#AFORISMO 342/A ALMA CHORA# - GRAÇA FONTIS: ESCULTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


A alma chora
Por liberdade de abissais sentimentos,
Verbalização de carícias, ternuras, carinhos, afeições
Verdade de seus desejos, esperanças de encontro,
Ser outra e ser o horizonte sensível de sua essência...


A alma chora
Não vejo cor-agem nos seus interstícios
Somente tristezas
Não vejo bravura nos seus olhos
Somente angústias.


A alma chora
Por voar os espaços de outros uni-versos
Da verdade do estar-sendo busca, querência
De uni-versos que levam o espírito ao ser-[da]-espiritualidade,
Por sentir nos interstícios abissais do outro que lhe habita,
Outro-[de]-ser,
Outro-[de]-amar,
Outro-[de]-viver,
Outro-[de]-sentir,
Outro-[de]-desejar,
Outro-[de]-esperança,
Outro-[de]-fé,
Outro-[de]-morrer
Por vivenciar a a-nunciação de sentimentos, emoções
Outras sensações do eterno e efêmero.


A alma chora
Pela verdade do amor, encontro verdadeiro
Do amar-ser-amado, ser-amado-amar,
Na con-tingência, imanência
Do tempo, carências, faltas, falhas,
Des-abrochar de verbos do sentimento,
Exalar do perfume sutil e suave do eterno, efêmero,
Esplender de encontro do Uno e Verso
No silvestre da caminhada nos campos
Do "ser-nós"...


A alma chora
Lágrimas quentes, pujantes
Descem a face livremente,
O coração de sentimentos vivos
Pulsa descompassadamente
A mente pervaga o tempo
Nas suas a-nunciações de possibilidade
Do encontro da vida, do viver...


A alma chora...


(**RIO DE JANEIRO**, 31 DE OUTUBRO DE 2017)


Comentários