#AFORISMO 245/ÀS DISTÂNCIAS PRELIMINARES DO DESERTO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Dizei-me estar errado que, lá fora, está muito frio para anjos voarem, considerai no íntimo as achas da liberdade estão crepitando, lâminas de chamas no ar meio que embaciado, pensai com percuciência e sabedoria que os sonhos se aquecem!...


Dizei-me estar certo ou não, a música para embalar as travessias dos ideais à fé está composta, as emoções divagam nos uni-versos da alma, #aprés#-sentem os vazios e nadas que perpassam os abismos em cujos re-cônditos habitam as esguelhas e soslaios do olhar às distâncias preliminares do deserto, quando se perde nas nuvens brancas celestes e o brilho inapreciável dos raios ardentes do sol, o ritmo, a melodia, acorde, musicalidade se comungam sin-crônica, harmoniosa e sintonicamente com os verbos do verbo do espírito de saborear o invisível do visível!... Não é isto a verbalização do ser na preliminar de sua luz de viver o ema do pó de êxtases do sentir o instante limite?


Fazei chover
Nos bosques solitários, habitados de volúpias de esperanças
Da paisagem lúdica da orla marítima, a ilha de sereias!


Fazei chover
Nos becos sem saídas, do ritmo das gotículas de água
Re-nascer a cáritas da canção da peregrinação nas sendas da colina dos ventos uivantes, o lobo sentado, perscrutando a lua cheia!


Fazei chover
Nos lotes vagos, dos detritos, do solo trincado pela luz do sol, grama seca, a concepção de ideais cujas inspirações e intuições são as verdades atrás dos verbos de utopias, onde todas as coisas emitem lâminas de in-fin-itivos con-jugando as pers e pros de pectivas do que ascendem as vontades!


Fazei chover
No quintal de limões, cajus, bananas, jabuticabas, uvas, e que o sabor das frutas despertem a saliva da língua para eivar, seivar as pulsações cordiais de sentimentos da palavra, as gotículas de chuva toquem a sensibilidade e fá-la res-plandecer no horizonte de todos os ex-tases!


Fazei chover
Nas alamedas boêmias, inspirando os itinerantes a bailarem amores não cor-respondidos, sonhos não realizados, desejos frustrados, alfim suas tragicomédias românticas, far-lhes-á com toda a pomposidade sentirem-se proscritos, buscarem as heresias como anestesia e compensação, quererem as vascas como aperitivo, entrada no banquete platônico das virtudes!


(**RIO DE JANEIRO**, 09 DE OUTUBRO DE 2017)


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