#AFORISMO 298/FILOSOFIAS JACENTES AO GOSTO MAIS REFINADO DOS SONHOS E UTOPIAS DA BELEZA DO BELO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Epígrafe:


"Poesia é música composta e executada no espírito, no tempo as esperanças se tecem de sonhos e buscas".


Flora a poesia entre o in-finitivo e a metafísica, abrindo os leques do tempo, perpassando-lhe o vento, miríades de raios de luz seivando pensamentos e idéias, ideais que, nos interstícios da inconsciência, no brechó de conceitos das mais diversas origens, editavam "filosofias jacentes" ao gosto mais refinado dos sonhos e utopias da beleza do belo, exultação !que esplendorosa de estesias e ex-tases, o peito insufla de lâminas de versos, a alma inspira-se de entusiasmo, ouvindo a vida recitar o silêncio do soneto do desejo da verdade, voz serena e líquida, em cujos recônditos habitam silvos, sons a re-velarem os ritmos do efêmero, melodias do in-audito, acordes dos mistérios e enigmas do ser.


Flora a poesia entre o in-finito e o verbo do espírito, espaço, uni-verso, horizonte de paisagens, imagens se a-nunciando livres, versos e estrofes re-velando a busca do belo, estesia de sentimentos e emoções, êxtase de utopias, gozo de desejos e esperanças colorindo de éresis futurais os volos do sonho do pleno. Con-templação do pleno das plen-itudes que pervagam o silvestre do tempo, da ser-ência das etern-itudes que circun-vagam a natureza dos campos.


"A poesia se faz entre a palavra e o silêncio". Miríades de sentidos perpassando caminhos, sendas e veredas, volúpias do ser, solidão da alma na querência da liberdade de mergulhar na com-plet-ude dos in-fin-itivos verbais, suprassumindo a tragédia do nada, superando as ipseidades da con-ting-ência, éritos melancólicos, nostálgicos das desejâncias do eterno, saudades das ilusões e quimeras, devaneios da sabedoria e conhecimento, desvarios da verdade.


A neblina fria, suave, cobre a montanha. Nada além. Aquém apenas a visão que alcança a neblina, a montanha escondida. O in-finito além da neblina, a poesia suprassumindo o instante-limite da neblina, criação, re-criação, in-venção de iríadas do verbo que esplendem o que na inspiração reside e habita de abertura, venezianas, persianas, para o mergulho no eidos do verso-uno do in-finito, in-finito de cisnes brancos e águias em pleno vôo, ultrapassando limites e fronteiras do espaço, rumo ao divino das trans-cend-ências, onde a-nunciações futurais do eterno são projetadas no espelho do além, invisível a imagem, sensíveis as sensações de plen-itude. Silêncio semântico de linguagens, solidão linguística da língua, a terra irrompe-se do mundo, o mundo imerge no verbo dos confins e horizontes, terra-mãe de novidades.


Viagem,
Paisagem.
Imagem.


Ribalta de luzes iluminando, nonadas aos espectros das travessias, sorrelfas das pontes partidas, fantasias do pote de ouro a ser encontrado no fim do arco-íris, quimeras da esperança, última a fenecer.


Flora a solidão nas ondas do mar, instante de sentimentos e emoções, sapiente amor instrui-me a fruir de cada palavra ainda úmidas e impregnadas de sono, a essência captada, elidindo sujeito e objeto, o telúrio re-integra a minha essência, o que re-velo e o mais que segue oculto contemplam o nada vivido, o tudo vivido, o que não é poesia não tem fala. Resta-me a alegria de estar só, e mudo. Poesia é música composta e executada no espírito, no tempo as esperanças se tecem de sonhos e buscas.


Quem me dera agora o verso do verbo nas mãos feitas concha para expressar o sublime, para dizer a leveza do ser, para comunicar o pleno da plen-itude do divino. Quem me dera agora a estrofe do ser perpassando por entre os dedos abertos e livre para versificar a sublim-idade do eterno que se faz na continuidade das palavras e do silêncio, para versejar a divin-idade das desejâncias do belo que se fazem na experiência e vivência das semânticas e da solidão. Fim da dialética do eu e do não-eu. Princípio do eu e outro ad-verso às con-ting-ências do nada.


(**RIO DE JANEIRO**, 20 DE OUTUBRO DE 2017)


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