#AFORISMO 253/SILÊNCIO DO FRIO A CONTEMPLAR AS FLORES# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Raízes da inconsciência, id, ego, superego enovelados nos mistérios da alma, a querença inapreciável de vislumbrar o enigma de sentimentos e emoções, sentimentos, ora alegria, ora tristeza, ora felicidade, ora angústia, perpassando o íntimo num piscar de olhos, ininterruptamente, mas o mundo parece melhor, embora os olhos a perscrutá-lo, a desejança irrepreensível de alumbrar as idéias, elevando-as aos ideais da imperfeição perfeita, às utopias da in-verdade verdadeira.


Metonímias, sinédoques dispenso. Doe-me as pueris antíteses, que abomino. Raízes de estilo que estesiam os zelos, descrevem os idílios atrás dos êxtase, volúpias, ardor, coração, vaidade ao menos...


Raízes de fogo, entrelaçadas nas achas da lareira, de cujas chamas advirá o calor a perpassar-me o corpo, sensibilizar-me a alma para novos sentimentos e emoções, tocando-me o ser, nascendo em mim inspiração para sobrevoos pelas florestas, mares, abismos.


Raízes de versos in-versos de re-versas intuições do belo e da beleza, entremeadas de desejos do sublime soneto, cuja chave de ouro tece as linhas dos horizontes de além, a-nunciam o crepúsculo da tarde eivado de luzes do vir-a-ser da noite iluminada de estrelas e lua.


Raízes de dialéticas do ser e não-ser, entrecortadas de contingências de sonhos e verbos do amor, projetando em mim luzes do eterno, alvorecido e crepusculado de re-velações da verdade, trans-elevam-me as antípodas do uni-verso onde querubins performam a dança da sedução e entrega, trans-cendem-me ao longo do oceano onde sereias dedilham a harpa do tempo e do ser, cantam a canção de etern-itudes das esperanças do sublime espírito de amar.
Raízes de nonadas e travessias, inter-ditas de ideais do perfeito e do divino, entre-trans-literalizadas de fantasias, utopias dos campos versejados e versificados de flores a exalarem o perfume inebriante do perene, compõem-me na alma o prelúdio da ópera do silêncio a embriagar-me de êxtase e volúpias.


Raízes de ritmos e melodias da música do tempo, em sendo-em-sendo de encontros e des-encontros, amores e des-amores, elevam-me o espírito, sensibilizado de razão/vida, ao cume dos paraísos celestiais onde garbosamente deambulo, perambulo, vislumbrando suas belezas e esplendores, con-templando as águas do rio dos sentidos plenos, cantarolando o "lá-lá-rá-la" da felicidade e da paz.


Raízes de palavras, tematizadas da linguística do sono seduzindo o sonho a anunciar a memória das genesis da vida, da metáfora dos verbos assediando temas e temáticas a indicarem o presente e o subjuntivo do além de todos os horizontes e uni-versos.


Raízes do inverno, inspirando a alma a recitar o silêncio do frio a contemplar as flores a desabrocharem na primavera, exalarem o perfume do sentimentos da beleza e do belo, estesia do Ser e Templo-Verbo-Infinito.


(**RIO DE JANEIRO**, 11 DE OUTUBRO DE 2017)


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