#MAR DE ILUSÕES E DESEJOS DO NADA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



O que me vem ao pensamento
E no coração lateja, dói,
Cantam alto os pintassilgos.
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Sou tão pequeno
Frente à vida, às coisas do mundo,
Nada há que possa medir essa pequenez,
Insisto, persisto em perscrutar a eterna chama
Da esperança,
Traz um sorriso na face,
Sorriso de homem cujo silêncio
Pronuncia o sopro das lendas
Incorporado ao coração dos mitos
Mar de ilusões e desejos do nada
Respingado de arbítrios que emitem
Sonoros verbos do sublime.
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Remam teogonias
À distância longínqua
Poemas tocam esperanças
Próximas às utopias sensíveis
À mercê das palavras,
Prosas versam utopias do tempo,
Versos proseiam sentimentos invisíveis
A inspiração é pouca,
De volúpias chamejantes, segredos
Sinto o imaginário imaginado
Envolvo-me em carícias folhosas,
Cadência de sons
Musicaliza a sabedoria que preenche o vazio,
Poesia re-versa da senda de preâmbulos luzires,
Veredas de estrofes lúdicas avessas
Às dimensões do sublime
Aportam no recôndito das metafísicas
Do puro e essência,
A flor o cálix inclina
As folhas, leva-as o vento,
Limites no jardim da existência
Saudade ou aspiração a avidez do bem sonhado,
Vestígios e lapsos do ânimo que
Esclarece a eterna chama de sonhos?
Tão só arrabisco o som de minha alma
Nos interstícios do verbo habito
Trafulhando com eles no sem-fim,
Vereda estrangeira,
Mas que sempre merece palmilhar.


#riodejaneiro#, 25 de outubro de 2019#

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