#DA FLOR DE CACTUS ÀS SEMENTES - DEUS ÉRESIS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA Ana Júlia Machado: PARTICIPAÇÃO ESPECIAL



Só sei de mim, só sei de mim, só sei de mim.
De quem mais pudesse saber?
De quem mais já houvesse sabido?
====
Quero o perfume da flor que me embriague, que me inebrie, flor que nasce, despetala à noite, exale o perfume dos universos e infinito, horizontes e eternidade. Quero o sonho que anuncia a estética da consciência. Quero o fogo que chameja as faíscas da fogueira, cinzas quentes dos verbos que conjugam, regenciam, gerenciam os ideais, idéias, utopias. Toda superfície da consciência deve ser preservada/conservada livre de todos os grandes imperativos; toda sensibilidade deve ser res-guardada das intempéries e desassossego, para que revele o que há profundo inconsciente... Outras alamedas, sensibilidade e consciência, livre, pretéritos são pretéritos, passado é passado. A solidão é a mim, somente palavras não diz coisa alguma, vivê-la é emocionante, filha de mim próprio, pai e mãe de mim mesmo, irmãos de mim, a amada ao lado, Iríasis, entrelaçadas mãos, as discípulas Erisies e Eresias, só querem saber de poemar nas paulicéias e além-mar, as estrelas brilhando no céu, as cadelas latindo, utopias, projectos, os lobos uivando no alto das colinas, a coruja cantando, sonhos e verbos..., galinhas cacarejando, galos cantando nos galinheiros, pescadores partindo para a pescaria na madrugada, o folk-lore da natureza, mitos, lendas, conversas para boi dormir.
====
Quero(emos) o amanhecer com outras ilusões, inspirações, intuições, percepções.
====
Quero(emos) o amor da flor de cactus, secos, água que sacia a sede, a entrega à ec-sistência diante das verdades íntimas, particulares, "A fantasia dos verbos/A cegueira dos brotos/De qualquer dos ornatos/Mirrados em meus tentáculos,/Destituídos de mim....", nada escondendo, ocultando, existimo-nos, da flor de cactus às sementes, construtores de pontes para a futura flor do amor, da liberdade, da consciência, da cáritas, cor-agem das mazelas e pitis, zeros à esquerda da condição humana...


#riodejaneiro#, 26 de outubro de 2019#

Comentários