Sonia Gonçalves CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 537 /**LAIRE-BAUDE DE PECTIVO RETROS**/


Bom dia Manu... Ainda bem que reservei seu texto para ler com muita calma nessa hora. Pois ele assim pede, muito carinho e concentração para sorver os detalhes primorosos que deposita em forma de versos aforísticos. Seu aforismo está simplesmente fantástico, riquíssimo nos contempla com astros, cores e muitos sonhos e fantasia nessa tua narrativa Manu. Não posso deixar nunca de ir visualizando teu vasto mundo das letras , quando vou desvendando sua alma de poeta, nesse perfume unissono. Lindo demais. Parabéns por mais esse escrito. Bjos.


Sonia Gonçalves


#AFORISMO 537/LAIRE-BAUDE DE PECTIVO RETROS#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


IN MEMORIAM: Charles Baudelaire (Escritor e poeta francês), uma flor do mal, dependendo de como se intui, percebe, verbaliza o que é isto - o mal, o meu carinho e amor e reconhecimento, além do agradecimento!


Pectivo retros de quimeras ins-crevendo no tempo aquém da eternamente eternidade as linguísticas e semânticas do sublime, da leveza a iluminarem as sendas ao longo da campesina estrada para os sonhos mais percucientes, esperanças vívidas da solene colina dos ventos in-auditos de onde a paisagem do In-finito res-plandece de iríasis do Amor eivado de estesias e belezas, de onde o amor se projeta de miríades de raios de luz branca, simbolizando o além-divino. Quem con-templa o Amor da colina é numinado, inspirado de sentimentos e emoções sensíveis e trans-cendentes.


Góticas razões por esmiuçar limites do instante, os sóis orvalhados dos céus nublados sobre as águas serenas, ondas leves do mar guardam o encanto misterioso e cruel de um olhar infiel, adúltero, barcos de humor vagabundo vindos do fim do mundo.


Pectivo retros de sonhos pres-crevendo no Verbo Ser do pretérito mais-que-perfeito as dimensões trans-cendentais da entrega plena de ternura, carinho, carícias, entrega aos ex-tases da verdade que circun-vaga os tempos, per-vaga os éritos in-conscientes, re-novando-se, in-ovando-se, re-criando-se e as veredas da jornada pela vida a fora se re-vestem de poiéticas peren-itudes das paisagens do uni-verso, de onde se sente profunda e percu-cientemente o orvalho suave a tocar os inters-tícios da alma, po-iésis das dores e sofrimentos, angústias e tristezas, melancolias e nostalgias sin-estesiando desejos e vontade do outro outro de ser-no-mundo.


Con-sinto bem o escurecer, o anoitecer, mas tenho palavras de luz e, por fim, não entro na noite pra me render; antes que a alma tenha em ruínas, meu êxtase reaviva à glória e à luz divinas; esta é a volúpia dos encantos do mundo, da terra-mãe!


Pectivo retros de ideais pers-crevendo no Verbo "Esperançar" de gerúndios, partícipios e in-fin-itivos sin-estésicos as miríades dimensionais do belo e da beleza, sob as cintilâncias e brilhos das estrelas e lua incidindo-se nas águas do Lago Éden à margem da colina dos ventos in-auditos, em cujas luzes que se esplendem por todo o vale o In-finito performa o baile das alegrias e prazeres, as iríasis futurais encenam as etern-idades re-vestidas das cáritas do evangelho da Verdade ser o genesis da poética Vida-Vida.


Pectivo retros de esperanças vers-ejando e vers-ificando as érisis do tempo e dos ventos que pers-crevem o absoluto à luz do apocalipse, a po-esia se re-nova, in-[ov]-a-se, re-cria-se, re-faz-se de dentro dos abismos in-auditos, dos vazios indescrítiveis, dos nadas extasiantes, esplende-se a todos os espaços do In-finito, alimentando de espiritualidades as querências e desejâncias dos volos dos dons e talentos.


Esperanças vers-ejando
e vers-ificando as érisis do tempo
Corramos sem mais delonga ao po
en
te,
é tarde,
para abraçar
um raio oblíquo no
hori
zonte
uma luz obtusa
no
IN-FIN-ITIVO
do
IN-FINITO!;
para saudar
o ocaso
mais glorioso do que um
so
nho!


Pectiva de retros tecendo de experiências e vivências éritos do tempo, trans-literalizado pela memória, trans-poetizado pela sensibilidade, trans-litterisado pelo húmus e semente da etern-idade, trans-proseado pelo perpétuo de outras visões profundas do tempo que prossegue a sua jornada, as contingências seguem as decisões e consequências, liberdade, responsabilidade, compromisso, a cada travessia outras des-cobertas, re-novação, re-fazenda, re-nascimento, o tempo in-ventou a morte, não conhece a vida, a vida re-inventou a etern-idade, nela a verdade se vela e des-vela nas suas travessias, nonadas, nada, vazio, na esteira do SER LIVRE.


Pectiva de retros exalando das flores do jardim em uníssono o perfume da poesia que verseja e versifica no tempo a eternidade, de sin-estesias e metáforas tecendo o ad-vir do "ser". Poesia: jardim de pectivas retros da etern-idade. Etern-idade: flores de laire-baude exalando o perfume do ser, a verdade a cada passo se desvelando.


Flores de pectivas
retros
exalando o perfume do
ser;
som de um órgão
e de um
sino na lonjura,
exalando um suspiro involuntário.


(**RIO DE JANEIRO**,14 DE JANEIRO DE 2018)


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