**AUSPÍCIOS DE MONTANHAS DISTANTES - REVISADO** - Manoel Ferreira


Roda-viva das quimeras de alegria e felicidade, vazias ou plenas de sentidos de verbos intransitivos e defectivos, sorrelfas de contentamento,
Paz, quem sabe porque a chuva cai lentamente, o clima esta ameno, alma eivada de esperanças e fé, excitando-se com os dedos de novas aventuras, de outros cliques, palavras, com os verbos sussurrados, murmurados nos ínterins das sensações, nas utopias da imaginação, e sentimentos, abrindo outras veredas para as travessias da nonada ao mágico e perfeito ser da Felicidade, Amor, perambulando, dando a meia-volta nos sentimentos, emoções, negando a razão e o intelecto que se vangloriam com a verdade, afirmando a subjetividade, sensualidade, sexualidade, o espírito que desejam o encontro do “EU”, do Divino.
Inconsciência das verdades iluminando as sendas de flores silvestres
esquecidas, querências deixadas para trás, imagens de mimeses e do belo estético, assim sentidas, vivenciadas nos interstícios dos desejos,
vontades, outras conversões do amor, amizade, outros amores e prazeres, transcendendo as perspectivas da imagem, onde o sol nasce,
onde a aurora se resplende de magia e mistério, onde o inverno é só paixão, o amor é como a aurora da solidão. Trazendo a carícia do silêncio sublime, onde o crepúsculo se eleva de sonho e utopias da verdade do “SER”, do ser da “VERDADE”, onde a alma eivada de suas esperanças, fé, empreende a longa jornada em busca da plen-itude do AMOR, AMIZADE, onde as folhas do outono caem, para a-nunciarem o inverno, está chegando, as chuvas de março fecham o verão.
Divin-idade da alma, divindade do espírito para a continuidade da vida de sentimentos plenos, verdadeiros, da verdade íntima e perene
Serena plen-itude da musicalidade das notas do espírito na sala de encontro com Deus, e o dia-logo contingente-divino da vontade de querências, da conquista de alegrias, do encontro do verbo de ser a estesia do belo; rios de águas límpidas percorrendo os minutos e segundos da madrugada, por entre as florestas de flores silvestres, em silêncio divinal, em solidão espiritual.
Começar de onde as folhas caem: sentir-lhes nos interstícios da memória, tornar-lhes seiva de outras jornadas de outras cavalgadas alucinantes, outras puxadas de rédeas, freios que tiram a paz, nas trilhas de outras querências, recitar-lhes os versos da aurora, em toda a musicalidade, ritmo, acordes, alimentados e regados de ternuras e esperanças di-versas, o corpo sentindo as novas sensações de magia e mistério, sede de sabedoria, fome de verdades que preencham os espaços vazios das dúvidas e inseguranças.
Começar de onde as folhas caem, quando os olhos se extasiam, projetam-se alhures, por outras finitudes do verbo “SER”, por outras in-finitudes das conjugações do AMAR, verbo de infinitas realizações, temas de esperanças e fé nas promessas do Paraíso Celestial, temáticas de força e perseverança no conhecimento que liberta e eleva o espírito aos auspícios de montanhas distantes e longínquas, quando nas profundezas da alma o sentimento são louvor e glória aos silvestres campos do eterno.
E da eternidade dos amores e paixões pelas raízes verbais do absoluto-pleno-[de]-sublimes verdades, que se re-faz nas asas dos tempos, no vôo profundo e rasante das nuanças das realidades e ideologias, do real e das utopias, começa a silvestr-idade das flores primaveris e dos odores mágicos que se apresentam na plen-itude das sorrelfas do AMOR, das ilusões e fantasias da PAZ, na un-iversal-idade de todas as esperanças e sonhos da humanidade, projetam-se no espelho de superfície lisa, a resolução da imagem perfeita, MÁGICA, a face real e verdadeira dos sentimentos, desejos, vontades, Razões... A vida!
Continuidade da felicidade e alegria, conquista e real-ização, buscas e desejos do outro do “eu”, na roda-viva contínua das paixões e amores pela VIDA, verbo artífice dos cataventos do tempo, de leste a oeste, os ventos das esperanças re-nascidos do mergulho profundo nas dimensões de onde nascem a inspiração, percepção, intuição dos desejos, vontades, razões do belo, da beleza, da Estesia do verso de Amor, Paz, de solidão que não se mostra, id-ent-ifica senão à luz do encontrar a CRUZ, dimensão que liberta o coração..
Compreensão, entendimento, solidariedade, compassividade, sentimento e paixão, pelos homens carentes de sensibilidade, subjetividade, pela humanidade carente do espírito da VIDA, de norte a sul, a roda-viva da fé que nasce, morre, renasce, mostra-se, re-vela-se, id-entifica-se, esconde-se no quotidiano da matéria, dos bens, do poder, da hipocrisia, farsa, falsidade, aparência, das necessidades seculares e milenares do pão de cada dia...
De leste a oeste, a gota de sêmen, a amizade do beijo.
Nada de novo amanhã... Nada! De novo o nada da manhã, novo, começar de amanhã o nada, buscando o grito que corta o ar, mãos se re-colhendo para não se darem, olhos tergiversando-se nas primaveras de outono, as chuvas de março, início e começo de outra jornada, não atingirei mais que minha angústia, essa angústia tão própria de não-se-ser sendo-se...
Minha angústia se re-volta e se liberta de si e não liberta ideologias, não des-ata os nós dos interesses escusos, não des-algema os nós das re-versas ideologias mascaradas, véus, envelando-as de desejos compostos, impostos que trans-cendam o meu limite.
Quero sim, quero ser a minha concepção ideológica, ilógica, lógica, alógica à minha maneira de ser, começando de outrora a aurora do outono, começando de ontem o crepúsculo de outono, começando de onde as folhas caem, começando de onde as folhas re-nascem, começando da primavera o outrora de crepúsculos outonais. Quero libertar meus mitos, meus ritos, meu gritos de toda repressão de formas que destroem a minha forma, de estilos que não re-velam os interstícios de minha alma, de linguagens que não id-entificam as idéias e ideais na busca secular e milenar do meu ponto-comum-limite.
Hoje, o sol está pardo, a hora de amanhã não sonha com a de hoje, o dia sem sorrir, fatalizado o crepúsculo, sem certeza de légua e meia com vontade de trair, e o sertão re-nascido do barro a levar a sorte ou a morte até cair o último fuzil, aprender paisagens de estrelas, perspectivas de brilhos e resplendores, terra e troncos em lenha farta, caindo gotas das vastas flores verdes na Fonte luminosa, o terço será lembrado, léguas de margens, rio e água, a cachoeira precede a ilha, as flores admiram, o dia raiou, o trem apitou, o galo cocoricou, o pássaro canta, a cadela late, aprender a canção do silêncio, solidão, enquanto a morte não é final de um dia.
Verbo de conjugar: balada às estrofes do espírito que se alimenta da beleza das flores que nascem nas auroras, morrem nos crepúsculos, da natureza que se projeta na distância, no longínquo, absolutizam-se na beleza de inspirar as palavras que lavram o ser das profundidades, a alma dos conhecimentos e sabedorias, a sensibilidade das profecias e nadas-a-dizer o sonho ama outro sonho na solidão de si.
No alarme pleno de um Paraíso Celestial, Deus ainda soprará um hino pela dimensão ec-sistencial e humana, amanhã, serei o barro, os homens o seremos, ainda que tardamos a superar o nosso longo silêncio, esse silêncio que inspira, que se realiza em sons, sibilos de ventos por entre serras, que se torna palavras, musicalidade, ritmo, convite ao mergulho íntimo e singular na aurora de outono e outroras.



Manoel Ferreira Neto.
(10 de março de 2016)


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