#AFORISMO 287/KAIRÓS PARA CHRONOS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


"Cada coisa é Unau
Cada coisa é Aí
Cada homem é Unau
Cada homem é Aí


O está no Esteve
O Está no Está
O Está no Estará
Chronos de onde veio?
Kairós de Chronos
Veio-vem-virá
Kairós para Chronos
Foi-vai-irá


Unauaí
Unauaí


TóriKádoTóri
E o bororo já sabia..."


Da palavra à consciência,
Da consciência à palavra,
A sinuosidade presente
O vento costura a barra do tempo
O tempo esgarça o vento.


Re-fazer as labutas,
Bungas-bungas,
In-tens-ificar os esforços
Em busca da plen-itude, sublime.
Verbos dos princípios,
Querências e versos
Do saber primeiro,
Verdadeiro sentimento de olhar
Com fé,
Esperança,
Para o esplendor e magia
Do conhecimento e sabedoria,
Da consciência e espiritualidade,
Imagens se a-nunciam
Na distância do tempo,
Átimos de segundos e minutos.


Instâncias e estâncias
Das pers e pectivas dos mistérios,
A ilusão de encontro da verdade,
A quimera de o sentido da vida se elevar
Aos auspícios do brilho e resplendor
Do in-compreensível
Dos verbos pré-{s}-entes,
Das palavras vagando
Por ruas, alamedas, becos,
Em busca de sentidos
Outros
Da fé,
Con-templando
Por quês e quês
Viáveis, plausíveis, possíveis
Das esperanças.


Em tempos verdadeiros
De travessias
De nonadas
Ao antes era o mistério,
Depois o desejo da luz,
Ao antes era o nada,
Depois a vontade
De tudo ser,
Ao antes era o verbo,
Depois o verbo
Se tornou carne,
Ao antes da bonança,
A tempestade,
Ao antes da tempestade,
A bonança,
Roda-viva de sentidos,
Pá-lavras,
Cata-ventos de metáforas,
Signos, símbolos
Na lingüística das raízes
Imanentes e trans-cendentes
Do ser e do verbo,
Do verbo e verso.


O que me foi,
A mim, foram bestas
Prostituídas,
Prostitutas bestificadas;
A mim foram bezerros de ouro
Venerados e re-verenciados;
Penas exaurindo
Mil primaveras,
Incomensuráveis invernos;
Tintas re-fazendo
As flores secas
Caindo livres
No solo,
Húmus de outras
Que embelezarão
A aurora do novo dia;
O que me foi,
A mim foram barcos
Naufragados;
Faias redemoinhando
Águas,
Fráguas des-cortinando,
Desvelando
0 des-brilho dos olhos,
O silêncio da língua,
Confusão, perdição
Na mente.


(**RIO DE JANEIRO**, 18 DE OUTUBRO DE 2017)


Comentários

  1. Olá meu caçador de parvo,estou de mau contigo!
    Enquanto eu eu te gavo,recebo teu castigo
    pra ti talvez eu não valo nem um centavo
    mas te conservarei sempre comigo!...

    ResponderExcluir

Postar um comentário