#AFORISMO 71/NUANÇAS IN-FINITIVAS DA ESTESIA DO ALÉM# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


"Silêncio do som que esplende a todos os recantos e sítios da terra volúpias voluptuosas extasiando as vontades do perfeito" (Manoel Ferreira Neto)


Epígrafe:


"A alma na sua transitoriedade planteia angustiada presságios sonoros poematizando ansiosa a sobrevivência num pragmatismo existencial" (Graça Fontis)


Intransmissível Um-Verso de eloquências, de devaneios,
Entrançando de imagos, ópticas,
Lobos do "rosto-ser", sensibilidades sôfregas, pejadas
Ornando de ânsias, imaginações, expectativas
Coligações do "eu"/"tu", "nós" de pesquisas do outro mundo
A feitiçaria do contacto, blandícia, a magnificência do enlevo,
A deleitação do tempo nas alas das expugnações, execuções,
Alvoroços paliando de existência a área de recompondo
De posturas, momices, procedimentos,
Proferindo o espírito na palavra da concupiscência,
Consciências em sinopse experimentada, vivida,
Um-poema de termos que patenteiam
Exactidões do ser-nós,
Verso-uno da criatividade da caridade que reside
A alma de natureza do excelso,
Em noitadas de lua e resplandeceria de astro
O ser-verbo-do- pleno "adorar a querença"
Idolatram-se encanastrados, em sinopse do irrepreensível
E do inacabado no superior exemplar
Esplendoroso ao futuro do tempo
Que pressagia o alvorejar da insubstancialidade.


Inter-dito de canções preliminares, ritmado de re-versas líricas do singelo e sublime, melodiado de in-versos sentimentos e emoções a sensibilizarem a alma, inspirando-a a con-templar nos inauditos mistérios do eterno as linhas infinitas que tecem de sonhos e esperanças o silêncio do som que esplende a todos os recantos e sítios da terra volúpias voluptuosas extasiando as vontades do perfeito, em cujas bordas residem nuanças in-finitivas da estesia do além, além prefigurado de nonsenses, além performado de vacuidades, além metafórico de símbolos e signos genéticos, originários da luz que precede a concepção da vida, venezianas abertas para o templo edênio do absoluto, por onde as contingências da morte, em rituais míticos e místicos, bailam a performance da solidão do nada, e nas perspectivas de que contingências são pedras angulares e de toque para a consciência e sabedoria de outras dimensões sensíveis para a verdade de os verbos do ser circunvagarem nas pre-fundidades do pretérito sempre à busca de suas origens, com isto esperando alçar vôos percucientes ao uni-verso das angústias e prazeres, ao horizonte das náuseas e medos, assim suprassumindo os folk-lores da morte além da morte, aquilo de que no mundo as felicidades são efêmeras, quase idílios, mas na morte além da morte o vazio pleno e imortal das esperanças e sonhos, as dores e sofrimentos do mundo são alegrias e prazeres inomináveis, indescritíveis.


Ah, creio que a morte não me diz mais quaisquer sentidos, quaisquer importâncias, o melhor mesmo é seguir ouvindo cada vez mais nitidamente o inter-dito de canções preliminares, canções que afinam os ouvidos para sentir o som linguístico e semântico do vir-verbo de ser do tempo de origens e genesis das primevas a-nunciações do que concebe a vida precedendo o espírito, antecedendo a alma, postergando e protelando o corpo de carne e ossos.


Luzes no caminho de trevas. Flores nos silvestres das baiucas, onde o nada, nonada, efêmero, vazio de cara a cara com o deserto da vida sem qualquer essência, projetam, lançam o tempo das efemeridades à vacuidade do não-ser da morte. A vida são os inter-ditos de canções preliminares, em cujas singulares e peculiares notas o absoluto fenece e o nada concebe-se nas dialéticas do olho que manda o outro olho catar coquinhos no terreno baldio das pectivas-inter do sentimento à busca da inspiração do poema-som da id-ent-idade pre-sent-ificada da verdade.


(**RIO DE JANEIRO**, 30 DE JULHO DE 2017)


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