MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA POETISA CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 553 /**MÚSICA DE LINGUAGEM E ESTILO**/


Beethoven, Strauss, Beatles comporiam a mais bela melodia, através da sua pauta recheada de notas, acordes, semicolcheias, que transporiam em divina partitura, com sons celestiais, próprios para os mais dotados ouvidos. Excelente texto, obra prima de arte literária que li e ouvi deliciada. Parabéns, escritor Manoel Ferreira Neto. A rematar, a pintura excelsa de Graça Fontis, instrumento divino que poderia executar tal perfeição. O meu louvor aos dois.


Maria Isabel Cunha


Oh, Musas da Música, rogo-vos, suplico-vos a excelsa inspiração para responder à Escritora, Poetisa, Crítica Literária, Maria Isabel Cunha, à sua crítica ao Aforismo 553 /**MÚSICA DE LINGUAGEM E ESTILO**/


Não há segredo que não escrevo única linha, se não ouço músicas; a minha arte literária, poética, filosófica esta intrinsecamente ligada à Música. Nela, encontro inspiração, idéias, pensamentos, ideais, utopias, a estética, a sonorização da linguagem, estilo, a beleza, o belo, a beleza do belo. Posso até expressar com toda a sinceridade: O que seria do escritor eu, não fosse a música? Não existiria, não neste nível. Agora mesmo que respondo à escritora Maria Isabel Cunha à crítica, ouço The Ballad of John and Yoko, Stand by me.


O escritor, o poeta que não reúnem as Artes Pintura, Música, Escultura, todas as Artes, em suas letras está condenando a Literatura, Poesia à contingência fria e dura de apenas palavras. Todas as dimensões delas, metáforas, sinestesias, metafísicas, etc., dependem do som, do ritmo, da melodia, do acorde, das arquiteturas, esculturas da linguagem e estilo, das imagens, das perspectivas, da luz, da contra-luz, todas estas artes contribuem de modo sine qua non para a linguística, semântica, etc., assim a Literatura, Poesia atingem a sua beleza, a sua uni-versalidade. Assim, antes do meu encontro com a Companheira das Artes e Esposa, Graça Fontis, as minhas Literatura, Poesia, Filosofia prescindiam das dimensões da imagem, da realidade dela, pois que antes era apenas imaginária, residia no meu inconsciente imaginário. Daí em diante, a síntese real das Artes presente em minha obra.


Lá nos anos 80 do século passado, disse categoricamente ao meu professor de Teoria da Literatura, Jaime França: "Jaime, não venho para figurar como mais um na Literatura. Não sei como será o futuro, mas, efetivamente, mostrarei que não venho para ser mais um." E ele respondera: "Não será mais um, Manoel. Dê tempo ao tempo."


Este sonho de compor a música Literatura, Poesia, Filosofia perseguir-me-á por sempre, até que as letras sejam inter-ditos, entre-linhas, ditos e linhas sejam plenamente músicas. Quero as letras habitando a música.


Sinto-me sobremodo lisonjeado com o reconhecimento e carinho da escritora Maria Isabel Cunha em dizendo que Beethoven, Strauss, The Beatles "comporiam a mais bela melodia, através da sua pauta recheada de notas, acordes, semicolcheias, que transporiam em divina partitura, com sons celestiais, próprios para os mais dotados ouvidos." Isto quer dizer que a música nesta obra não está apenas no inter-dito, está na superfície das letras. A lisonja não se fundamenta apenas por a escritora ligar-me a estes músicos e compositores uni-versais, também pela sinceridade, dignidade, honestidade de seu reconhecimento. Aliás, há-de considerar-se que os europeus generalizadamente são sinceros em seus reconhecimentos, especialmente os portugueses, e foram os portugueses quem primeiro me reconheceram a minha obra, Maria Isabel Cunha, Ana Júlia Machado, de imediato a brasileira escritora Sonia Gonçalves, seguindo-as ao longo do tempo outros. Sejamos sinceros também, com as suas devidas exceções, quando um brasileiro reconhece pode-se saber haver interesses atrás. Por que atrás dos reconhecimentos dos portugueses haveria algum interesse por trás? Por que atrás dos reconhecimentos de Sonia Gonçalves e alguns brasileiros haveria algum interesse? Não precisam disso.


E, Maria Isabel Cunha, sigo musicando, pintando, esculturando as letras. Gracias muchas a você, Benzinha(Graça Fontis), a Aninha Júlia, Soninha Son pelo reconhecimento e carinho sempre verdadeiros e sérios. Beijos!


Manoel Ferreira Neto


#AFORISMO 553/MÚSICA DE LINGUAGEM E ESTILO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Quê sonho!...


Não compôr música com todos os recursos da criatividade, o espírito se trans-literalizando em notas, ritmos, melodia, acorde. Compor um texto, cujas palavras são ritmos, cujas letras são notas, ritmo, melodia, acorde compostos de metáforas, semânticas, linguísticas. Música é poesia e poesia é música. Mas esta música executada pelo piano dos desejos, esperanças, volos, pela cítara das quimeras, sorrelfas, fantasias, pela harpa das dores e sofrimentos da alma, pelo violino das dimensões sensíveis, uma música executada no in-finito do espírito, ouvido contingente sendo impossível ouvi-la, só o ouvido inaudito do silêncio do som. Música de letras, música de metáforas, música de linguagem e estilo prosaico.


Quiçá sonhos significam inauditos que o In-fin-itivo dos verbos trazem em si dentro, e no sentir-lhes o ser, floram-se na floração da espiritualidade! Quiçá o sejam, não sendo-sendo quiméricas sorrelfas da inspiração que tudo trans-cende, trans-literaliza, trans-eleva aos auspicios do In-finito.


Sonho, além dos sonhos dentro de outros que são luzes que nos circundam ao longo das sendas, trazemos no mais re-côndito esperando o instante de ser a-nunciado, revelado em toda a sua ampl-itude.


Este sonho trago em mim, sempre latente de sua vida percorrendo in-finitos, universos, horizontes, esplendendo suas luzes, numinando os campos.


Fechar os olhos, deixar o espírito fluir leve, livre, no seu recôndito compondo uma música de espiritualidade, pres-ent-ificados dons e talentos, sensibilidade na confecção de lírica, versos e estrofes representando o que o inaudito traz de genesis para a re-novação e evangelização das esperanças, embora as dificuldades que se apresentam neste instante de composição e criação, alfim música e lírica nascendo em uníssono é arte das mais complexas, mas os querubins da magia se pres-entificam, música e lírica são compostas com excelência de magias e perfeições, resta executá-la no piano, acompanhada da cítara, da harpa, do violino para a extasia do ouvinte, sentir o espírito florar-se na floração de seus sentimentos e emoções.


Por vezes, quando me sinto sensibilizado, leio alguns excertos de texto, sentindo-lhe intimo a presença da música, ouço-lhe, mas me sinto inda carente da música de palavras, de letras. Digo-me circunspecto: "É um sonho que pode ser transliteralizado em inúmeras dimensões, deixando-lhe florar-se na sua floração de espiritualidade. O universo ouve, o horizonte escuta, o infinito sente-se-lhes nos recônditos mais íntimos..."


(**RIO DE JANEIRO**, 23 DE JANEIRO DE 2018)


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