#AFORISMO 555/FONTE DA METAFÍSICA DO SER# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Ascender as mãos às nuvens, com a tinta branca da pureza dos sentimentos, estilo gótico, com direito a todos os ornamentos e arrebiques, desenhar letras, entre elas, ainda não me decidi – entre a serpente e as estrelas -, se pequenitas estrelas brilhando ou se apenas pontinhos cintilantes, se a serpente do vale ou a serpente marítima.


Olhares tergi-versados, visões des-viadas, sentidos tres-loucados...

                     A eterna ampulheta da existência
                                 Será virada e revirada

Ao envelado de por trás dos horizontes reais, uni-versos fictícios e poetizados, ao des-velamento de frente dos infinitos imaginários, desejos de mergulhar profundo na essência do sonho, no eidos das sorrelfas do nada e vazio, - re-colhê-los em sonhos de literalização do verbo "trans-cender", do substantivo "trans-cendência", do gerúndio "trans-cendendo", do partícipio "trans-cendido", a-colhê-los em ilusões de águas regadas -, re-velá-lo, dar-lhe luz, dar-lhes horizontes, in-finitos sentimentos, entre-{laçados} de emoções, des-{enlaçados} de inspirações, des-trelados de re-fazendas, alma sedenta de aventuras do vir-a-ser, vir-a-ser do nada, vir-a-ser do absoluto, vir-a-ser das in-verdades absolutas, inter-ligadas às verdades fugazes.


Con-templação de a-nunciações da luz a incidir-se no que há-de vir, re-flexão da verdade na continuidade do tempo que se faz continuamente, do verbo do ser que se a-nuncia perenemente, na des-continuidade do ser que se re-cria nos instantes-limites, Genesis do sonho, regar de ideais, desejos,


                        vontade da alma de esperança,
                           dos rituais credenciados de
                               con-templação da fé,
                             do sujeito sentimento
                        interpretado de dentro de nós,


do místico entre-laçado nas teias do mítico res-plendor das trevas e sombras, útero de uni-versos, eivados de imagens, orquídeas brancas de plenas perspectivas à busca da luz das estrofes da vida, entre-laçada à continuidade de vivências, experiências, útero de in-fin-itudes, grávido do verbo-ser-de-querências, anseio de felicidade, o amanhecer é surpresa, é espanto.

Ilusões à luz da vida
                      - corpo de re-flexões da carne, ossos do
                      espírito contingente aliados à desej-ancia
                                           do sublime,
                      - verso do amor feito verbo-espírito-da-
                                            imanência
                      - poema do des-amor feito de substantivo-
                                          alma-do efêmero
                     - instinto da não-poesia à mercê do nada,
                      do nada à mercê da poiésis do In-finito,
                                           vazio, vácuo,
                      abismo do não-ser à des-magia do belo,
                                   Apocalipse da metafísica
                                     Psicanalítica do inferno
                               - emoções, lembranças mortas,
                recordações fenecidas à luz do ocaso pálido,
                                 levando a alma no fim da viagem,
               inferno metafísico do apocalipse psicanalítico
                               - sentimentos, tecido rústico que    envolve a alma na metade do caminho,
              apocalipse do inferno metafísico psicanalítico,
              inferno psicanalítico do apocalipse metafísico,
                                                      
                      A eterna ampulheta da existência
                                  Será virada e revirada

Ex-patrio-me em poemas volúveis, voláteis, em vocábulos opostos de orientação e compasso, vernáculos dialéticos de oriente e ritmos, de ocidentes e melodias, em palavras de sentidos ambíguos e questionáveis, em idéias que compõem princípios e verdades, em intenções que são ad in-finitum diametralmente contraditórias aos sentimentos, em fundamentos-versejas de acordes e intrigalhadas que não se britam nos ais, impugnações e suplícios, que permanecem longe das alforrias do dom de benquiser, dos enigmas das veredas, dos mistérios do in-audito, dos segredos do inter-dito, na jornada de totais devaneios, idílios, longe das sublimidades e erudição das causas primárias e elementares, nas gulodices privadas que permanecem longe da míngua, das carências e apiedados das faltas e nostalgias...


(**RIO DE JANEIRO**, 26 DE JANEIRO DE 2018)


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