ESCRITORA E POETISA Maria Isabel Cunha COMENTA O AFORISMO /**AFORISMO DE INVERNO**/


No inverno, ou seja na maturidade, passadas as luzes fantasmagóricas da ilusão, das quimeras, o espírito aspira e respira plenitude, segurança, a alvura da perfeição, o esplendor da verdade e anseio a beleza do belo que apenas atinge na plena liberdade de ideias e ideais, livre para optar e opinar. Excelente texto, caríssimo escritor Manoel Ferreira Neto, tendo como ilustração uma excelsa e magnífica pintura da artista plástica Graça Fontis. Parabéns ao casal de amantes das artes.


Maria Isabel Cunha


**AFORISMO DE INVERNO**
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Ternura
Carinho
Afeição
De inverno a imagem lúdica da trans-parência de sentimentos e emoções a se verbalizarem de doações as mais profundas e abissais, a se pres-ent-ificarem de entregas as mais verdadeiras, símbolo, signo, metáfora do verbo-espírito plen-ificando o ser, eternizando o tempo, vida-sendo no estar na algibeira de sonhos e esperanças inda mais reluzentes do absoluto, da verdade, perpétua estesia e beleza das dimensões sensíveis, espirituais que esplendem às paisagens do in-finito, luzindo-as, alumiando-as, numinando-as.
Afeto
Solidariedade.
Esperança.
De inverno a face límpida, nítida de volos e desejos outros de saciar as egrégias aspirações do in-fin-itivo eterno que re-verb-eriza o atrás que se tornou apenas lenda de utopias da felicidade, os éritos do tempo que foram testemunho da juventude que exalava o perfume filosófico das realizações as mais abismáticas, que abriam as pétalas psicológicas da perfeição da alma sempre à mercê do ad-vir, sempre à luz do uni-verso poético do ser a vida a luz diáfana do espírito, mas as contingências desviaram as fantasias, quimeras tão necessárias à continuidade in-fin-itiva do porvir, tão essenciais ao des-abrochar das flores da existência que aspira a verdade do ser-no mundo.
Dedicação.
Compaixão.
Amor.
De inverno o semblante, a fisionomia da Verdade ao longo das situações e circunstâncias tecida de carências, melancolias, nostalgias, porém o amor pedra de toque para as vontades, desejos, aspirações da beleza do belo, utopias, ideologias da etern-idade do eterno, outros não são senão a visão trans-lúcida do além, e não se pres-en-itificam senão à custa da liberdade.


(**RIO DE JANEIRO**, 20 DE JUNHO DE 2017)


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