FONTE LUMINOSA DO TEMPLO DE FESMONE VI PARTE# GRAÇA PINTURA: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



VI
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Sete letras acompanhadas entre-laçam sílabas em versos de carinho, vôos profundos por espaços de entregas plenas, aléns adiante são frutos de conquista de ternura, cafezinho fresquinho, pão chapado, levado na cama com abraços e beijinhos, inevitavelmente, viagens por campos de lírios, mãos dadas em nome de sonhos futuros, lembranças e re-{***cord***}-ações dóceis de glórias dos sentimentos e emoções vividos e vivenciados, verdades do coração e da alma.
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Sete almas re-fletidas no re-verso espelho do ser pro-jetado ao longínquo infinito por onde nonadas eid-ificam travessias, por onde vazios eid-eter-izam imaginárias "**perspect-ivas**" pers de divas, pect de sereias, ivas de "Sininhos", ab-solutas de molduras em imagens lúdicas do jamais que pres-"ent"-ifica a lucidez do há-de vir.
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Sete águias no alvorecer pousaram nos auspícios da colina a vislumbrarem a longitude do abismo por onde sobrevoariam até à montanha banhada pelas águas do mar, onde dormiriam para recomeçarem a jornada no novo alvorecer.
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Sete coelhos atrás do mato, comendo tranquilos folhas silvestres, são símbolos, signos, metáforas, sin-estesias de segredos, enigmas, mistérios do inolvidável.
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Sete silêncios envolvendo a todos, marcando fundo, são místicas portas do além onde todas as luzes e cores do arco-íris se re-fletem, imagens de cafundós ornamentam o espelho do tempo.
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Sete ilógicas pressentiam a igualdade, em tudo que fosse parecido, cujos reinados deviam haver sido bestuntas, originalmente, mas inestimáveis e inúmeros seres, que tiravam conclusões de modo diferente, hoje tornaram-se escombros, cinzas. Contudo, o que são os cataventos do mundo, a tendência de tratar o parecido como igual - convenhamos, tendência ilógica, na realidade nada existe de igual - é que produziu o fundamento da lógica... Ui... Ui... Ui...
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Sete hipocrisias, aliadas à inocência e ingenuidade, coadjuvantizam a comédia dos lídimos valores e virtudes, protagonizada pelas asnadas das contra-dicções entre a sabedoria e a ignorância, enquanto na con-tingência do tablado, de por baixo dele, ratos e baratas se estrebucham pela posse do espaço.
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Sete neblinas gelaram-me até os nervos, fiquei na sala de fumo, aguardando com ansiedade os turistas que me desculpassem, rogando-lhes até o perdão, por estar ali gelado, e me abrissem todos os oceanos. Compreendi serem eles flores de velho, murchando sem abrir, indecisos com o vir-a-ser.
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Sete poetas, sentados numa mesa de restaurante, tomando absinto com vodka, gim, limão cortado em pedacitos, três pedras de gelo, escrevem, cada um no seu estilo e linguagem, o poema do último boêmio que refutou a lua e as estrelas como suas musas e tece crochet, uma colcha de cama de solteira para a sua amante e amada.


#riodejaneiro#, 19 de outubro de 2019#

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