiza..." E "Antes que frutos dessa jornada/Emurcheçam ao desvelar o Sol" artificiar o "eu-poético", dar-lhe sentido, legar-lhe significação, revelar-lhe o Ser.
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A intenção de Graça Fontis na análise crítica poematizada fora de desvelar a sensibilidade com que o escritor Manoel Ferreira Neto artificiou seu poema VIAJANTES DA GARBOSIDADE DISCURSIVA. Que sensibilidade é esta? A sensibilidade da garbosidade discursiva, o movimento da criação ao Ser do Verbo Poético, "fluido de divas formas em proveito do tempo."
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Assim, Graça Fontis tece a sua análise crítica poemática que se funda no "ETERNO" NÓS dos viajadouros, a sensibilidade que funda e fundamenta o halo de amor, paz, a "cortina zelosa" do afeto que artificia o saber, a sabedoria da criação poética do Amor.
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Meus sinceros e verdadeiros, cordiais cumprimentos à crítica literária, poetisa, escritora por este primor de análise crítica, devendo dizer-lhe que continue a sua jornada poética, literária, crítica, não se esquecendo de que o Ser se faz na continuidade do tempo.
Beijos, meu Amor. Parabéns!
Manoel Ferreira Neto
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#VIAJANTES DA GARBOSIDADE DISCURSIVA#
GRAÇA FONTIS: FOTO
GRAÇA FONTIS/Manoel Ferreira Neto: POEMA
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POST-SCRIPTUM:
O tempo de viagem da Ilha de Itaoca a Iguaba Grande não é longo, apenas duas horas de viagem, respeitando a sinalização da rodovia, o que minha esposa e companheira faz com maestria. Nossa viagem transcorrera com excelência. E, no sábado, na Praia do Popeye, acompanhado de minha cunhada Esmaylda Fontes Correa, e alguns conhecidos, olhei para o mar e me veio à cabeça viagem de trem da Ilha de Itaoca a Iguaba, imaginário, nem de bonde seria isto possível. Aí é que nasceu este poema. Benzinha e eu fazendo esta viagem de trem. Dedico-lhe à minha amada e querida Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, com muito amor, carinho. Inclusive, através desta circunstância, projectamos ir a Angra dos Reis de barco.
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Trem de ilusões dispersas, viajando lua e estrelas,
Trem de pensamentos circunspectos, alumbrando
Circunstâncias e pretéritos de regências do tempo,
Trem de ideais a enunciarem as magias místicas
Nos trilhos que se esplendem à presença
De curvas e abismos,
Trem de sonhos a desbravarem as montanhas,
A força dos movimentos,
Jornadearem outras asas para o infinito,
Inaudito das visões de que não existem fronteiras,
Trem de sorrelfas a ouvirem o silêncio,
Contemplar vaga-lumes a tocarem a janela,
Luz de sentimentos,
Trem de fantasias, na Maria-fumaça
Viajantes da garbosidade discursiva a valorar-se
Na inconsequência efêmera do vir-a-ser,
Embutidas as casualidades promissoras, regadas,
Incentivadas mediante promessas de resplendores
Mais que o desvelar do sol
Que a peneira cobre no incansável tempo
Que a tudo descortina o mínimo e o máximo
De infindáveis segredos nas instâncias/estantes formóticas
Do inconsciente tidas irreveláveis...
Trem de chances de perpetuar as distâncias,
Longínquos sítios onde renascer é presenciar verbos e ventos,
Sendas e caminhos,
Inventar dimensões do vazio
A preencherem lacunas e ausências da verdade
Fantasiar lacunas do nada
A dispersarem falhas e faltas das certezas,
Trem de passagens, travessias à sabedoria do tempo,
Instante de paragem na estação,
Hora de re-fazer outras trilhas
À mercê de repentes contemplativas,
Cochichantes, conclusivas,
Proporcionais dentre sombras,
Chaves determinantes da compreensão,
Adjetivando a inadequação desconstrutiva das
Farsas utópicas,
Cujo porvir é estacionar-se na desilusão
Inerente à "NÃO-VERDADE.",
Dos sonhos utópicos, imaginários,
Esperanças quiméricas,
Utopia das mãos entrelaçadas
Cujo amanhecer e renovar-se nas quimeras,
Fantasias,
Inerentes ao "ETERNO" NÓS...
#riodejaneiro, 11 de fevereiro de 2020@

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