**SOM PRIMEIRO DO COSMO** - PINTURA: Graça Fontis/POEMA: Manoel Ferreira Neto


Projecta-se
O Som Primeiro do Cosmo
Re-veste as minhas dúvidas, equívocos
Oculta-se no ritmo de meus passos,
Permanecendo inalterado.


Este litoral é cisterna sem fundo
Onde naufragam
Luas compulsivas, obstinadas
E marujos sem pátria.
O mar é um devorador de esperas
A névoa opaca dos portos
sustenta barcos fantasmas.


As estrelas são brancos desejos
Encarcerados na noite
De extremo a extremo o porto é solidão
Banhado por outras solidões.


A minha esperança é um cais vazio...
Sem água e palavras!


Ficou um pouco de luz,
Ficou poucochito de sons
Escuto o tempo fluindo
No mais completo silêncio.


(**RIO DE JANEIRO**, 15 DE MARÇO DE 2017)


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