#AFORISMO 45/ÀS SARA-PALHAS DE CHAMAS ARDENTES NA LAREIRA DO TEMPO E VENTOS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



"... esperanças dos "verbos-para" o ad-vir de outros conhecimentos do amor que só vive de buscas espirituais e doação quando a vida é "leque de prazeres"."

Epígrafe:

"A esperança é o estopim da chama que vislumbrará o saber na sua verborização de verdades e beleza em concomitância com os enigmas linguísticos e universais." (Graça Fontis)

Instruí que as chamas ardentes na lareira do tempo e ventos propalaram faíscas de utopias que, ao longo dos idílios e sorrelfas, das quimeras e fantasias, foram re-velando ser mister criar, re-criar, in-ventar modos e estilos, mui peculiares e singulares, de emoldurar as idéias e pensamentos com o re-flexo dos desejos e vontades no espelho in-finitivo dos "verbos-de" que pro-jectam o ser-livre nos hífens da liberdade que comungam regências e conjugações, que aderem metáforas e metafísicas, que koinoniam verdades efêmeras e a vontade da beleza do belo, linguística e semântica da erudição e uni-versalidade, para a continuidade da jornada...

Instruí que o mistério, enigma da verdade são sementes para a abertura da alma, eivada de suas mais recônditas dimensões, para um mergulho na vida, construindo caminhos do campo através de amoldar verdadeira expressão do ser-no-mundo, das situações e circunstâncias do quotidiano de encontros e des-encontros das relações contingentes das dialéticas e contra-dicções, dos nonsenses do efêmero e eterno, do bem e mal, são húmus para as inspirações, são o regar as ilusões com os sonhos do Ser, as fantasias com as esperanças dos "verbos-para" o ad-vir de outros conhecimentos do amor que só vive de buscas espirituais e doação quando a vida é "leque de prazeres".

Instruí que as sarapalhas das desilusões, decepções são luzes para outros ideais que preencham as esperanças do "eu" verbalizado de cor-agens para o a-núncio da sabedoria que se artificia através das re-flexões fundadas e fundamentadas no silêncio seduzindo a solidão para a performance do baile de questionamentos e res-postas, para a dança do ser e não-ser, do cogito bolinando as idéias e razões in-versas re-versas do pleno, do belo, do diamante que corta o etéreo, abrindo fenda para a visão da paisagem e o panorama do crepúsculo em sin-tonia, sin-cronia, harmonia com as ondas do mar que se a-nunciam longínquas, distantes, e que tocarão as docas em direção à praia, banharão a soleira das montanhas...
Instruí que a ficção não se oculta facilmente depois de longos anos instituída na imaginação, na alma que se sente feliz em desfrutar a presença do sonho, encantando e empolgando pela paixão da verdade e (como não dizer) pela voz, som, ritmo, melodia serena, calma e impassível, música de suave langor, que pode se apoderar do sono de sonhos que, dormindo, sonho as exuberâncias do uni-verso, dos bosques e abismos, vales e cavernas, grutas, neblina eterna que cobre a natureza...
Instruí que a natureza criadora de todas as coisas deste mundo traz-me uma surpresa: a mente incorpora uma mística sobrenatural do grande amor, sentimento do belo dentro do ser, volúpia mágica da verdade, fosforescendo os sentidos, con-duzindo à luz...
Instruí que as palavras que re-presentam a estesia dos ideais do in-audito, incognoscível , são o ex-tase do tempo e dos ventos, do eterno e do efêmero, o sol escondendo-se no po-ente, acredito no momento propício de protagonizar o envolvimento do estranho e excepcional alarde...


(**RIO DE JANEIRO**, 17 DE JULHO DE 2017)




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