ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO Manoel Ferreira Neto RESPONDE AO COMENTÁRIO DA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA Maria Isabel Cunha, SOBRE O POEMA #O VAZIO E O NADA




O autor deste texto passeia-se pelas praias lusitanas, Portugal, e lamenta o vazio de atitudes, a indiferença a que se entregam os portugueses, perante as letras, relegadas para segundo plano, para um “zero à esquerda” . Apela ao renascer das mesmas à luz das novas correntes e afirmem os valores que lhes foram legados pelos seus antecessores. Obrigada por esta chamada de atenção, meu amigo escritor Manoel Ferreira Neto.
Maria Isabel Cunha
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Fora simples a intenção fundamental deste poema - mesmo que inconsciente, há sempre a "intenção fundamental" de uma obra. A Intenção precede a Inspiração, é no eidos daquela que esta se revela. Se a chamo de simples é que tinha consciência dela. Inclusive despertando para a leitura do escritor português, Pai do Existencialismo em Portugal, Virgílio Ferreira, uma nova Literatura em Portugal, conservando os seus valores eruditos, clássicos, de tantos ilustres imortais das Letras Portuguesas. As Letras em Portugal, como no Brasil, estão relegadas a segundo plano, ou melhor, a plano nenhum. Isto de querer negar as raízes é uma hipocrisia sem Limites - Fernando Pessoa negou as raízes históricas da Literatura Portuguesa? Acaso os Modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922 sepultaram a Literatura erudita, clássica? Não. Os Modernistas a transformaram. Conservou-as, as raízes, preservou-as para a Nova Literatura. Virgílio Ferreira mostra isto do Novo Homem, em Nítido Nulo, aliás uma obra que merece ser lida sob a perspectiva da Consciência-Estética-Ética da Nova Literatura. O meu apelo aos Portugueses é que reflexionem a História da Literatura em Portugal, não a reneguem..
Nenhuma árvore dá frutos sem as suas raízes.
Manoel Ferreira Neto
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#O VAZIO E O NADA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
Post-Scriptum:
No passeio na Praia do Popeye, Iguaba Grande(RJ), inúmeras vezes senti estar nas Terras Lusitanas, Portugal, andando na orla oceânica, ao estilo Virgílio Ferreira. Nos últimos três versos da primeira estrofe, des-velo os sentimentos que tive no sábado, O8 de fevereiro. Escrevi este poema Homenageando Portugal e um Presente às amigas, escritoras e poetisas, críticas literárias, portuguesas, Ana Júlia Machado, Maria Isabel Cunha.
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Simplesmente vazio, nada
Nas dobras da astúcia
Conservando instintos,
Despertando instintos,
Delineando os fios estéticos
Dos tempos hodiernos,
O moderno destas plagas está agonizando
Nas mãos e dedos do vazio, nada,
Voando lusitanamente as alegrias breves,
Nítidos nulos espairecendo as idéias, pensamentos,
À luz da Estrela Polar, na orla oceânica.
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Simplesmente um vazio obtuso,
elevado ao "zero à esquerda",
circundando a eternidade,
vazio de sibilos do vento,
vazio das raízes da castanheira,
Vazio das náuseas do ab-soluto,
vazio pleno do mundo.
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Simplesmente nada oblíquo,
sentido nos instantes-limites,
requerendo medidas,
reclamando decisões,
reivindicando atitudes,
ao redor das ipseidades,
facticidades,
nada oblíquo de atitudes,
ações,
simplesmente nada.
#riodejaneiro, 10 de fevereiro de 2020#

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