**POESIA LUCIANA NOBRE** - Manoel Ferreira


Ser poesia não é traduzir em versos e estrofes a Poiésis do Ser. Ser poesia não é expressar em emoções e sentimentos a Linguística da Esperança, do Sonho. Ser poesia não é exprimir em desejos e vontades a Semântica do Verbo e do Tempo. Ser poesia não é dizer as dores e sofrimentos que habitam a alma. Ser poesia não é falar as contingências do estar-no-mundo. Ser poesia é re-velar o silêncio que habita, é o eidos, o Verbo do Ser. Você, Luciana Nobre, não é poetisa, não versa, re-versa, in-versa, não verseja, não versifica a vida, as contingências, à busca do pleno, da plen-itude. Você é o silêncio que habita o Verbo do Ser, e com a sua sensibilidade, espiritualidade, seu uni-verso de sonhos e esperanças, trans-literaliza em palavras o Verbo do Ser, que é a Luz do Espírito. Ler a sua obra não é inter-pretar signos, símbolos, metáforas. Ler a sua obra não é mergulhar no inter-dito, re-colher e a-colher o que lhe trans-cende, o vir-a-ser, o há-de vir, o há-de ser, as futurais dimensões do Ser. Ler a sua obra não é sentir no mais íntimo a presença da trans-cendência, a pres-ença do In-finito, a presença do Eterno. Ler a sua obra é sensibilizar a alma para a entrega absoluta ao silêncio que habita o Verbo do Ser. Análises, interpretações jamais verbalizam a eidética de sua obra, por mais profundas que sejam, por mais fundamentadas que seja, revelam apenas ângulos, perspectivas. A sua obra, o seu uni-verso, o seu horizonte, é a "Sensibilidade do Verbo", assim sendo, só possível vivê-la, vivenciá-la, experimentá-la na espiritualidade do sensível, no sensível da verbalidade. Você é Poesia do Ser, você é Poesia do Verbo, você é Poesia.


Manoel Ferreira Neto.
(21 de março de 2016)

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