Maria Isabel Cunha ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 254 /**RUA DESERTA**/
Fenomenal poema, o desejo do poeta
nunca está completamente satisfeito, ele procura mais, encontra o amor, mas
quer elevá-lo, quer sublimizá-lo, elevá-lo ao infinito, uno e verso em comunhão
recitarem o cântico do eterno. É assim o poeta, é assim o Amor do poeta
É este amor que canto e cantarei,
poeta !
Maria Isabel Cunha
#AFORISMO 254/RUA DESERTA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Crepúsculo...
Rua deserta,
Encontro-me recostado no parapeito da
janela,
Sinto-me sozinho a mim próprio
Encontro-me distante, distante de
minha casa
Sentimentos, emoções, pensamentos
Perdidos. solitários por todos os
lugares,
Jovem fui, fantasias da vida, ilusões
do amor
Mais velho hoje, velho jovem,
Realidades da vida, verdades do amor,
Ainda à busca da verdade
Jovem, pensava que quando sentisse o
amor,
Vivesse-o, vivenciasse-o em mim,
A vida estaria realizada,
Seria o tempo de numa tarde assim
De sentar-me num banquinho no portão
de minha residência,
Tranquilo, sereno, calmo,
Sentindo a noite se aproximando,
Memórias de todos os lugares por onde
andei buscando o amor,
No entanto,
Velho jovem, são outros sonhos dentro
de outros sonhos.
Olhar o infinito longínquo com olhos
de desejos
Trazê-lo para um cantinho especial da
alma
Alimentá-lo com o leite das
esperanças,
Realizá-lo de alegrias,
contentamentos. felicidade.
Desejo e esperança
Do silvestre do campo ser de
entrelaçadas mãos,
Do rio sem margens, sem pressa
Seguir aos passos lentos desse amor
em direção ao infinito,
De as estações serem de raios
numinosos do sol,
Serem de brilhos luminosos da lua,
Serem de cintilâncias esplendentes
das estrelas,
A primavera seja de sonhos e utopias
À luz das flores silvestres,
O verão seja de fantasias e ilusões
À mercê dos crepúsculos resplandecentes,
O outono seja de quimeras e fé
Na comunhão da aurora e do
entardecer,
Na síntese do verbo e da carne do
amor, do amar,
O inverno seja de proteção e
aconchego,
Seja de dedicação e entrega ao
espírito da Vida,
Desejo e esperança
Da vontade de encontro, do toque e da
carícia,
Apesar da dor e do sofrimento,
Sejam a estrela guia a indicar os
caminhos da felicidade,
Seja a pedra de toque que abre todos
os horizontes,
Uni-versos para o In-finito Espírito
do Eterno,
Para a Etern-itude Finita do
Para-Sempre
Desejo e esperança
De os corações em uníssono recitarem
o cântico
Da plen-itude do Verbo Amar, do Verbo
Sonhar
A Vida Uno-Verso do
Sentimento-{de}-Amor,
De os corações em uníssono declamarem
os versos
Da felicidade em sintonia com o
prazer,
Em sincronia com a alegria,
Em comunhão com o clímax e o sonho da
eternidade,
Desejo e esperança
De o vivenciário do amor em uníssono
no tempo
Vivifique o vivencial do verbo dos
corpos
Que eternize o "eu" e o
"outro" do "nós",
Do amor nosso.
(**RIO DE JANEIRO**, 12 DE OUTUBRO DE
2017)
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