SONIA GONÇALVES CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 541 /**NONSENSE DA CON-TINGÊNCIA CÊNICA**/


Show!!!
Por mais que te tentem imitar, jamais conseguirão transpor a alma erudita como fazes. Acredito mesmo que tua literatura não esteja ao gosto de muitos, pois é preciso haver uma conexão aos tantos ismos e aforismos que tua alma desprende de forma tão leve e sútil, eu adoro Manu, mas confesso é preciso mesmo tempo, vontade e certa conexão contigo para poder apreciar a beleza singular de tuas letras. Obrigada, meu querido, eu amei demais essa tua inspiração... e a ilustração estupenda como sempre. Gracias querido. Bjos.


Sonia Gonçalves


#AFORISMO 541/NONSENSE DA CON-TINGÊNCIA CÊNICA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Ao redor do uni-verso
Performando o re-nascimento
Do ser-outro-de mim no inter-dito
Da memória refletida no pretérito espelho
Das outroras nostalgias e melancolias,
Ludico o amor sensualizado de verdade,
Sinceridade ao prazer da eternidade.


Pense no pretérito: sombras a incidirem-se no crepúsculo do tempo;
Pense na imagem das contingências humanas refletidas no espelho in-finitivo das regências quiméricas;
Pense na poeira fina cobrindo a pedra de mármore, de por baixo cinzas misturadas na terra;


Des-vendar
Segredos, mistérios
Des-velar
Desejos, amor
Des-cobrir
Esperanças, sonhos
Des-enovelar
Versos re-versos às revezes de in-verdades
Re-vezes in-versas de versos in-certos
Des-fiar
Linhas, entre-linhas, além-linhas, mentiras do não-ser,
Ser nada, ser vazio, ser
Fantasias, ilusões, quimeras vão-se
O tempo preenche de idílios o verbo de sonhos,
Ser de mim o que inda não sou, entregar-me ao amor,
O que de mim fui ontem morrer ao alvorecer de hoje
Nada de ser sozinho
Sou
"Mentira" - o vazio da solidão tripudia a esperança
Meu Deus!... A palavra não tem ser.
A morte ou a loucura? - eis a questão.
A morte - nada do não-ser, nem existi
A loucura - nonada do ser, nonsense da liberdade
A plena e absoluta tragédia do homem
Enclausurado no abismo das trevas
Meu Deus!...
Quê dor dilacerante a roer as veias do coração!
Deixei de viver - o que me foi a vida?
A vida me foi a agonia do teatro
Na travessia para o nonsense da contingência cênica.
Eterna... Interna... Des-eterna...
As cinzas do eterno
A vida mente a performance do teatro,
O teatro finge as luzes da esperança
Tudo, nada...
Novos tempos do não-ser...
As minhas cinzas na sarjeta da eternidade!...
Au revoir!...


(**RIO DE JANEIRO**, 17 DE JANEIRO DE 2018)


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