POEIRA DA METAFÍSICA E EXEGESE* - Manoel Ferreira


Tardios crepúsculos da enigmidade
Humana de ser a teogonia chicoteada
No acme da comunicação histórica.

Terra do alto vem poeira,
poeira da metafísica, poeira da exegese,
poeira do paráclito, poeira da cáritas
Lá onde a estrada começa,
Lá onde as veredas levam ao horizonte distante
sonhos,
utopias,
desejos,
esperanças
Lá onde as sendas re-velam o uni-verso 
a distância,
a longitude,
o sem-fim.
Lá onde o silvestre da floresta anuncia
O há-de vir pleno de magias
O vir-a-ser repleto de resplendor
O porvir completo de prazeres e gozos.
A terra não sei qual,
Adulterada, mas passa pé,
Passa tempo, passa boi, passa boiada,
tudo passa
No cativeiro dos murais,
No cárcere das amuradas,
Quase ao abismo, canalha,
Quase à caverna, safado,
Quase às estâncias, viperino,
Enfatizando os viveiros
Eternos das velhas raposas
De metal: estátuas de robôs
Perdidas no eco imponente, impotente
De um estéril edén.


Manoel Ferreira.

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