Sonia Gonçalves CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 538 /**ROSTO ETERNO DO VERSO VERBO DO SONHO**


Boa tarde, Manu... Genial tudo, do começo até o final; texto cheio de luz e amor do criador, do criador do texto inspirado no amor do próprio, com certeza, porque só quem ama ou amou sabe falar sobre... E, no meu entender, existem sim muitas formas de amor, mas existe o amor uno, esse a que me refiro, como podendo se eternizar, é o amor de almas, como disse uma amiga, união das almas; sabemos, temos uma, temos um fogo espiritual que nos ascende o peito e chama pra vida. Amor aos baldes cheios até a boca existe quando chega na borda pára, mas existe aquele amor que transborda, derrama esse é o amor de almas que se amam e vai além, leva o vazio por quem deixa e deixa a mesma deixa para quem fica, esse amor é bem raro, não se encontra nas esquinas e nem porque se viveu cinquenta anos com uma pessoa ele está presente, é algo inusitado é bem diferente de comodismo e conforto de permanecer... Acho que você com sua Graça entende bem do que estou falando... Creio pelo teor do seu texto amor pra vida inteira, como disse você cristalinos esplendores invadem os olhares e se fundem na sanguínea... Ora se tens a amante Felicidade, o que mais posso entender? O que mais posso dizer que você já não tenha dito? Aplaudo-te: lindo texto, linda pintura da tua amada... Parabéns! Bjos. Obrigada por ser meu texto a faísca apenas que acendeu inclusive o poema contido no seu texto. Amei <3


Sonia Gonçalves


#AFORISMO 538/ROSTO ETERNO DO VERSO VERBO DO SONHO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Epígrafe:


Quiçá minh´alma
Filosofe a poesia, poetize a Filosofia!(Manoel Ferreira Neto)


O sagrado tem mais poesia
Guarda nos versos dos cânticos o divino e eterno,
Nas estrofes, os cristalinos esplendores do sublime e puro.
Sendo o ser,
A essência, o poético, é o que vige, em latência, em toda poesia
E em todo dizer,
Instituindo a possibilidade de o poeta praticar o seu ato poético.
O poético é um dom enquanto o que nos
Permite habitar a poesia, da qual estamos expulsos na Trivialidade e cotidianidade da
Nossa existência, pois o mais oculto para a lida diária e a Curiosidade sempre dispersa é
A pátria, o fruto mais proibido, que só saboreamos em último Lugar.


Luz uma luz
Em forma de imagem resplandecente
Através de que con-templo
O rosto eterno do verso verbo do sonho.


O esplendor da beleza é raio criador:
Derrama a tudo a luz
Que evoca a lembrança casta
Do fundo amor do que não ama,
Não sente o lívido suspiro da felicidade,
Não intui a nitidez pura da alegria,
Não con-templa o prazer no brilhar dos olhos.
Quando houver em mim um eco de saudade,
Sussurro de sibilo melancólico,
Balbucio de nostalgias distantes,
Beijarei com sofreguidão e êxtase estes versos
Que escrevo, sentindo reavivar a chama
Do amor que lacera, palpita e soluça.


Virá um dia
De sol ardente, de chuva fina, de inverno ou primavera,
Em que mais sagrados e cristalinos esplendores
Espelhará nas nuvens as estrelas brilhantes do uni-verso.
Divagarei de desejo em desejo,
Em busca de um sonho ou verbo
Que aspire(m) o aroma da poesia,
A última harmonia que desejo
Sentir pulsar no coração,
Vivendo de luz mais viva,
De espírito mais cristalino,
De alma mas resplendente.


Minhas ilusões fizeram-me, talvez, criança.
Pretendi dormir nos braços de um querubim,
À sombra do mistério das estrelas e do infinito,
Cheio de amor, vazio de esperança.
Mas eu que posso contra a verdade da vida?


Minh´alma adivinha a origem de meu ser,
A raiz de minhas venturas e dores,
Eidos de meus sofrimentos e devaneios,
Esperanças de felicidade e alegria,
Quero cantar os versos dos cânticos,
Melodia, ritmo criados por mim,
Re-velando o desejo do sublime que em mim habita.
Quero sentir os êxtases do belo divino
Perpassarem-me o corpo,
Perpassarem-me a medula
Com calafrios e sentimentos/sensações
De cócegas;
Quero amar e viver
Os sagrados e cristalinos esplendores
De colher a flor pura
Na solitária fonte do horizonte,
Na ilusão de que deliro
De vida e juventude.


Quando voarem as esperanças
De amor profundo, na existência calma,
Por que verto tantas lágrimas e prantos,
Como um bando de andorinhas
No céu aberto de nuvens brancas e azuis,
Só me restarem pálidas lembranças,
Do que fui, do que sonhei, do que desejei
Encherei os horizontes de minha primavera
Com letras e palavras
De sagrados e cristalinos esplendores,
Abençoarei minhas desventuras
E completarei minha tristeza.
A minha alma não é pura,
Como era pura na tenr-idade da infância,
Quando o verbo não era “ser”,
Era “brincar” à luz do sentir e sonhar a vida.
Eu sei, se sofro agora por sabê-lo não sei,
Finjo saber para sentir, represento saber para escrever;
Tive choradas agonias,
Lacrimosas angústias,
Lacrimejantes tristezas,
De que conservo algum nó górdio inaudito.


Ora, tenho o verbo-sonho
Que se projeta no tempo
Re-vela-se imagem-verbo
Da Vida e do Ser,
Ora, tenho o desejo-esperança
Que se lança nos horizontes
Re-vela-se esperança-amor
Do Absoluto e do Eterno
Ora tenho a amante-felicidade
Que mergulha nos desejos de êxtase e volúpia,
Cheia de sol dourado, cheia de estrelas cintilantes,
Re-vela-se felicidade-encontro
Do Prazer e da Alegria.


Não sei
- quem sabe por sagrados e cristalinos esplendores –
Que fogo interno me impele
À conquista da luz, do amor, do gozo.
Não sei de que movimento
Audaz de um desusado êxtase minha alma se enche.
Quiçá minh´alma
Filosofe a poesia, poetize a Filosofia!


(**RIO DE JANEIRO**, 16 DE JANEIRO DE 2018)


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