AFORISMO 15/MAIS-QUE-IMPERFEITO AD-VIR DO VERBO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


"O verbo das religiões é aquele que inutiliza todos os sonhos e esperanças da Vida, conjuga os tempos das misérias ec-sistenciais"


É preciso ter cor-agem para in-versar a despedida de um tempo, adeus às circunstâncias, inicializar outras pers-pectivas de supremos sentimentos que a-nunciarão o verbo do ser, começar de criar outras ruminâncias de vontades de serem nascidas silêncios, re-nascidas vozes...


Diáfanas luzes mais-que-imperfeitas incididas nas bordas do nada iluminando as dimensões do mistério in-audito, imagens tergi-versadas da plen-itude velando in-verdades, a-verdades meta-versadas do in-finito con-templ-orando as efemer-itudes, distorcidas de enigmas con-tingenciados às esperanças, obscurecendo o ser que se projeta ao infinito desejando volo do espírito que resplandesça nos horizontes do além.


É preciso ter cor-agem para re-versar o encontro de verbos que con-jugam as regências do in-trans-itivo eivando a alma das linguísticas, semânticas, fon-éticas do amor que re-vela as futurais perspectivas da felicidade.


Desejos. Melancolias do nada per-vagando os recônditos do sensível às cavalitas das intenções, interesses de a existência prolongar-se nos instantes-limites do destino, do vir-a-ser de somente perspectivas do verbo, alfim a morte ceifa as volúpias do eterno, os idílios da verdade, as sorrelfas do absoluto.


Nostalgias do efêmero jornadeando no eidos das éresis e iríadas do sublime para tripudiar com a ópera de harpas e cítaras do cântico, sin-fonia de violinos e gaitas da seresta simbólica de ritmos e melodias neoclássicos, balada do gerúndio no pretérito do genesis e apocalipse da sistência da carne tornada verbo, "ercs" do verbo tornado carne, assim carne e ossos para as cinzas, metáfora linguística e semântica da morte estiolada de estereótipos do silvestre éden, em cujos sítios campesinos desfruta-se a beleza trans-cendente da felicidade ad-nominada à pureza do espírito, ad-verbiada à singeleza do ser.


Saudade perene, perpétua dos signos, símbolos do efêmero, que, de passo em passo, realiza a fragilidade da vida, blasfema com as con-tundências e con-junturas do tempo que posterga o oásis das fantasias e quimeras em nome exclusivo e privado do não-ser, em cujos inter-ditos as travessias significam única e apenas passagens para a vacuidade dos volos em direção aos confins e arribas do perpétuo mistério, enigma, mito, místico do sem perspectiva, do sem-adjacências, do sem-ad-nominais do além trans-eigiado pelas crenças sem sentido do verbo há de sendo o numinoso que liberta das trevas o sujeito do in-fin-itivo.


É preciso ter cor-agem para re-verbalizar esperanças e sonhos de amar, pro-jetar o tempo nas regências dos desejos e vontades da etern-idade que preenche as contingências dos encontros e des-encontros.


Aquém. Além. Algures, Alhures. O tempo do nada, inda que perpétuo, substancia, alimenta a carne e os ossos da condição humana de dúvidas e questionamentos, impulsiona o particípio indicativo das sorrelfas a mergulhar nos liames do subjuntivo e imperativo, onde o entardecer precede o crepúsculo sem semblante, fisionomia, lançando o absoluto primevo de todas as in-verdades e mentiras aos auspícios, colinas, morros uivantes, defendendo de unhas e dentes quem somos os homens é a busca da morte, justificativa da vida que foram os imprevistos encontros com o nada de ser, o eidos do nada que blefa irônica e sarcasticamente, não afastemos o cinismo, com a carne do verbo que se misturará com a terra das cinzas e do fim eterno, no final do jogo, princípio do nada-verbo, o pôquer do sublime ser do verbo da felicidade, da vocação ao amor que protela os sonhos através do além, in-audito das con-tingências, aos inter-ditos do efêmero que solsticiam a genesis do vero, o apocalipse de todas as peren-itudes do ad-vir do verbo.


Sendeiro da cruz do ser que se estiolou no tempo das in-congruências do jamais eterno, faço do limite a travessia para as entre-linhas das ilusões perdidas, divina comédia do trans-cendente.


Mais-que-presentes sorrelfas vi nos recônditos manque-d´êtres de meu ser, mas descobri a perfeição da entrega plena ao verbo-eidos do sublime.
Espírito sub-terreno. Alma terrena, terrestre. Mergulho na meta-física do inferno, querências da psicanálise do inferno em cuja metafísica das ipseidades residem idílios da verdade à busca da ventania levando aos confins a promessa do absoluto; desejâncias da metafísica da psicanálise cuja origem foi concebida, gerada no super-ego dos dogmas heréticos do pecado capital, das culpas himenêuticas. Nada. Vazio. Vácuo. Verdades ad-versas fazem a diferença no juízo final das reticências do sublime e maculado, das vírgulas que vêm entre as duvidas do eterno e as inseguranças do nada absoluto, as estrelas cintilantes velando as cinzas de por baixo da terra, misturadas na terra, por intermédio do mármore gélido das criptas, de somente a cruz enfincada no chão. Dizem que no Campo Santo todos os homens somos iguais, mas que igualdade é esta diante dos sepulcros miseráveis e criptas luxuosas?


Algures pretéritos da má-fé, o bem jogando com o coringa da hipocrisia, justificando a necessidade do mal para a sua existência, psicossomatizando os medos da morte. Alhures infinitivos das verdades incólumes, o mal colocando a trinca de ases, a dupla de reis da escolha entre o poder supremo das vaidades e orgulhos, ironizando o bem que só será reconhecido plenamente no esquife rumo, em direção, projetado no cântico do apocalipse re-verso à genesis, in-verso ao Deuterônimo. Quê palhaçada!... Alfim, a vida são as cartas do pôquer espalhadas na mesa, na mão dos jogadores que desejam o ab-soluto do valor, ganhar a etern-idade das sorrelfas, e viver o além sob as luzes do im-perpétuo, refestelar-se na sombra pálida da Árvore Proibida.


As estrelas velam com as cintilâncias da dialética o verbo da esperança e o ad-junto adnominal do medo, ad-junto ad-verbial da luz que deseja os raios luminosos, iluminados que trans-cendem em ab-{**soluto**}, em perfeição, o nada da iluminação.


Mas a vida coloca nos seus devidos lugares o espírito da verdade, a alma do amor.


(**RIO DE JANEIRO**, 07 DE JULHO DE 2017)


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