#Sonia Gonçalves ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 271 /**A ÚNICA CERTEZA DA EXISTÊNCIA É A DA ALMA**/#


Boa noite Manoel Ferreira Neto!! Quisera? Quisera é uma quimera que mora nesse seu pensamento de pensador meu querido. Quisera tanto, porém não pudera fazer também, nada ou fez tudo o que quis e aquilo que jamais quisera acabou por fazer... Seu texto nos submete ao mundo onde vivem essas quimeras famélicas pelo saber, acho que você é um "domador de quimeras", costuma domá-las usando aquilo que conhece bem, ou seja a força da palavra. E dentro de tantos quereres acabar por domar tão bem as palavras que estas viram passarinhos nas tuas mãos...Tenho a impressão de estar num jardim utópico quando te leio, porque você não é aquele escritor que escreve as banalidades terrenas, me parece que você visita o Olimpo todos os dias e traz de lá seus textos já prontos!!!Só posso aplaudir quanta inspiração meu querido, isso é dom!Bjos amei <3


Sonia Gonçalves


#AFORISMO 271/A ÚNICA CERTEZA DA EXISTÊNCIA É A DA ALMA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Quisera viver todas as aventuras, delineando as pers-pectivas da imagem, focando os ângulos, fotografá-las para não esquecê-las, guardá-las para in-vestigá-las na aurora de outros amanhãs, no crepúsculo de tempos vindouros, conscientizar-me das esperanças, fé do espírito do Amor, da essência do Belo, da raiz da beleza, do sentimento do sublime nas pré-fundas do verbo sonhar a essência de outros amores, de outros ritmos e melodias da cáritas;


Quisera nadar contra as correntezas, sentindo presente o itinerário rumo à fonte onde as águas nascem, o destino de sê-las, o desejo, vontade, razão de não sê-las, viajar no itinerário, caminho do sem-margem, sem-pressa, perder-me na long-itude do infinito, proximidade do eterno etéreo, encontrar-me à soleira da finitude, no âmago da absoluta verdade do ser e não-ser;


Quisera ignorar a tristeza, renascer das cinzas, ser como a primavera, simplesmente quimera, conhecer toda a verdade;


Quisera rimas perfeitas, ocultas, entre-olhando-se, abrindo um sorriso inquieto, escondendo uma tristeza á-gon-izante, despedindo-se;


Quisera o tempo, o vazio, o nada, a solidão: tudo caminhar ao autoconhecimento, levando-me ao desprendimento das coisas materiais, fazendo-me ver que a única certeza da existência é a da alma.


Quisera consciência da liberdade não se exaurir no exercício da liberdade individual, mas procurar antes relacionar-se com a liberdade alheia, criar-se entre o sujeito e os que cercam uma solidariedade existencial, levando-o a mesclar o particular e o universal.


Quisera o encontro no outro ponto da nova dimensão, limites desfeitos, ditados ao vento são meros sinais...


(**RIO DE JANEIRO**, 15 DE OUTUBRO DE 2017)


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