**SONETO AO SILÊNCIO NU - II PARTE - REVISADO E AMPLIADO** - Manoel Ferreira


Quem me dera agora tivesse a pena para escrever o pretérito da solidão!...



Inestimável a palavra que pré-figura imagens do verbo dos tempos trans-corridos à luz dos instantes de desejos de gerúndios continuando a busca do eterno in-finitivo de quimeras e sorrelfas inscrevendo no vazio epígrafes líquidas de imperfeitos sonhos, particípio de utopias e fantasias epitafiando no nada esgarçado no cerne do efêmero, idílios e odes projetados às fin-itudes de vontades e aspirações do absoluto ocaso que é esplendido aos mistérios, enigmas na noite da floresta às primeiras luzes do alvorecer pleno de outros genesis da esperança lúdica da espiritualidade, no silêncio trans-lúdico do absoluto. Inestimável o in-terdito da palavra que a-nuncia, e-nuncia no ser do verbo de ampliar a inspiração aos ilimites de arribas e confins, quando as estrelas velam os sentimentos e emoções a evangelizarem a alma, torná-la vernáculo de estesias e êxtases das peren-itudes do além, partícipe do crespúsculo, do aquém, álibi da coruja que canta solitária a sabedoria da etern-idade.



Quem me dera agora tivesse a pena para escrever o pretérito da solidão!...



Esplendorosa a metáfora da palavra inaudita que pre-nuncia, pré-a-nuncia, pré-e-nuncia o tempo dos verbos trans-elevado ao subterrâneo do espírito à luz das memórias subjuntivas de pretéritos de orvalhos a cobrirem o campo de centeio da estesia eterna do sempre simples, do sempre natural, da beleza imortal, perene da vida que se faz de querências e desejâncias de sonhos-sementes da felicidade, de utopias-húmus da sabedoria, antropologia de lendas e mitos egrégios da cultura que se perdeu, ovelha desgarrada no tempo-nada do silêncio sibilando as sinuosidades de im-pretéritos mais-que-perfeitos, signo, símbolo do há-de vir dos imperativos do conhecimento, cujo eidos é saciar a angústia da perpetuidade junqueira do simples, perenidade camoniana do amor, o fingimento pessoano da tabacaria do nada aberta à noite, por toda a madrugada para receber solenemente o andarilho solitário que, à parte a solidão, traz dentro de si todos os silêncios do verbo, almeja o chocolate da essência-para o nada húmus do eidos-de verbos do vazio. O nada desde a eternidade até a eternidade con-templa o vazio para nutrir a alma de fugas e má-fé do estar-no-mundo, jogado nas contingências e imanências do sofrimento e dores, equilibrando-se no trapézio das dores e sofrimentos.



Quem me dera agora tivesse a pena para escrever o pretérito da solidão!...



Místico, mítico, legendário o soneto de palavras que perpetua, pereniza de versos e estrofes, satirizando a prosa do apocalipse permeado de pers das pectivas retros do sublime pulo de inocência ingênuas, o uno e o múltiplo do ser-verbo para a cintilância das estrelas que vestigiam a imagem da luz que se projeta no vidro da vidraça exposta ao léu da noite que custa a passar, permeada da lareira imaginária que erradia as chamas ardentes da travessia de nonadas sorrélficas nuven-itude diáfana do infinito trans-figurado de cores do arco-íris, após as chuvas de março fechando o verão. Após o verão, o outono, após o outro, o inverno, após o inverno, a estação da primavera, flores desabrochando, perfume exalando, beleza esplendente configurando os eclipses do sol, aluminando as travessias no trans-correr de palavras místicas, míticas ao longo da eternidade desde a eternidade.



Quem me dera agora tivesse a pena para escrever o pretérito à solidão!...



Manoel Ferreira Neto.
(18 de março de 2016)


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