#DEDILHANDO AS CORDAS DA APOTEOSE DO SUBLIME# - Graça Fontis: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Permaneço entre a ilusão e a sorrelfa, dou a volta por cima, pervago nas linhas do cogito, divago nas entre-linhas do subjetivo, disperso-me nas além-linhas do re-verso que intenciona a verdade, embora fugaz, efêmera, passageira - performam os gestos da era neoclássica do pastor con-duzindo suas ovelhas no campo de lírios brancos, do momento contemporâneo do vaqueiro levando a boiada pelas estradas de Ouro Fino, ao longe alguém dedilha as cordas da harpa, saudando os deuses da volúpia e êxtase, as sereias do clímax e felicidade, as sereias pre-cedem os deuses, o boêmio leva o violão no ombro, re-cordando-se das canções à soleira da varanda para a amada que dormia o sono das satisfeitas e realizadas, noutro lugar as ninfas da apoteose do sublime bebem vinho num banquete e con-templam os liames da volúpia e da sedução.


(**RIO DE JANEIRO**, 07 DE JUNHO DE 2017)


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