#NÃO SINTO MUITO... SINTO O ORBE RÚTILO DO VENTRE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: DITIRAMBO


Dedico com amor, carinho, ternura, amizade este DITIRAMBO à minha amada esposa e companheira das Artes, Graça Fontis


Amor
Verseja o verso de versejar o sublime
Amor
Trans-literaliza a trans-literação de trans-literalizar
O eterno da magia mística do ser.
Amor
Poematiza a poematização de poematizar
A linguística da entrega e a semântica da esperança
Amor
Metaforiza a metáfora de metaforizar
O espírito do desejo seduzindo a alma do verbo de ser
Plen-itude, compl-etude, etern-itude
Amor
Silencia o silêncio de silenciar
A palavra-poesia no vernáculo íntimo da verdade.
Amor
Sin-estesia a ex-tase das volúpias do eros e do lúdico
Amor
Sonetiza a fonética de fonetizar
Os sons rítmicos e melodiosos da felicidade
Amor
In-fin-itiva o in-finito de in-fin-itivar
A travessia in-trans-itiva do além ao eterno
Amor
Sublimiza a sublimidade de sublimar
A verdade da fé no eterno dos desejos de compl-etude
Amor
Ritma o ritmo de ritmar
A música das emoções e o cântico da solidão
Amor
Musicaliza a música de musicalizar
Os sons da harpa do uni-versal
Os sons da cítara do mundano
Os sons do violino da travessia do contingente ao trans-cendente
Amor
Semantiza a semântica de semantizar
O ser e a palavra do verbo amar
Amor
Semiologiza a semiologia de semiologizar
O infinito da verdade e o sonho do divino
Amor
Plen-ifica a plen-itude de plen-izar
A beleza do belo e a cintilância do sublime...


Escreve-me a alma, re-escrevendo as estradas de poeiras metafísicas por onde trilhei passos à busca da etern-itude do substantivo sonho, in-finitivo do ad-vir, gerúndio do perpétuo, genetivo do perene, defectivo do mortal, particípio do paraíso perdido, as esperanças que re-colhi e a-colhi ao longo das dúvidas e medos, do des-conhecido, do in-audito, do mistério do ser e da vida, dos horizontes dos versos e estrofes do espírito do encontro, do enigma do não-ser e da morte, do mito do nada e da imortalidade, com os sentimentos do verbo desejar, querência do eterno, o misticismo da des-razão e a percepção de mãos entre-laçadas no caminho das dialécticas e contra-dicções.
Re-escrevo. Não sou o que sou alucinadamente: re-flito, medito e maldigo o meu ser vicário, pois o que sou é ser justo e exatamente o vice-versa de minha alma no avesso de meus ossos, o re-verso de meu espírito no in-verso de minha carne, o avesso de meus instintos verso de minhas razões despidas de senso, de meus instintos desprovidos de volúpias e tesão.
Escreve-me a alma, re-escrevendo o que sinto no labir-íntimo, na bipolaridade de minha psique: a fadiga do horizonte faz minha cruz ser pena de águia que balança ao ritmo do vento, faz minha exaustão ser como pluma que o vento dança na performance do sim e não, da verdade e in-verdade.


(**RIO DE JANEIRO**, 28 DE ABRIL DE 2017)


Comentários