**VOLATIZANDO COS RPODE MISTÉRIOS** - PINTURA: Graça Fontis/POEMA: Manoel Ferreira Neto


No centro do ocaso
cônscio do alvorecer,
malabarizo o silêncio,
sonho com liberdade única,
brilhante, efêmera,
para elevar a voz de tenor,
altissonante aos picos do longínquo
em cujas elem-{entais} raízes do in-finito,
maresias inter-perpassadas de luzes foscas,
no repente do des-lumbramento,
sentir o prazer volatizando na densa forma
dos corpos de mistérios,
corpos esvaec-{entes},
dos corpos de enigmas,
enigmas flu-[entes],
para o im-previsto ressuscito,
ressuscito para o imprevisível,
casual instante
densificado em trans-parências,
ergo os olhos ao sol, rumino
em som sustenido, grave sentido:
"Dedos iguais a raios eletrizam meus
sentidos,
restituindo vida às mortes que tive".
O pássaro e o ninho são exilados na morte.
Como dizer do que em mim morre sempre
para re-nascer, vir a ser das cinzas ardentes?
A luz tardia da lanterna incerta
projeta pálido foco.



Existo. Posso gerar!...



(**RIO DE JANEIRO**, 15 DE MARÇO DE 2017)


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