#NO ROSTO DO TEMPO INÓCUO E INÍQUO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO/SÁTIRA


A liberdade intelectual de um homem se de-monstra pelo nonsense re-vestido de sabedoria e sapiência que ele é capaz de elucubrar e entabular.
O porte de pingas salgadas... O enxergar mais genuíno, um mélico refúgio para a benquerença irrestrita... Ocasião de debilidade em suas ramificações, a cintilação da pulcritude...
A débil natureza da pudicícia, uma escuridão com claridade da lua cheia a embeber o planeta com refulgência, a terra com estultícia... O adorno mais débil, incauto odor da distinção do espírito.
Toda ação humana parece, pois, aos olhos deste homem que vai seguindo o fluxo das águas na longa caminhada e jornada dias e noites adentro, criando passagens e vencendo obstáculos, um intenso desejo de ir aproximando-se do mar, perdendo-se e unindo-se ao oceano límpido.
Fósseis susceptibilidades conceituais do corpo a ejacularem sentidos e significados dalma - sou uma postulação das sensações. Veias de amores sentidos no real das reformas, abrindo o sangue quente e imanente dos "sonhos de Verbo Inteirar". Contingências testamentárias dos sentimentos insólitos surgem efêmeras da consciência, e sou manifestação ardorosa de insolências fundas. Tristes horizontes resplandecem imortais nas linhas sensíveis das posturas conscientes da elaboração emocional. Arregalam-me os olhos o universo nítido do substantivo amor nas tábuas translúcidas da percepção e intuição. Flácidos olhares perscrutam os insolentes infernos da angústia, perpassando os liames loucos das inquietudes, adelgaçando as vertentes insanas das perquirições, em perene busca do íntimo ingênuo da felicidade. Infernais concepções do belo e nítido estilo da esperança indagam-me as definições percucientes das postulações de consciência e ação nos interstícios de viver o "Amar".
Nítido inferno resvala-me o íntimo, perpassando os recônditos sítios da intranqüilidade, trazendo-me a consciência de uma eterna necessidade de compreensão e diálogo das emoções vividas em confronto com as reveladas na fisionomia e olhar. Insolências frágeis e flácidas de uma indagação abstrata e real do sentido humano nas revelações de júbilo e prazer de enfrentar o mundo. Profundezas de mim, emergidas nas revelações fisionômicas e oculares, dizem-me a paradoxalidade perqüiridora dos sentimentos.
Superfícies imersas nas elaborações do espírito, imergindo nos subterrâneos da ternura e insolência, dialogam lúcidas com as inscrições conscientes de um viver eterno. Sonos fáceis nas bordas do nada refastelam-se confortáveis, mergulhando nos interstícios absolutos da vigília.


Loucuras indolentes escondem as lágrimas puras, os sorrisos inocentes, e instituem a seriedade no rosto do tempo inócuo e iníquo.


(**RIO DE JANEIRO**, 13 DE JUNHO DE 2017)


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