@MEIA BARBÁRIE AO LADO DA CULTURA@ GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: POEMA



Quase comédia a forma
Com que um pensador id-entifica
O efeito de seus pensamentos, idéias
E sua força abaladora;
Além disso, tem ele a impressão
De que aqueles sobre quem
Foi exercido este efeito,
Basicamente sentem-se
Ofendidos com o exílio, solidão
Em cujos eidos alimenta-se das próprias in-verdades
E só sabem expressar sobre coisas do ego,
Orgulho, übermensch
Com todo tipo de amenidades embrulhadas
Em provérbios, ditos populares, mensagens,
Tesouro do que há de nobre, melhor
A liberdade do exílio, a liberdade da solidão,
Emancipei-me do gosto cortesão,
Voltaire o aperfeiçoou,
A filologia pressupõe crença nobre
- a de que em proveito de alguns poucos,
"sempre virão",
inda não estão cá,
há grande quantidade
de trabalho a priori a ser feito,
visa eliminar a sorrelfa da interação
para que possa arrancar-me de dentro,
dôo aos íntimos, mui íntimos -
Reflito se aquele desdém pela melodia
E o atrofiado sentido melódico
Cada vez mais propagado
Entre os que pisam nas vestes,
A comunicação entre as pessoas,
Entre as coisas é possível
Soa assim mui lindo, de excelência,
Como oriundo de um bosque
Enfumaçado e regiões de baixo nível
De compreensão, entendimento
Das contingências dálmaticas
O carente de consolo
Ao lado do consolado
Aqui está...
A meia barbárie
Ao lado da cultura.
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E ao pensar no insignificante
Não pensem as pederneiras
De ígneos significados
Ao toque conciso à procura do fogo
Introdutor implacável das perquirições
Numa zona de mistérios cujo entrelaçamento tenso
De forças unem-se à simplicidade
Absoluta de uma complexidade exposta
À espreita maior do entendimento
Das expressões flogísticas
Que integram abundantes as crenças e práticas
Como garras refrescantes as virtudes avassaladoras
Mais susceptível às imagens sin-estésicas
Recalcitrantes ao visionário
Convicto de seus experimentos
Apaziguado no seu decorrer trivial
No calor da tarde
É aí que o lay-out dos fenômenos progressivos distendem-se
Em supremacia ao jugo suave do olhar vertiginoso
Rodopiando as qualidades transitáveis
No intermédio dos tempos a-temporais
Vistando lagoa, baía, mar e Atlântico
Ou... seria Atlântida?
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A invenção de deuses,
Artistas e homens superiores
De toda índole, estirpe
Assim como de seres humanos
Inferiores, existência paralela,
Sátiros, demônios e diabos,
É um ensaio, treino
Inestimável para a justificativa
Do domínio do ego,
Soberania do indivíduo,
Espírito livre, espírito di-verso
Do ser humano,
A força de criar novos olhos,
Próprios, e sempre, de novo, novamente
Mais próprios ainda.
#riodejaneiro#, 29 de outubro de 2019#

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